Ontem senti remorso por não te amar mais, mas ao mesmo tempo, me senti aliviada por não ser mais aquela que aguardava por você. Esperei tanto tempo, mas percebi que a vida tinha algo maior a me oferecer. Achava que o seu amor era tudo, mas percebi que as suas migalhas apenas forravam meu estômago. Sempre tive fome de mais e hoje, não quero me contentar com algo menos do que mereço. Meu coração se despedaçou ao te ouvir chorar, mas ao mesmo tempo, lembrei de tantas vezes que chorei por você. Desculpe se hoje não consigo me comover ao ponto de te deixar retornar, mas sempre tive aquela filosofia de que algumas portas se fecham para sempre depois que as atravessamos. A sua eu quis não só fechar, mas mudar a chave. Troquei a roupa de cama, esvaziei os cômodos das suas lembranças e limpei todas as gavetas. Outro alguém se acomodou e me mostrou o quanto é bom viver num sentimento doce e recíproco. Sim, você sabe que esse alguém também se foi e talvez por isso tenha a esperança de regressar. Acontece que as pessoas mudam, meus sentimentos mudaram, e não é a presença de alguém que me impede de te receber. É o amor que se resignificou a ponto de entender que realmente não era para ser.
segunda-feira, novembro 25, 2024
Portas que se fecham.
Ontem senti remorso por não te amar mais, mas ao mesmo tempo, me senti aliviada por não ser mais aquela que aguardava por você. Esperei tanto tempo, mas percebi que a vida tinha algo maior a me oferecer. Achava que o seu amor era tudo, mas percebi que as suas migalhas apenas forravam meu estômago. Sempre tive fome de mais e hoje, não quero me contentar com algo menos do que mereço. Meu coração se despedaçou ao te ouvir chorar, mas ao mesmo tempo, lembrei de tantas vezes que chorei por você. Desculpe se hoje não consigo me comover ao ponto de te deixar retornar, mas sempre tive aquela filosofia de que algumas portas se fecham para sempre depois que as atravessamos. A sua eu quis não só fechar, mas mudar a chave. Troquei a roupa de cama, esvaziei os cômodos das suas lembranças e limpei todas as gavetas. Outro alguém se acomodou e me mostrou o quanto é bom viver num sentimento doce e recíproco. Sim, você sabe que esse alguém também se foi e talvez por isso tenha a esperança de regressar. Acontece que as pessoas mudam, meus sentimentos mudaram, e não é a presença de alguém que me impede de te receber. É o amor que se resignificou a ponto de entender que realmente não era para ser.
quarta-feira, novembro 06, 2024
Sobre o amor que fica...
É difícil aceitar o fim de um amor que foi bom, daqueles que aquecem a alma e tornam os dias mais leves, mas que, por mãos que não pertencem a nós, se perderam no caminho. Há algo quase poético na maneira como o amor, quando é verdadeiro, deixa marcas indeléveis em nosso coração, mas também uma dor que insiste em permanecer, mesmo quando o fim já foi selado.
E, por mais que o tempo passe, não há como evitar os lembretes que surgem nas esquinas da vida. Um cheiro familiar no ar, uma melodia que soa por acaso, o simples gesto de preparar o prato que tanto amávamos. Cada um desses pequenos detalhes nos arrasta para um lugar distante, onde ele ainda está ali, perto, como se o tempo não tivesse ousado nos separar. Não importa quantas vezes tentemos seguir em frente, o outro sempre se esgueira nas frestas da memória, e em cada lembrança, o amor se refaz e se desfaz, com uma ternura que nos rasga por dentro.
E é impossível não sentir a ausência, como uma ausência palpável, cada vez mais pungente. Esperar uma mensagem e saber que ela não virá mais é como esperar por algo que sabemos que jamais acontecerá, como olhar para o céu e desejar um sol que já se pôs. Não haverá mais o toque suave das palavras de bom dia, o conforto nas conversas cotidianas, nem o riso compartilhado nas pequenas fofocas que eram só nossas. O silêncio que se instala é pesado, cheio de palavras não ditas, de gestos não dados. Cada espaço, antes ocupado pela presença dele, agora se esvazia, e o vazio toma conta de tudo.
Fica uma falta que nada pode preencher. Nenhum sonho, por mais belo que seja, consegue substituir o que foi perdido. A memória se torna uma sombra doce, mas vazia, que nunca preenche o espaço em branco deixado no peito. O lugar que antes era de risos e planos agora se torna um eco distante, uma saudade que insiste em se manifestar, sem saber onde se esconder. O que antes parecia futuro, agora é apenas passado, e no entremeio de todas as lembranças, a dor se faz presente, como uma presença invisível, que nos acompanha sem pedir licença.
E o que fica, afinal, é um deserto de emoções, onde a esperança se mistura com a saudade e o amor se dissolve na ausência. A dor de um amor que não pôde ser, que se perdeu por interferências alheias, vai se tornando uma cicatriz que não se fecha completamente. O tempo, como um rio lento, leva com ele os vestígios, mas a marca permanece. A saudade se torna uma companheira constante, que nos observa silenciosamente enquanto seguimos, sabendo que, mesmo quando a vida nos pede para seguir em frente, nunca poderemos apagar completamente o que o coração ainda guarda.
E assim, entre lembranças e silêncios, aprendemos a viver com o vazio, com o eco daquilo que fomos, e com a certeza de que, por mais que o tempo cure, alguns amores, simplesmente, não têm como ser substituídos.