quinta-feira, dezembro 05, 2024

Sobre nosso sagrado.


O que está dentro de nós é intocável, sagrado, e ninguém tem o poder de macular ou modificar. Mesmo que o mundo nos ataque ou tentem nos manipular, a essência do nosso ser permanece preservada, pois, no fundo, nosso coração detém toda a verdade dos nossos sentimentos. Ele é o guardião das emoções mais profundas, onde a luz de nossas virtudes mais autênticas floresce, imune às intempéries externas.

Neste espaço sagrado, nada pode destruir aquilo que é nascido no coração de Deus. Ele é o criador da nossa essência, e, por mais que o mundo tente nos afastar da nossa verdade, a chama divina que habita em nós nunca se apaga. Nosso coração, guiado por Sua luz, é o lugar onde a paz e o amor se cultivam, mesmo em meio às adversidades da vida.

O apóstolo Paulo nos lembra em Filipenses 4:8 que devemos focar em tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, e de boa fama. Quando nossa mente se ocupa desses pensamentos, alinhados com o divino, somos capazes de enfrentar qualquer desafio com firmeza, pois nossa alma está enraizada no que é eterno e imutável. O mundo pode tentar lançar sombras sobre nós, mas a verdade e a bondade de Deus são mais fortes do que qualquer tentativa de destruição.

Portanto, mesmo diante das dificuldades, devemos manter o foco naquilo que realmente importa: o que é puro e verdadeiro no nosso coração, que é onde Deus habita. Nada do que é temporal pode modificar a paz e o amor que Ele semeia em nós. A cada momento, po
demos escolher permanecer firmes, nutrindo nossa alma com pensamentos que glorifiquem a bondade e a virtude, sabendo que o que é divino dentro de nós nunca será corrompido.

O mal, por mais que se apresente com suas artimanhas, nunca prevalecerá sobre aquilo que Deus já decretou que é para ser. O Senhor, em Sua soberania, já estabeleceu o propósito de cada vida, e nada neste mundo tem o poder de alterar o que Ele planejou. O que Deus iniciou em nós, Ele completará, pois Sua palavra é infalível e Seu amor é imensurável. O mal pode tentar nos desviar, mas a verdade divina e o destino que Ele nos reservou sempre prevalecerão.

quarta-feira, dezembro 04, 2024

O barco sempre pode voltar ao cais de onde partiu.



O barco sempre pode voltar ao cais de onde partiu. Em relações amorosas, muitas vezes nos sentimos como navegadores em alto-mar, buscando novas experiências, aventuras e, acima de tudo, a felicidade. Mas, assim como os navegadores sabem quando é hora de retornar, também precisamos reconhecer quando é o momento de voltar para onde nos sentimos seguros e amados. Às vezes, partir é necessário para crescer e aprender, mas isso não significa que não podemos voltar atrás quando percebemos que a verdadeira felicidade está no cais que deixamos.

Em um relacionamento, partir pode ser uma tentativa de encontrar algo que sentimos estar faltando. Podemos acreditar que a grama é mais verde do outro lado, que novos horizontes nos trarão a satisfação que buscamos. No entanto, ao nos distanciarmos, muitas vezes percebemos que a felicidade verdadeira reside nas pequenas coisas que deixamos para trás. O cais que abandonamos, cheio de memórias e amor, pode ser o lugar onde realmente pertencemos. Voltar para ele não é um sinal de fraqueza, mas sim de coragem e sabedoria.

Mudar de ideia não é algo a ser temido ou julgado. É natural e humano repensar decisões, especialmente quando se trata de amor e felicidade. As relações são complexas e, às vezes, precisamos de distância para entender seu verdadeiro valor. Ao voltarmos, trazemos conosco uma nova perspectiva, um renovado apreço pelo que realmente importa. Esse retorno ao cais é uma oportunidade de recomeço, de fortalecer laços e de construir um futuro ainda mais sólido e feliz.

Buscar a felicidade é uma jornada contínua, e cada um de nós tem o direito de navegar em diferentes direções até encontrá-la. Mas nunca devemos esquecer que o cais de onde partimos está sempre lá, esperando por nós. Ele representa a segurança, o amor e as memórias que nos moldaram. Ao perceber que o que buscamos estava sempre ao nosso alcance, podemos retornar, sabendo que o cais, com todos os seus tesouros, está pronto para nos acolher de volta e oferecer uma nova chance de felicidade.

segunda-feira, novembro 25, 2024

Portas que se fecham.


Ontem senti remorso por não te amar mais, mas ao mesmo tempo, me senti aliviada por não ser mais aquela que aguardava por você. Esperei tanto tempo, mas percebi que a vida tinha algo maior a me oferecer. Achava que o seu amor era tudo, mas percebi que as suas migalhas apenas forravam meu estômago. Sempre tive fome de mais e hoje, não quero me contentar com algo menos do que mereço. Meu coração se despedaçou ao te ouvir chorar, mas ao mesmo tempo, lembrei de tantas vezes que chorei por você. Desculpe se hoje não consigo me comover ao ponto de te deixar retornar, mas sempre tive aquela filosofia de que algumas portas se fecham para sempre depois que as atravessamos. A sua eu quis não só fechar, mas mudar a chave. Troquei a roupa de cama, esvaziei os cômodos das suas lembranças e limpei todas as gavetas. Outro alguém se acomodou e me mostrou o quanto é bom viver num sentimento doce e recíproco. Sim, você sabe que esse alguém também se foi e talvez por isso tenha a esperança de regressar. Acontece que as pessoas mudam, meus sentimentos mudaram, e não é a presença de alguém que me impede de te receber. É o amor que se resignificou a ponto de entender que realmente não era para ser.

quarta-feira, novembro 06, 2024

Sobre o amor que fica...

É difícil aceitar o fim de um amor que foi bom, daqueles que aquecem a alma e tornam os dias mais leves, mas que, por mãos que não pertencem a nós, se perderam no caminho. Há algo quase poético na maneira como o amor, quando é verdadeiro, deixa marcas indeléveis em nosso coração, mas também uma dor que insiste em permanecer, mesmo quando o fim já foi selado.

E, por mais que o tempo passe, não há como evitar os lembretes que surgem nas esquinas da vida. Um cheiro familiar no ar, uma melodia que soa por acaso, o simples gesto de preparar o prato que tanto amávamos. Cada um desses pequenos detalhes nos arrasta para um lugar distante, onde ele ainda está ali, perto, como se o tempo não tivesse ousado nos separar. Não importa quantas vezes tentemos seguir em frente, o outro sempre se esgueira nas frestas da memória, e em cada lembrança, o amor se refaz e se desfaz, com uma ternura que nos rasga por dentro.

E é impossível não sentir a ausência, como uma ausência palpável, cada vez mais pungente. Esperar uma mensagem e saber que ela não virá mais é como esperar por algo que sabemos que jamais acontecerá, como olhar para o céu e desejar um sol que já se pôs. Não haverá mais o toque suave das palavras de bom dia, o conforto nas conversas cotidianas, nem o riso compartilhado nas pequenas fofocas que eram só nossas. O silêncio que se instala é pesado, cheio de palavras não ditas, de gestos não dados. Cada espaço, antes ocupado pela presença dele, agora se esvazia, e o vazio toma conta de tudo.

Fica uma falta que nada pode preencher. Nenhum sonho, por mais belo que seja, consegue substituir o que foi perdido. A memória se torna uma sombra doce, mas vazia, que nunca preenche o espaço em branco deixado no peito. O lugar que antes era de risos e planos agora se torna um eco distante, uma saudade que insiste em se manifestar, sem saber onde se esconder. O que antes parecia futuro, agora é apenas passado, e no entremeio de todas as lembranças, a dor se faz presente, como uma presença invisível, que nos acompanha sem pedir licença.

E o que fica, afinal, é um deserto de emoções, onde a esperança se mistura com a saudade e o amor se dissolve na ausência. A dor de um amor que não pôde ser, que se perdeu por interferências alheias, vai se tornando uma cicatriz que não se fecha completamente. O tempo, como um rio lento, leva com ele os vestígios, mas a marca permanece. A saudade se torna uma companheira constante, que nos observa silenciosamente enquanto seguimos, sabendo que, mesmo quando a vida nos pede para seguir em frente, nunca poderemos apagar completamente o que o coração ainda guarda.

E assim, entre lembranças e silêncios, aprendemos a viver com o vazio, com o eco daquilo que fomos, e com a certeza de que, por mais que o tempo cure, alguns amores, simplesmente, não têm como ser substituídos.

quinta-feira, outubro 31, 2024

Mergulhar no amor é um ato de coragem.


Mergulhar no amor é um ato de coragem,
Uma dança entre o risco e a entrega,
Mas há um temor que sussurra em nossos ouvidos,
Ecoando as cicatrizes de amores rasos.

Ah, como nos ensinamos a hesitar,
A construir muros em vez de pontes,
Temendo que as ondas da paixão nos arrastem,
Que os ventos da vulnerabilidade nos despedaçem.

Mas, querido coração, escute:
Cada amor, mesmo o mais breve,
É uma gota de sabedoria no oceano da vida,
Um aprendizado que molda nossa jornada.

Deixe que o medo se disipe,
Como névoa ao amanhecer,
E permita-se sentir a profundidade,
A doçura do desconhecido que aguarda.

Mergulhe, sem reservas,
Em águas que podem ser geladas,
Mas que também trazem o calor de um abraço,
E a beleza de um olhar que realmente vê.

Cada mergulho é um poema não escrito,
Uma sinfonia de emoções a fluir,
E, quem sabe, nesse abismo profundo,
Você encontrará a luz que sempre buscou.

Então, não tema as sombras do passado,
Pois nelas, também há luz que brilha,
E ao se lançar nas profundezas do amor,
Você poderá redescobrir a si mesmo,
E o quão vasto é o universo de seu ser.

quarta-feira, outubro 30, 2024

Hoje você me dói um pouquinho.

A sensação que tenho é que você gostaria de apagar qualquer vestígio meu da sua vida, como se tivesse descartado todas as memórias e tudo o que dizia sentir. Às vezes, choro um pouquinho, triste por buscar respostas que nunca mais terei. Fico pensando se você me considera um erro, por isso virou as costas pra mim. Tento não pensar nos nossos dias, nem mesmo no último, que, apesar da dor, foi tão bonito e cheio de pertencimento. Queria que aquele momento não tivesse tido fim, mas compreendo que foi necessário.

Quando sento à mesa, penso em quantos jantares ainda compartilharíamos, nas conversas e nas fofocas governamentais que costumávamos fazer. Imagino como seria bom dividir uma carona para o trabalho, agora que temos o mesmo horário, ou almoçar de vez em quando para matar a saudade da sua presença. Esses "ses" me consomem, lembrando das coisas bonitas que viveríamos juntos e dos sonhos que tínhamos a compartilhar. Às vezes, minha mente diz que você me ignora porque me despreza, outras vezes, que tenta se distanciar porque a dor é tão intensa quanto a minha.

Já não te espero mais como antes, e peço desculpas por isso. Também me desculpo por não conseguir tirar você da minha mente e do meu coração. Às vezes, lembro de você me dizer que me amava, e continuo acreditando que foi real. Recentemente, uma amiga comentou sobre minha reação ao ouvir o áudio em que você dizia que me amava. Ouvi umas dez vezes, tentando entender, mas ouvir isso da sua boca, frente a frente, foi tão único e bonito. Nunca pensei em disputar quem diria isso primeiro; foi você quem o fez, como tantas outras coisas lindas.

E sim, eu te amo da mesma maneira, mas é uma dor profunda. Não sei o que fazer com esse amor que carrego no peito, nem com a bagagem que você deixou ao sair da minha vida. Hoje, essa dor está forte, e eu nem posso ter seu abraço para me consolar e me fazer acreditar que fui especial pra você. Só queria dormir e acordar desse pesadelo, com você na minha frente, dizendo que está tudo bem.

quarta-feira, outubro 23, 2024

Carta aberta.


Querido,

Às vezes, me pego a lembrar dos momentos que compartilhamos, e um sorriso surge em meu rosto. É incrível como a felicidade se esconde nas pequenas coisas, e ao nosso lado, essas pequenas coisas se tornaram grandes lembranças. Os jantares em que nossas mãos se entrelaçavam trouxeram uma sensação de conforto que não consigo esquecer. As conversas que fluíam naturalmente sempre me fascinaram; ouvir suas reflexões, seu olhar sobre o mundo, era um presente. A sua inteligência iluminava os meus dias e, de alguma forma, tudo que você dizia tinha um valor imenso. Ninguém nunca se sentiu enfadonho ao seu lado, e isso é um verdadeiro tesouro.

Lembro-me dos abraços que trocamos nas cachoeiras, com a água fresca envolvendo nossos corpos, e a risada contagiante que ecoava ao pularmos juntos as ondas da piscina. Esses momentos simples foram capazes de criar um universo particular onde a alegria era palpável. Estar ao seu lado era como flutuar; a leveza do nosso vínculo me fazia sentir que a vida poderia ser eternamente doce. Não importava se estávamos caminhando de mãos dadas pelas ruas ou apenas deitados, olhando nos olhos um do outro. Era uma conexão que trazia paz e segurança, como um abrigo em meio a tempestades.

Você trouxe luz à minha vida de uma forma que eu nunca soube que era possível. Sua presença era como o calor do Sol em um dia de verão, tornando tudo mais vibrante e cheio de vida. A felicidade que encontrei ao seu lado não era apenas momentânea; era um estado de ser. E, apesar dos desafios que enfrentamos, guardo esses momentos em meu coração, intactos, sem nenhuma mácula. Eles são uma parte fundamental de quem eu sou, e por isso sou grata.

Nos últimos tempos, aprendi a viver sem sua presença. O processo não foi fácil, mas, com o tempo, os dias começaram a se tornar mais leves e amenos. A dor da sua falta, embora ainda exista, já não pesa tanto. Estou começando a me permitir sonhar novamente, a acreditar que um dia encontrarei alguém que me faça sentir tão confortável quanto você me fez. Estou aberta ao que a vida tem a me oferecer, com um coração esperançoso.

As orações que tenho feito são por um futuro onde eu possa encontrar alguém que me faça sentir como você fez, alguém que reconheça e ame cada parte de quem eu sou. O desejo que carrego dentro de mim é que essa pessoa entenda a beleza da vulnerabilidade, que consiga valorizar as pequenas coisas que podem transformar o ordinário em algo extraordinário. Eu sei que mereço ser amada pelo que sou, e estou disposta a buscar isso.

Agradeço pelos momentos que vivemos, por cada risada, por cada olhar cúmplice. Mesmo que nossos caminhos tenham se distanciado, você sempre terá um lugar especial na minha memória. Que a vida continue a nos surpreender e a nos guiar para o que há de melhor.

Com carinho,
Pâmela

terça-feira, outubro 15, 2024

Doces memórias.


Quando eu era criança, meu pai tinha o hábito de nos trazer doces que se tornaram parte da minha infância. Ele comprava doce de abóbora em formato de coração ou amendoim torrado dos ambulantes que entravam no ônibus, oferecendo suas delícias. Essa memória é tão viva que, sempre que vejo um doce de abóbora, meu pai se materializa em minha mente, como uma sombra gentil, trazendo de volta aqueles momentos simples, mas cheios de significado. A imagem do seu sorriso e o carinho nos olhos são um presente que a vida me deu.

Da mesma forma, a música "Yesterday", dos Beatles, é um portal que me leva diretamente à minha mãe. É a canção preferida dela, e sempre que a ouço, visualizo seus cabelos longos e pretos, que lembram a asa de uma graúna, balançando suavemente enquanto ela estende as roupas no varal. Essa cena é como uma pintura em minha memória, vibrante e cheia de vida, onde a nostalgia se mistura ao amor. Quem mais consegue pegar essa referência? É engraçado como algumas situações e objetos têm o poder de nos lembrar de pessoas queridas. Eles agem como chaves que abrem cofres de recordações.

Recentemente, um colega de trabalho se aproximou de mim, e, ao sentir o perfume que ele usava, imediatamente reconheci aquele aroma familiar. Um instante foi suficiente para que uma imagem se formasse em minha mente, trazendo à tona a lembrança de uma pessoa específica, uma memória que eu pensava ter esquecido. Isso me fez refletir sobre como, em algum lugar, em algum momento, alguém poderá sentir um aroma e, assim, eu também estarei lá na mente dessa pessoa, materializada como uma lembrança viva. Essa interconexão das nossas vidas é fascinante.

Acredito que todos que passam por nossas vidas deixam um pouco de si, criando memórias que perduram. É uma verdade universal, um tipo de legado emocional que se entrelaça com nossas experiências diárias. Dias atrás, senti o cheiro de um Monange na embalagem azul e fui transportada de volta aos meus quatorze anos. Era como se o tempo não houvesse passado. A lembrança da adolescência, com suas inseguranças e descobertas, aflorou como um filme em que eu era a protagonista. O cheiro daquele produto me lembrou de momentos de autoafirmação e descoberta, das tentativas de me encaixar e da leveza de uma época que, de certa forma, era mais simples.

É curioso como nossa memória parece ser fotográfica, capturando detalhes que, em muitos casos, acreditamos ter esquecido. Mas será que ela não é, na verdade, um baú velho, repleto de recordações? Cada objeto, cada aroma, cada melodia se transforma em uma cápsula do tempo, guardando não apenas eventos, mas também os sentimentos que vivemos. Nossa memória é um mosaico composto por fragmentos de experiências, uma colcha de retalhos que nos define e nos liga aos outros.

A magia das memórias é que, assim como um doce de abóbora, elas têm o poder de adoçar a vida. Elas nos conectam a quem amamos e a quem perdemos, e cada vez que relembramos um momento especial, temos a chance de reviver a emoção daquele tempo. Talvez, por isso, busquemos incessantemente a companhia das pessoas que nos fazem bem, na esperança de criar novas memórias, enquanto relembramos as antigas.

Ao refletir sobre essas experiências, percebo que o ato de recordar não é apenas um movimento do passado, mas um presente que nos é dado a cada dia. As memórias são como os doces que meu pai trazia, pequenas delícias que se tornam grandes tesouros na nossa vida. E, assim, sigo minha jornada, entre lembranças e novas experiências, sempre atenta ao que o futuro pode me trazer, sabendo que cada aroma, cada canção e cada gesto pode me levar a um lugar especial onde as memórias vivem eternamente.

segunda-feira, outubro 14, 2024

Lembranças nunca se perdem...


Essa noite, mergulhei em um sonho que me transportou a um tempo distante, onde tudo parecia mais simples e leve. Nele, éramos jovens, e as lembranças se entrelaçavam como os fios do meu cabelo, longos e pretos, que você acariciava com tanta delicadeza. O cenário era familiar, um pátio da escola que ainda existe, mas que agora parece mais silencioso e solene sob o céu estrelado da noite.

Estávamos ali, eu e você, envolvidos em uma atmosfera que exalava inocência e amizade. O mundo exterior parecia distante, como se nada mais importasse naquele momento. A vida se resumia ao calor dos nossos corpos próximos, ao conforto da sua presença e ao suave toque das suas mãos nos meus cabelos. Eu te abraçava, sentindo o cheiro do seu perfume, enquanto você, com um gesto carinhoso, me cobria com sua blusa de moletom. Era um abrigo, uma proteção contra tudo que poderia nos perturbar, um símbolo da cumplicidade que existia entre nós.

As palavras não eram necessárias; conversávamos através de olhares e sorrisos, compartilhando segredos que apenas nós dois conhecíamos. Era uma conversa silenciosa, mas cheia de significados, onde cada silêncio carregava um peso de histórias e promessas não ditas. O pátio da escola era o nosso universo, e ali, sentados no banco naquela "área verde", éramos livres para ser quem realmente éramos. Não falávamos sobre o futuro, sobre as incertezas que ele trazia. O momento era apenas nosso, e isso bastava.

A nostalgia tomou conta de mim, trazendo à tona memórias de momentos compartilhados que, embora distantes, pareciam tão vívidos e palpáveis. Eram tempos em que a vida era mais colorida, mais cheia de possibilidades, e eu não podia deixar de sorrir ao relembrar tudo isso. Você sempre foi uma fonte de luz na minha vida, alguém que iluminava os meus dias, mesmo nos momentos mais sombrios. 

O sonho me transportou para um lugar onde éramos apenas duas almas conectadas, desfrutando da companhia um do outro. Era uma sensação única, um calor que emanava do fundo do meu ser, um desejo de congelar aquele momento e guardá-lo para sempre. O seu olhar me transmitia paz e confiança, e eu sentia que poderia ser eu mesma sem medo de julgamento.

Mas, como todo sonho, esse também começou a se dissipar com o tempo. O pátio da escola se tornava nebuloso, e as sombras se misturavam enquanto eu lutava para manter a imagem de você ao meu lado. A consciência de que o sonho estava chegando ao fim me deixava com um aperto no coração. Eu não queria acordar, não queria perder essa sensação de pureza e conexão que havia entre nós.

Quando finalmente abri os olhos, a realidade me acolheu de volta com seu peso familiar. O quarto estava quieto, e a luz da manhã começava a entrar pelas cortinas. O sonho havia se ido, mas as emoções que ele despertou permaneceram. Senti uma saudade profunda, uma nostalgia que me acompanhou durante o dia. O sonho me lembrou do valor da simplicidade, da beleza dos momentos compartilhados e da importância de valorizarmos as conexões que temos com as pessoas que amamos.

Às vezes, a vida nos leva por caminhos inesperados, nos afasta de quem amamos ou dos lugares que nos fizeram felizes. Mas sonhos como esse me fazem acreditar que essas lembranças nunca se perdem; elas permanecem vivas dentro de nós, prontas para serem revisitadas sempre que a saudade apertar. É uma forma de relembrar que, mesmo que os anos passem e a vida mude, a essência dos momentos compartilhados permanece imutável. 

sexta-feira, outubro 11, 2024

A polêmica da unha clara.

Acho que muita gente viu a história da moça que sempre ia ao salão e pedia para a manicure pintar as unhas de uma cor clara, porque queria estar preparada para quando o namorado a pedisse em casamento. A princípio achei que fosse zoação, mas ao assistir o vídeo percebi que realmente era real. Aquele vídeo tem tantas camadas, sabe? E me deixou extremamente triste por ela. Obviamente o cara sabe que o sonho dela é casar, mas não compartilha do mesmo desejo. Acredito que quando uma pessoa sabe o que quer, ela já faz um movimento para que isso aconteça. Qual é a chance de que ela, mesmo que case com esse rapaz, seja feliz? Eu acredito que ínfima. Nada que é forçado dá certo.

Ontem, enquanto lavava as louças, conversava com uma amiga e falávamos sobre a ideia de que as mulheres só serão felizes se casarem. Não demonizo essa ideia, obviamente. Até porque eu também gostaria de encontrar alguém bacana, com os mesmos ideais de vida, e dividir meus dias. Mas aqui falo sobre a necessidade de muitas em se casar mesmo vendo, em letras garrafais e pintado em neon, que aquela pessoa não se adequa àquilo que sempre sonharam. Antes de querer estar com alguém até o fim dos dias, é necessário observar se os dois são compatíveis, se os defeitos do outro são algo com que dá para conviver e não querer casar acreditando que no casamento será diferente.

Observo algumas amigas casadas desgastadas, envelhecidas pelas preocupações e pelo estresse. O casamento precisa ser algo harmonioso, uma grande parceria, para que nos momentos em que a rotina pesar, ela não seja massacrante. Ontem falávamos sobre a dádiva que é sermos livres, solteiras, ao invés de aprisionadas em um casamento por conveniência, sem amor e até mesmo abusivo. E aqui eu digo, mais uma vez, não sou contra o casamento e sim, gostaria de casar. Mas quero casar com alguém que me deixe ser quem sou, que não corte minhas asas e que, acima de tudo, consiga conviver e celebrar a pessoa incrível que sei que sou. E não alguém que me faça esquecer de mim mesma e me faça acreditar que sou uma pessoa difícil de ser amada.

Acredito que é essencial valorizar nossa individualidade e nossos sonhos, independentemente de estarmos em um relacionamento ou não. A felicidade plena vem de dentro, de estarmos em paz com quem somos e com nossas escolhas. Casar não deve ser uma busca desesperada, mas uma consequência natural de encontrar alguém que nos complemente e respeite nossas ambições. É importante lembrar que ser solteira também é uma escolha válida e digna, repleta de oportunidades para crescimento pessoal e liberdade. Então, que cada uma de nós encontre a felicidade em nossos próprios termos, seja ao lado de alguém ou em nossa própria companhia, sempre fiel ao que realmente somos e desejamos para nossas vidas.

quinta-feira, outubro 10, 2024

Sobre nossa criança ferida.


Muitas das situações ruins que vivemos na infância têm o poder de moldar nossa identidade de maneiras profundas e, às vezes, dolorosas. Cada palavra dura, cada olhar de desaprovação, cada momento em que nos sentimos insuficientes, são marcas que ficam gravadas em nossa alma. Essas experiências negativas, muitas vezes, nos transformam em adultos inseguros, roubando de nós sonhos que, em tempos mais inocentes, pareciam perfeitamente alcançáveis.

A insegurança que carregamos como adultos tem raízes profundas em nossos primeiros anos de vida. É difícil explicar como uma palavra ou ação, aparentemente insignificante para quem as diz ou faz, pode ecoar por anos dentro de nós. A criança que ouve repetidamente que não é boa o suficiente, que seus esforços são inúteis, cresce acreditando nessas mentiras. Essas crenças limitantes tornam-se verdades internas, bloqueando nossa confiança e capacidade de sonhar grande.

Desvencilhar-se do que nos aconteceu na infância é uma tarefa árdua. É um processo doloroso de confrontar nossas memórias, reconhecer o impacto delas e, finalmente, trabalhar para reescrever a narrativa que contamos a nós mesmos. Muitas vezes, vivemos no presente, mas nossas mentes e corações estão aprisionados no passado. É como se um pedaço de nós ainda estivesse naquela época, revivendo as mesmas dores e inseguranças, incapaz de seguir em frente completamente.

A luta para separar o passado do presente é contínua. Cada desafio que enfrentamos, cada decisão que tomamos, está tingida por essas experiências passadas. Isso pode nos levar a sabotar nossas próprias oportunidades, a desistir antes mesmo de tentar, porque a voz do passado sussurra que não somos capazes. Os sonhos que tínhamos, que brilhavam tão intensamente quando éramos crianças, muitas vezes se desvanecem sob o peso dessas inseguranças.

Mas há esperança. Reconhecer o impacto do passado é o primeiro passo para a cura. É necessário olhar para dentro e confrontar essas memórias, trazendo à luz as feridas ocultas que nos mantêm presos. É um processo que requer coragem e, muitas vezes, ajuda externa, seja através de terapia, amigos compreensivos ou práticas de autocuidado.

À medida que trabalhamos para nos libertar dessas correntes invisíveis, começamos a redescobrir nossos sonhos. Podemos aprender a acreditar novamente em nossas capacidades, a ver o mundo não como um lugar cheio de armadilhas, mas como um campo de possibilidades. O caminho para a segurança e para a realização dos nossos sonhos pode ser longo e cheio de obstáculos, mas é uma jornada que vale a pena.

No final, é possível viver no presente, verdadeiramente livre do passado. Não se trata de esquecer o que aconteceu, mas de transformar a dor em força, a insegurança em autoconfiança, e os sonhos roubados em realizações possíveis. É uma transformação profunda, onde deixamos de ser prisioneiros do passado para nos tornarmos arquitetos do nosso próprio futuro.

quarta-feira, outubro 09, 2024

Acima de tudo, nunca se abandone.


Ao longo da vida, enfrentamos uma série de abandonos. Pessoas que amamos podem nos deixar, oportunidades podem escapar por entre nossos dedos, e sonhos podem parecer desvanecer. Cada um desses abandonos deixa marcas profundas em nossa alma, fazendo-nos questionar nosso valor e propósito. No entanto, há uma verdade inegável e poderosa: nunca devemos nos abandonar.

Em meio aos abandonos, é fundamental lembrar que somos a única constante em nossas vidas. Aquele que permanece, apesar de todas as adversidades, somos nós mesmos. Portanto, devemos nos tratar com a mesma compaixão, amor e respeito que desejamos receber dos outros. Não podemos permitir que as decepções e perdas nos definam ou nos afastem de nossa própria essência.

Quando tudo parece desmoronar, é o momento de olharmos para dentro e redescobrirmos nossa força interior. É importante cultivar um diálogo interno positivo, que nos incentive a seguir em frente, a acreditar em nossas capacidades e a valorizar nossas conquistas, por menores que possam parecer. Cada pequena vitória é um lembrete de nossa resiliência e capacidade de superação.

Também é crucial lembrar que, apesar dos abandonos, não estamos verdadeiramente sozinhos. Há sempre alguém, em algum lugar, que se importa. Pode ser um amigo, um familiar, ou até mesmo um desconhecido que cruza nosso caminho e oferece um sorriso. A conexão humana é um antídoto poderoso contra o sentimento de abandono.

Envolva-se em atividades que alimentem sua alma e tragam alegria. Redescubra paixões, busque novos interesses e permita-se explorar o desconhecido. A vida é cheia de possibilidades e oportunidades de recomeçar. Cada dia é uma nova chance de construir algo significativo e belo, independente do passado.

Lembre-se de que os abandonos não são um reflexo de sua inadequação, mas sim parte da jornada humana. Todos nós enfrentamos perdas e decepções, e é a maneira como reagimos a elas que realmente define quem somos. Abrace a dor, mas não se prenda a ela. Use-a como um catalisador para o crescimento e autodescoberta.

Acima de tudo, nunca se abandone. Mantenha viva a chama da esperança e da autoaceitação. Você é digno de amor, respeito e felicidade. Não permita que os abandonos da vida ofusquem sua luz interior. Continue a trilhar seu caminho com coragem e determinação, sabendo que, apesar de tudo, você sempre terá a si mesmo. E isso, por si só, é uma razão poderosa para continuar lutando e acreditando em um futuro melhor.

segunda-feira, outubro 07, 2024

A luz que sou


Para ler ao som de Unwritten de Natasha Bedingfield

Em meio às tempestades da vida, quando a mente se torna um campo de batalha, é fácil esquecer quem realmente somos. Os percalços nos fazem questionar nosso valor, mas é nesse exato momento que devemos nos lembrar da luz que brilha dentro de nós. Sou feita de histórias, de experiências e de amores que deixaram marcas profundas. Cada cicatriz conta uma parte da minha jornada, e cada lágrima derramada é um passo em direção ao crescimento.

Não posso deixar que as vozes da dúvida ofusquem a beleza que carrego no coração. Existe um amor incondicional que pulsa em mim, um amor que não se limita ao romantismo, mas se expande para todas as coisas e pessoas que valorizo. Essa força interior é um testemunho da minha importância, não apenas para mim, mas para aqueles que cruzam meu caminho. Eu sou boa o suficiente, e isso não depende da validação externa.

Acredito no amor, não apenas como um destino, mas como um caminho repleto de aprendizagens. Mesmo quando o verdadeiro ainda não chegou, a esperança é uma chama que nunca se apaga. É na espera que me descubro, que me acolho e que me permito sonhar. Estou aberta ao que o universo tem a me oferecer, na certeza de que o amor que busco virá para se acomodar nessa imensidão que sou.

Continuarei a cultivar a fé, a bondade e a resiliência, lembrando-me sempre de que, mesmo nas sombras, sou digna de amor e alegria. Cada dia é uma nova oportunidade de florescer e de ser a melhor versão de mim mesma. E assim, com o coração repleto de luz, sigo em frente, firme na crença de que sou suficiente e que o amor verdadeiro está a caminho ✨

sexta-feira, outubro 04, 2024

Amar é um mergulho profundo no oceano da alma.



Amar é um mergulho profundo no oceano da alma, um convite a explorar os mistérios submersos do coração. É preciso coragem para se lançar nas águas desconhecidas, abandonar a segurança da margem e permitir que as ondas envolvam o corpo e a mente. O amor não é para aqueles que se contentam com o raso, onde os pés tocam o chão e a superfície está sempre ao alcance. Amar exige audácia, um espírito intrépido que se aventura além do visível, mergulhando nas profundezas onde a luz do sol é um vislumbre distante e as correntes podem ser tanto suaves carícias quanto turbulentas tempestades.

No início, há o encanto da descoberta, as cores vibrantes dos corais e a dança graciosa dos peixes que se movem em sincronia. Cada encontro, cada toque, cada palavra é um tesouro encontrado, um fragmento de beleza que alimenta o desejo de ir mais fundo. Mas, à medida que se avança, as águas se tornam mais densas e a pressão aumenta. É nesses momentos que a verdadeira natureza do amor se revela: a necessidade de confiar, de se adaptar e de aprender a respirar de maneira diferente.

A perspicácia é a bússola que guia o mergulhador apaixonado. É ela que ensina a reconhecer os sinais, a distinguir entre a calmaria e a tempestade iminente, a perceber quando é hora de continuar a descer e quando é prudente começar a emergir. Amar é uma dança entre o impulso de se perder nas profundezas e a sabedoria de saber voltar à superfície, trazendo consigo as pérolas encontradas no fundo do mar.

E ao emergir, há um momento de transição, um suspiro que mistura alívio e gratidão. A água escorre do corpo, mas o sal do oceano permanece na pele, uma lembrança de que o amor é tanto uma jornada de descobertas quanto de retornos. Amar é um mergulho constante, um ciclo de imersão e emersão, onde cada nova descida nos leva mais perto de nós mesmos e do outro. É ter a coragem de mergulhar, a audácia de não se contentar com o raso e a perspicácia de saber quando emergir, trazendo consigo a sabedoria e a beleza das profundezas exploradas.

Ecos de um amor iluminado



A verdade é que ainda guardo suas fotografias, mas confesso que não as olho com frequência. Nos dias em que sou mais forte, permito-me revisitar a nós dois, não apenas as lembranças, mas o teu rosto iluminado pelo sol e pela alegria, visível a qualquer um que te visse sorrir, com aquela risada larga e cheia de vida. Você me disse uma vez, ao olhar as fotografias que tirava, que se sentia mais bonito e vivo. Ri e disse que sim, você estava lindo. E você respondeu: é porque estou feliz. Estar ao seu lado me faz bem. E rimos muito, e tive que concordar que a felicidade tem o poder de embelezar as pessoas.

De vez em quando, lembro das conversas, mas, sobretudo, do que éramos um para o outro. Da mão estendida após o jantar, das orações que você fazia à mesa e que me deixavam com o coração tão aquecido. Das inúmeras conversas, da sua inteligência e sabedoria. Com você, tudo era assunto; quase não havia espaço para o silêncio, e, quando havia, era confortável estar ali. Seja abraçada a você, contemplando o nada, seja deitada sobre o seu ombro, conversando amenidades. Estar com você sempre foi confortável, e o engraçado é que era assim quando éramos adolescentes. Nada mudou, afinal.

Hoje, fechei a galeria e não senti doer como nas outras vezes. Acredito que o próprio tempo trata de amenizar a dor da saudade, ou talvez eu esteja apenas seguindo em frente. Talvez amanhã eu lembre de você um pouco menos, talvez daqui uns dias você venha menos à minha mente, mas tenho certeza de que, mesmo que os dias passem, mesmo que minha vida siga outros caminhos e eu encontre um novo alguém, minha mente sempre guardará os teus sorrisos mais bonitos, o teu rosto iluminado pelo sol e os nossos beijos de esquimó. Amo tudo o que construímos e quem éramos juntos. A verdade é que éramos, um para o outro, o sol que iluminava nossas vidas.

quarta-feira, setembro 25, 2024

Si te vas


Hoje, enquanto a melodia de "Si te Vas" da Shakira ecoava nos meus fones de ouvido, fui envolvida por uma onda de lembranças e sentimentos. A letra me pegou de surpresa, trazendo à tona a complexidade dos relacionamentos e a importância que atribuímos às pessoas que cruzam nosso caminho. Às vezes, me deixo levar pela ideia de que, sem aquele amor ou amizade, a vida perderá o sentido, que tudo ficará embaçado e sem cor.

Mas a verdade é que, apesar de todas as emoções intensas que vivemos, é fundamental lembrar que, no final das contas, porque sem você o mundo ainda é o mesmo para mim. A vida segue seu curso, e nós também. As experiências que acumulamos, as lições que aprendemos e até as dores que enfrentamos moldam quem somos, independentemente de estarmos acompanhados ou não.

É doloroso perceber que algumas relações que julgamos inabaláveis podem se desvanecer, mas isso me convida a uma reflexão profunda. O que realmente nos define? É a presença de outra pessoa ou a força que encontramos dentro de nós mesmos? As músicas que escutamos muitas vezes trazem à tona essas questões, e "Si te Vas" é um lembrete poderoso de que a vida não para, mesmo diante da partida de alguém.

Assim, neste desabafo, decido olhar para dentro. Como me sinto quando uma conexão se vai? É normal sentir falta, é normal querer que as coisas fossem diferentes. Mas, ao me deparar com a solidão, descubro a oportunidade de redescobrir quem sou, de me reerguer e de seguir em frente, mesmo que a melodia da saudade ainda toque em meu coração.

Com a música ao fundo, sigo refletindo, não apenas sobre a ausência, mas sobre a força que carrego e a esperança que nunca se apaga. O mundo continua, e, com ele, a chance de criar novas histórias e vivenciar novas emoções.

sexta-feira, setembro 20, 2024

Quem poderia prever?

À primeira vista, parecia uma boa ideia. Voltar para alguém com quem havia me relacionado na adolescência soava como uma oportunidade de resgatar algo bonito, uma chance de reviver momentos que um dia trouxeram tanta felicidade. A nostalgia e a esperança de um recomeço me cegaram para o que estava à frente.

Seria lindo, realmente, se a pessoa não tivesse escondido sua instabilidade emocional. Se ao menos tivesse sido honesta sobre as tempestades internas que enfrentava, eu poderia ter me preparado ou, quem sabe, escolhido não me envolver novamente. A realidade, porém, foi cruelmente diferente.

A dor de ter sido envolvida em algo que jamais desejaria é quase indescritível. Fui quebrada em mil cacos, e cada fragmento de mim ficou espalhado em memórias que eu preferia esquecer. É triste, profundamente triste, perceber que pessoas não têm responsabilidade afetiva, e que suas ações nos fazem passar por situações que claramente não merecemos.

Eu estava em um bom momento da minha vida, estabilizada emocionalmente, sentindo-me forte e segura. Mas ao abraçar essa reconexão, era como se eu tivesse abraçado a própria bomba de Hiroshima. Uma explosão emocional que devastou tudo o que eu havia construído dentro de mim.

Os momentos bonitos ainda têm seu valor, sim. Não posso negar que houveram sorrisos, momentos de carinho, declarações e conexão que me aqueceram o coração. Contudo, a dor emocional que veio depois, após o término, é uma sombra que não consigo ignorar. Ela me faz repensar se eu não deveria ter apenas ignorado o contato, ter seguido em frente sem olhar para trás.

Às vezes, reviver o passado parece uma boa ideia, mas o preço que pagamos pode ser alto demais. E agora, enquanto coleto os pedaços de mim mesma, só posso desejar que da próxima vez eu escolha a minha própria paz antes de qualquer coisa.


Há tempos não escrevo algo tão pessoal, mas quando dei por mim o texto estava escrito. 

quinta-feira, junho 27, 2024

Na penumbra da saudade, me perco
Num labirinto de memórias e desejos,
Cada lembrança é um eco,
De momentos vividos, de beijos.

O tempo, implacável, avança,
Mas a saudade, eterna, persiste.
É um sentimento que cansa,
Mas que também nos mantém vivos, existe.

Revejo teus olhos em sonhos,
Teu riso, uma melodia distante.
São fragmentos, pedaços tristonhos,
De um amor que foi, mas é constante.

A saudade é como um mar,
Ondas que vêm e que vão,
Nos levando a navegar,
Nas águas profundas do coração.

Em cada canto, em cada esquina,
Teu vulto surge, quase real.
É a saudade que me ensina,
Que amar é um ato imortal.

Assim, sigo minha jornada,
Com a saudade como companheira,
Ela é dor, mas também é morada,
De um amor que não finda, inteira.

quinta-feira, junho 13, 2024

Recomeçar.


Recomeçar é como o amanhecer depois de uma longa noite de tempestades. É o sopro suave do vento, trazendo consigo o aroma da esperança e a promessa de novos horizontes. Cada recomeço é um suspiro profundo da alma, um momento de pausa entre o que foi e o que está por vir. É o cerrar dos olhos para vislumbrar, no escuro, a luz tímida de um novo dia que se insinua no horizonte.

Recomeçar é sentir o frio da madrugada e, ao mesmo tempo, a chama quente da renovação acendendo no peito. É quando a vida nos oferece a chance de ser fênix, de renascer das próprias cinzas, mais forte e mais sábio. É o instante em que aceitamos que as cicatrizes são mapas, traçando o caminho percorrido, mas que não definem o destino.

Cada recomeço é uma dança entre o passado e o futuro, um bailado de esperanças e incertezas. É o momento de acolher o desconhecido, de abraçar o inesperado, de se lançar ao vazio com a certeza de que as asas se abrirão no momento certo. É a arte de se permitir ser vulnerável, de encontrar beleza nas imperfeições e de acreditar que o melhor ainda está por vir.

Recomeçar é ouvir o sussurro do coração e seguir adiante, mesmo quando os passos são incertos e o caminho parece nebuloso. É encontrar força no amor-próprio, na coragem silenciosa que nos move, na fé inabalável que temos em nós mesmos. É ser jardineiro da própria existência, semeando sonhos e cultivando realidades, sabendo que cada flor que desabrocha traz consigo a promessa de um novo começo.

E assim, recomeçar é mais do que um ato; é uma celebração da vida em sua forma mais pura. É um tributo à resiliência humana, à capacidade infinita de se reinventar e de encontrar, em cada final, um novo ponto de partida. Porque recomeçar é, afinal, a eterna jornada de se redescobrir e de se permitir ser, sempre, uma versão melhor de si mesmo.



sexta-feira, junho 07, 2024

LH.

Maria Bethânia recita que cartas de amores são ridículas. Sorrio enquanto ridiculamente me deixo colocar no papel o que povoa os meus pensamentos e cresce em meu peito. A verdade é que você vem crescendo dentro de mim com a mesma facilidade que um grão de feijão tem de germinar em um algodãozinho de tarefa escolar. Naturalmente e sem pretensão alguma.

Desde que você chegou tenho observado a vida por um prisma diferente. A tua voz mansa acalma esse meu coração irrequieto, os teus sonhos compartilhados me levam a uma arquibancada com pompons e gritos de guerra tal qual animadoras de torcida e a tua disciplina me inspira a querer ser melhor para mim para o mundo.

Olhar para o meu interior não me causa estranhamento, porque a leveza que me abraça quando estou contigo me convence que mereço todo o afeto e atenção que me dedicas. Tudo em você é bonito, cheio de cor e pertencimento. Ainda que tantas vezes eu tenha que lutar contra a minha mente sabotadora que insistes em dizer que a felicidade não é para mim.

É bonito me ver dentro dos teus olhos de piscina e saber que há reciprocidade no sentir e mais belo ainda é saber que se antes eu sonhava com teus beijos hoje posso tê-los para mim.

terça-feira, março 19, 2024

Relações não precisam ser ringues de batalha.




  • Se você não é protagonista da novela das nove, então não precisa passar por tantas adversidades para viver uma história de amor. Entendo que algumas pessoas são desafiadoras e conquistá-las, às vezes, se torna uma questão de honra. Mas, entenda: não há honra alguma em insistir em quem nos dá a mínima. A gente tem essa mania de flertar com a ilusão, de tentar provar que é bom o bastante para determinada pessoa e que merece ser escolhido. O problema é que não enxergamos o quanto é prejudicial para nós entrar neste tipo de embate. Se colocar em uma prateleira, à mão do outro, para que ele pegue quando e se quiser não deveria sequer ser uma opção em nossas vidas.

    Deixemos a romantização de relacionamentos complicados para as telenovelas, pois não há nada mais delicioso do que a reciprocidade no sentir, estar ao lado de quem faz questão da nossa presença e viver uma relação sem joguinhos. Não há nada mais prazeroso do que dividir a vida com quem faz questão de nos deixar felizes e seguros. Quem nos quer de verdade faz de tudo para ser certeza, nunca para ser dúvida. Se bem pensássemos não demoraríamos em relações desgastantes, não deixaríamos o nosso futuro na mão de quem não sabe o caminho que deseja seguir, não nos manteríamos tão disponíveis. Até porque em algum lugar deve haver alguém que tenha os mesmos sonhos e ideais de vida, alguém à procura de uma pessoa com as mesmas qualidades que você detém. Então, mesmo que esta pessoa cruze o seu caminho há uma grande chance dela não te encontrar se você estiver perdendo tempo com quem demonstra não estar tão a fim de você.


    Relações não precisam ser ringues de batalha.

    Amores precisam ser leves, macios e agradáveis de se viver. A gente precisa de sossego, ter paz para poder ir e vir sem preocupações, olhar para o outro ao nosso lado e saber que ele está aí por livre espontânea vontade. Que não foi preciso artifícios, planos mirabolantes, simpatias e qualquer coisa do tipo para convencê-lo a ficar. Relacionamento não é coisa complicada. Complicado mesmo é tentar se relacionar com alguém que não tem os mesmos objetivos, que despreza tudo aquilo que é importante para nós e que não tem os mesmos princípios.

    Sempre que precisar provar a alguém que você é bom o suficiente e que você merece ser escolhido analise o porquê é tão importante ser aprovado por alguém. Às vezes o nosso ego pode nos levar a lugares que não merecemos estar. E sim, todo mundo merece amar alguém que o ame de volta. Alguém que deixe claro que está ali, que não tem medo de demonstrar afeto e que faz de tudo para que você saiba que é importante. Alguém que seja bem facinho amar.

    Escolher alguém com quem conviver deveria ser matéria de escola, tendo em vista que as nossas relações são uma parte muito importante de nossas vidas. Desperdiçar o tempo que temos com quem não nos ama é matar a vida temos. Ninguém nos devolve o tempo que se passa ao lado de quem não é para nós.

Escolher alguém com quem conviver deveria ser matéria de escola, tendo em vista que as nossas relações são uma parte muito importante de nossas vidas. Desperdiçar o tempo que temos com quem não nos ama é matar a vida temos. Ninguém nos devolve o tempo que se passa ao lado de quem não é para nós.

Sempre que precisar provar a alguém que você é bom o suficiente e que você merece ser escolhido analise o porquê é tão importante ser aprovado por alguém. Às vezes o nosso ego pode nos levar a lugares que não merecemos estar. E sim, todo mundo merece amar alguém que o ame de volta. Alguém que deixe claro que está ali, que não tem medo de demonstrar afeto e que faz de tudo para que você saiba que é importante. Alguém que seja bem facinho amar.

Escolher alguém com quem conviver deveria ser matéria de escola, tendo em vista que as nossas relações são uma parte muito importante de nossas vidas. Desperdiçar o tempo que temos com quem não nos ama é matar a vida temos. Ninguém nos devolve o tempo que se passa ao lado de quem não é para nós.

Sempre que precisar provar a alguém que você é bom o suficiente e que você merece ser escolhido analise o porquê é tão importante ser aprovado por alguém. Às vezes o nosso ego pode nos levar a lugares que não merecemos estar. E sim, todo mundo merece amar alguém que o ame de volta. Alguém que deixe claro que está ali, que não tem medo de demonstrar afeto e que faz de tudo para que você saiba que é importante. Alguém que seja bem facinho amar.
Escolher alguém com quem conviver deveria ser matéria de escola, tendo em vista que as nossas relações são uma parte muito importante de nossas vidas. Desperdiçar o tempo que temos com quem não nos ama é matar a vida temos. Ninguém nos devolve o tempo que se passa ao lado de quem não é para nós.

Sempre que precisar provar a alguém que você é bom o suficiente e que você merece ser escolhido analise o porquê é tão importante ser aprovado por alguém. Às vezes o nosso ego pode nos levar a lugares que não merecemos estar. E sim, todo mundo merece amar alguém que o ame de volta. Alguém que deixe claro que está ali, que não tem medo de demonstrar afeto e que faz de tudo para que você saiba que é importante. Alguém que seja bem facinho amar.