sexta-feira, janeiro 24, 2025

Hoje, não. Amanhã, quem sabe.


A vida é estranha. Muda numa velocidade que mal conseguimos acompanhar. Nos últimos anos, eu amei tanto uma pessoa que acreditava, com todo o meu ser, que o destino nos uniria para sempre. Até que, um dia, meus sentimentos começaram a mudar. Meu amor, que antes parecia tão imutável, se ressignificou.

Conversamos recentemente. Ele me disse, com uma sinceridade que quase doeu de tão bonita: "Eu ainda te amo como sempre te amei." E tudo o que consegui responder foi: "Eu também amo você, mas não da forma que você gostaria."

Havia um peso no meu coração enquanto eu dizia isso, quase como se fosse crueldade admitir que não amamos mais alguém que só quer o nosso amor. Mas, nos últimos tempos, venho refletindo muito. Eu quero viver de acordo com aquilo em que acredito: quero um amor que me faça suspirar, que me dê vontade de acordar todos os dias e acreditar que a vida vale a pena.

Sei que pode soar utópico, mas não quero estar com alguém se meu coração não arde mais por essa pessoa. Quero sentir aquele frio na barriga, aquela ansiedade gostosa de enviar um “bom dia”. Quero fazer uma vídeo chamada só para saber como foi o dia ou compartilhar uma fofoca boba. Quero alguém com quem eu possa ser completamente eu: para falar sobre astrofísica ou qualquer bobagem sem filtro. Alguém que me acompanhe em qualquer assunto e que tope qualquer aventura, porque o mais importante é estarmos juntos.

Às vezes me sinto ingênua ou idealista em relação ao amor romântico, mas acredito que a vida é rara demais e curta demais para não corrermos atrás dos nossos sonhos. Não quero viver um amor morno, porque sei o quanto meu peito clama por algo intenso e verdadeiro. Essas conversas difíceis me deixam ansiosa, apertam meu coração, mas não posso trair o que sinto. Não posso aceitar um amor que, mesmo que antes tenha sido tudo, hoje já não faz meu coração acelerar.

A vida é assim. Aqueles que acreditávamos que amaríamos para sempre acabam se distanciando, como uma cena de filme que desbota aos poucos. Amores vêm e vão, como marés que se retraem com o tempo. O amor muda também. É fluido, inconstante, e às vezes nos deixa perplexos.

Lembrei recentemente de uma frase que ouvi tempos atrás: “Sinto que, quando eu voltar para você, você não vai me querer mais, assim como já não quer mais essa pessoa que você amou.” Ri quando ouvi aquilo. Mas esta semana, pensando nisso, percebi que talvez seja verdade. Talvez chegue o dia em que eu realmente não queira. Hoje, não. Amanhã, quem sabe.

quinta-feira, dezembro 05, 2024

Sobre nosso sagrado.


O que está dentro de nós é intocável, sagrado, e ninguém tem o poder de macular ou modificar. Mesmo que o mundo nos ataque ou tentem nos manipular, a essência do nosso ser permanece preservada, pois, no fundo, nosso coração detém toda a verdade dos nossos sentimentos. Ele é o guardião das emoções mais profundas, onde a luz de nossas virtudes mais autênticas floresce, imune às intempéries externas.

Neste espaço sagrado, nada pode destruir aquilo que é nascido no coração de Deus. Ele é o criador da nossa essência, e, por mais que o mundo tente nos afastar da nossa verdade, a chama divina que habita em nós nunca se apaga. Nosso coração, guiado por Sua luz, é o lugar onde a paz e o amor se cultivam, mesmo em meio às adversidades da vida.

O apóstolo Paulo nos lembra em Filipenses 4:8 que devemos focar em tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, e de boa fama. Quando nossa mente se ocupa desses pensamentos, alinhados com o divino, somos capazes de enfrentar qualquer desafio com firmeza, pois nossa alma está enraizada no que é eterno e imutável. O mundo pode tentar lançar sombras sobre nós, mas a verdade e a bondade de Deus são mais fortes do que qualquer tentativa de destruição.

Portanto, mesmo diante das dificuldades, devemos manter o foco naquilo que realmente importa: o que é puro e verdadeiro no nosso coração, que é onde Deus habita. Nada do que é temporal pode modificar a paz e o amor que Ele semeia em nós. A cada momento, po
demos escolher permanecer firmes, nutrindo nossa alma com pensamentos que glorifiquem a bondade e a virtude, sabendo que o que é divino dentro de nós nunca será corrompido.

O mal, por mais que se apresente com suas artimanhas, nunca prevalecerá sobre aquilo que Deus já decretou que é para ser. O Senhor, em Sua soberania, já estabeleceu o propósito de cada vida, e nada neste mundo tem o poder de alterar o que Ele planejou. O que Deus iniciou em nós, Ele completará, pois Sua palavra é infalível e Seu amor é imensurável. O mal pode tentar nos desviar, mas a verdade divina e o destino que Ele nos reservou sempre prevalecerão.

quarta-feira, dezembro 04, 2024

O barco sempre pode voltar ao cais de onde partiu.



O barco sempre pode voltar ao cais de onde partiu. Em relações amorosas, muitas vezes nos sentimos como navegadores em alto-mar, buscando novas experiências, aventuras e, acima de tudo, a felicidade. Mas, assim como os navegadores sabem quando é hora de retornar, também precisamos reconhecer quando é o momento de voltar para onde nos sentimos seguros e amados. Às vezes, partir é necessário para crescer e aprender, mas isso não significa que não podemos voltar atrás quando percebemos que a verdadeira felicidade está no cais que deixamos.

Em um relacionamento, partir pode ser uma tentativa de encontrar algo que sentimos estar faltando. Podemos acreditar que a grama é mais verde do outro lado, que novos horizontes nos trarão a satisfação que buscamos. No entanto, ao nos distanciarmos, muitas vezes percebemos que a felicidade verdadeira reside nas pequenas coisas que deixamos para trás. O cais que abandonamos, cheio de memórias e amor, pode ser o lugar onde realmente pertencemos. Voltar para ele não é um sinal de fraqueza, mas sim de coragem e sabedoria.

Mudar de ideia não é algo a ser temido ou julgado. É natural e humano repensar decisões, especialmente quando se trata de amor e felicidade. As relações são complexas e, às vezes, precisamos de distância para entender seu verdadeiro valor. Ao voltarmos, trazemos conosco uma nova perspectiva, um renovado apreço pelo que realmente importa. Esse retorno ao cais é uma oportunidade de recomeço, de fortalecer laços e de construir um futuro ainda mais sólido e feliz.

Buscar a felicidade é uma jornada contínua, e cada um de nós tem o direito de navegar em diferentes direções até encontrá-la. Mas nunca devemos esquecer que o cais de onde partimos está sempre lá, esperando por nós. Ele representa a segurança, o amor e as memórias que nos moldaram. Ao perceber que o que buscamos estava sempre ao nosso alcance, podemos retornar, sabendo que o cais, com todos os seus tesouros, está pronto para nos acolher de volta e oferecer uma nova chance de felicidade.

segunda-feira, novembro 25, 2024

Portas que se fecham.


Ontem senti remorso por não te amar mais, mas ao mesmo tempo, me senti aliviada por não ser mais aquela que aguardava por você. Esperei tanto tempo, mas percebi que a vida tinha algo maior a me oferecer. Achava que o seu amor era tudo, mas percebi que as suas migalhas apenas forravam meu estômago. Sempre tive fome de mais e hoje, não quero me contentar com algo menos do que mereço. Meu coração se despedaçou ao te ouvir chorar, mas ao mesmo tempo, lembrei de tantas vezes que chorei por você. Desculpe se hoje não consigo me comover ao ponto de te deixar retornar, mas sempre tive aquela filosofia de que algumas portas se fecham para sempre depois que as atravessamos. A sua eu quis não só fechar, mas mudar a chave. Troquei a roupa de cama, esvaziei os cômodos das suas lembranças e limpei todas as gavetas. Outro alguém se acomodou e me mostrou o quanto é bom viver num sentimento doce e recíproco. Sim, você sabe que esse alguém também se foi e talvez por isso tenha a esperança de regressar. Acontece que as pessoas mudam, meus sentimentos mudaram, e não é a presença de alguém que me impede de te receber. É o amor que se resignificou a ponto de entender que realmente não era para ser.

quarta-feira, novembro 06, 2024

Sobre o amor que fica...

É difícil aceitar o fim de um amor que foi bom, daqueles que aquecem a alma e tornam os dias mais leves, mas que, por mãos que não pertencem a nós, se perderam no caminho. Há algo quase poético na maneira como o amor, quando é verdadeiro, deixa marcas indeléveis em nosso coração, mas também uma dor que insiste em permanecer, mesmo quando o fim já foi selado.

E, por mais que o tempo passe, não há como evitar os lembretes que surgem nas esquinas da vida. Um cheiro familiar no ar, uma melodia que soa por acaso, o simples gesto de preparar o prato que tanto amávamos. Cada um desses pequenos detalhes nos arrasta para um lugar distante, onde ele ainda está ali, perto, como se o tempo não tivesse ousado nos separar. Não importa quantas vezes tentemos seguir em frente, o outro sempre se esgueira nas frestas da memória, e em cada lembrança, o amor se refaz e se desfaz, com uma ternura que nos rasga por dentro.

E é impossível não sentir a ausência, como uma ausência palpável, cada vez mais pungente. Esperar uma mensagem e saber que ela não virá mais é como esperar por algo que sabemos que jamais acontecerá, como olhar para o céu e desejar um sol que já se pôs. Não haverá mais o toque suave das palavras de bom dia, o conforto nas conversas cotidianas, nem o riso compartilhado nas pequenas fofocas que eram só nossas. O silêncio que se instala é pesado, cheio de palavras não ditas, de gestos não dados. Cada espaço, antes ocupado pela presença dele, agora se esvazia, e o vazio toma conta de tudo.

Fica uma falta que nada pode preencher. Nenhum sonho, por mais belo que seja, consegue substituir o que foi perdido. A memória se torna uma sombra doce, mas vazia, que nunca preenche o espaço em branco deixado no peito. O lugar que antes era de risos e planos agora se torna um eco distante, uma saudade que insiste em se manifestar, sem saber onde se esconder. O que antes parecia futuro, agora é apenas passado, e no entremeio de todas as lembranças, a dor se faz presente, como uma presença invisível, que nos acompanha sem pedir licença.

E o que fica, afinal, é um deserto de emoções, onde a esperança se mistura com a saudade e o amor se dissolve na ausência. A dor de um amor que não pôde ser, que se perdeu por interferências alheias, vai se tornando uma cicatriz que não se fecha completamente. O tempo, como um rio lento, leva com ele os vestígios, mas a marca permanece. A saudade se torna uma companheira constante, que nos observa silenciosamente enquanto seguimos, sabendo que, mesmo quando a vida nos pede para seguir em frente, nunca poderemos apagar completamente o que o coração ainda guarda.

E assim, entre lembranças e silêncios, aprendemos a viver com o vazio, com o eco daquilo que fomos, e com a certeza de que, por mais que o tempo cure, alguns amores, simplesmente, não têm como ser substituídos.

quinta-feira, outubro 31, 2024

Mergulhar no amor é um ato de coragem.


Mergulhar no amor é um ato de coragem,
Uma dança entre o risco e a entrega,
Mas há um temor que sussurra em nossos ouvidos,
Ecoando as cicatrizes de amores rasos.

Ah, como nos ensinamos a hesitar,
A construir muros em vez de pontes,
Temendo que as ondas da paixão nos arrastem,
Que os ventos da vulnerabilidade nos despedaçem.

Mas, querido coração, escute:
Cada amor, mesmo o mais breve,
É uma gota de sabedoria no oceano da vida,
Um aprendizado que molda nossa jornada.

Deixe que o medo se disipe,
Como névoa ao amanhecer,
E permita-se sentir a profundidade,
A doçura do desconhecido que aguarda.

Mergulhe, sem reservas,
Em águas que podem ser geladas,
Mas que também trazem o calor de um abraço,
E a beleza de um olhar que realmente vê.

Cada mergulho é um poema não escrito,
Uma sinfonia de emoções a fluir,
E, quem sabe, nesse abismo profundo,
Você encontrará a luz que sempre buscou.

Então, não tema as sombras do passado,
Pois nelas, também há luz que brilha,
E ao se lançar nas profundezas do amor,
Você poderá redescobrir a si mesmo,
E o quão vasto é o universo de seu ser.