“O meu comportamento egoísta, o seu temperamento difícil. Você me achava meio esquisito, e eu te achava tão chata.”
Há 8 anos nós estávamos sentados na sua varanda, ouvindo Relicário, eu cantava e você tentava. Devo confessar, meu bem, só te ouvia porque eu te amava. E lá estávamos nós discutindo sobre uma possível família, no futuro, onde teríamos alguns filhos e nada de animais, apesar de você relutar. E era tão engraçado e bom planejar o futuro contigo, desenhar a casa, pensar se nossos filhos teriam os teus olhos verdes, se as meninas teriam cabelos encaracolados como os meus. E você me cantava: “debaixo dos caracóis, dos teus cabelos.” E eu ria. A tua voz desafinada, mas com o carinho imenso. Você me era tão bonito.
E hoje eu lembrei de todas as nossas desavenças quando não éramos namorados, de levar bandão no futebol contigo, de você roubar sempre, de você me derrubar e dizer: você sem querer. E de saber que naquele futebol eu haveria de me apaixonar por você. E assim foi, tão recíproco no início, mas não tão sincero. De tua parte. E eu me entregava, me doava, e você aceitava apenas. Ciúme doentio o meu. E você me atazanava. E as nossas brigas eram tão constantes, mas logo se acalmava com um beijo, toque. Você era tão irresistível, que eu pensava: “U-A-U. O coração desse menino é meu.”
Mas as coisas foram mudando, éramos tão jovens, você não conseguia lidar com nosso relacionamento e com os teus amigos, eles eram todos solteiros e você me deixava esperando. A gente já não se amava tanto, e eu era dura. Maltratava-te demais. E você me apertava o braço com os olhos cheios, transbordando, dizendo que ia mudar, mas não mudava. Eu te quis tanto, quis que você fosse realmente meu marido como a gente pensava, mas você não mudava. Não mudava.
E sexta eu te vi, com o mesmo sorriso menino de antigamente, jeito malandro de ser. Você me abraçou e disse que eu estava como você se lembrava, que meu cheiro era o mesmo:doce, e que tinha saudades de mim. Eu ri. E não quis pensar em nossas brigas, nas horas que você me fez chorar, pelos 5 anos que eu sofri calada esperando pelo reencontro, por voltarmos depois desses 5 anos e eu dizer: “acho que não gosto mais de você, era só sentimento de posse.” E te doer com isso. Eu quis simplesmente te abraçar, sabe? Continuar dançando com você ali. Porque eu amei você, você me feliz. E acredito que a gente deu certo, que foi bom. Acabou, mas você ainda vive em mim. Sabe?
Eu te amo. Mas amor diferente, não mais aquele que a gente sonhava. Aquele que eu te quero bem, pela eternidade.
Acredito que a postagem coletiva tenha dado certo. Rendeu bons textos, alguns suspiros (ai, ai). Então, quero propor uma nova postagem coletiva. Para quarta-feira. E estou avisando com antecedência para que todos nós postemos juntos.
ResponderExcluirO tema é: Kiss me.
Baseada na música da banda Sixpence None the Richer. Sempre achei essa música linda e acho que poderíamos tirar um proveito enorme dela. Aguardo contato com a confirmação da postagem.
adm.pamelamarques@gmail.com
Se quiserem podem me add no Gtalk. Passo o dia inteiro online.
E avisem também que a postagem é livre, quem quiser pode entrar na brincadeira.
Beijo doce :*
O texto deve ter o título Beije-me começar ou terminar com a seguinte estrofe da música:
Beije-me sob o crepúsculo. Leve-me pra fora, no chão iluminado pela lua.
Levante sua mão aberta, faça a banda tocar e faça os vaga-lumes dançarem. A lua prateada está brilhando, então me beije."
Já quis alguém para ser meu marido. E assim como o seu menino, as coisas mudaram e fomos cada um para um lado. Mas não pretendo abraçá-lo se por acaso o encontrar por aí. Sei lá... as coisas ainda doem um pouco e eu não me curei totalmente delas.
ResponderExcluirNunca quis ninguém para ser meu marido. Mas entendo como é péssimo esperar que a pessoa mude e se transforme em alguém melhor em vão. Esperei por essa mudança por um bom tempo, até cansar. E não tenho vontade de abraça-lo, para mim a presença dele é dispensável e indiferente.
ResponderExcluirToda menina apaixonada sonha que seu amado será seu marido,isso é tão bom...rs
ResponderExcluirAmei o texto *-*
Certos amores sempre serão eternos, tal como esse que tu, magnificamente, descreveu. Ainda que não amante-mulher, mas amigo-mulher.
ResponderExcluirBonito.
Li sobre o desafio, posso participar?
Tenho antigos amores, e esses antigos amores, pra alguns deles eu leria esse texto.
ResponderExcluirPenso - sinto exatamente o que escreveu.. E o amor é eterno, mesmo que de forma diferente.
Bonito!
Lindo, lindo, lindo!
ResponderExcluirIsso é mais comum do que eu supunha...
ResponderExcluirBeijocas!
Que fofow!
ResponderExcluirSabe pensar no futuro, imaginá-lo em toda sua essência, é complicado, é difícil e muitas vezes decepciona. Por isso eu vou vivendo de presente, só com a certeza do passado!
\o/
Charlie B.