quinta-feira, outubro 31, 2024

Mergulhar no amor é um ato de coragem.


Mergulhar no amor é um ato de coragem,
Uma dança entre o risco e a entrega,
Mas há um temor que sussurra em nossos ouvidos,
Ecoando as cicatrizes de amores rasos.

Ah, como nos ensinamos a hesitar,
A construir muros em vez de pontes,
Temendo que as ondas da paixão nos arrastem,
Que os ventos da vulnerabilidade nos despedaçem.

Mas, querido coração, escute:
Cada amor, mesmo o mais breve,
É uma gota de sabedoria no oceano da vida,
Um aprendizado que molda nossa jornada.

Deixe que o medo se disipe,
Como névoa ao amanhecer,
E permita-se sentir a profundidade,
A doçura do desconhecido que aguarda.

Mergulhe, sem reservas,
Em águas que podem ser geladas,
Mas que também trazem o calor de um abraço,
E a beleza de um olhar que realmente vê.

Cada mergulho é um poema não escrito,
Uma sinfonia de emoções a fluir,
E, quem sabe, nesse abismo profundo,
Você encontrará a luz que sempre buscou.

Então, não tema as sombras do passado,
Pois nelas, também há luz que brilha,
E ao se lançar nas profundezas do amor,
Você poderá redescobrir a si mesmo,
E o quão vasto é o universo de seu ser.

quarta-feira, outubro 30, 2024

Hoje você me dói um pouquinho.

A sensação que tenho é que você gostaria de apagar qualquer vestígio meu da sua vida, como se tivesse descartado todas as memórias e tudo o que dizia sentir. Às vezes, choro um pouquinho, triste por buscar respostas que nunca mais terei. Fico pensando se você me considera um erro, por isso virou as costas pra mim. Tento não pensar nos nossos dias, nem mesmo no último, que, apesar da dor, foi tão bonito e cheio de pertencimento. Queria que aquele momento não tivesse tido fim, mas compreendo que foi necessário.

Quando sento à mesa, penso em quantos jantares ainda compartilharíamos, nas conversas e nas fofocas governamentais que costumávamos fazer. Imagino como seria bom dividir uma carona para o trabalho, agora que temos o mesmo horário, ou almoçar de vez em quando para matar a saudade da sua presença. Esses "ses" me consomem, lembrando das coisas bonitas que viveríamos juntos e dos sonhos que tínhamos a compartilhar. Às vezes, minha mente diz que você me ignora porque me despreza, outras vezes, que tenta se distanciar porque a dor é tão intensa quanto a minha.

Já não te espero mais como antes, e peço desculpas por isso. Também me desculpo por não conseguir tirar você da minha mente e do meu coração. Às vezes, lembro de você me dizer que me amava, e continuo acreditando que foi real. Recentemente, uma amiga comentou sobre minha reação ao ouvir o áudio em que você dizia que me amava. Ouvi umas dez vezes, tentando entender, mas ouvir isso da sua boca, frente a frente, foi tão único e bonito. Nunca pensei em disputar quem diria isso primeiro; foi você quem o fez, como tantas outras coisas lindas.

E sim, eu te amo da mesma maneira, mas é uma dor profunda. Não sei o que fazer com esse amor que carrego no peito, nem com a bagagem que você deixou ao sair da minha vida. Hoje, essa dor está forte, e eu nem posso ter seu abraço para me consolar e me fazer acreditar que fui especial pra você. Só queria dormir e acordar desse pesadelo, com você na minha frente, dizendo que está tudo bem.

quarta-feira, outubro 23, 2024

Carta aberta.


Querido,

Às vezes, me pego a lembrar dos momentos que compartilhamos, e um sorriso surge em meu rosto. É incrível como a felicidade se esconde nas pequenas coisas, e ao nosso lado, essas pequenas coisas se tornaram grandes lembranças. Os jantares em que nossas mãos se entrelaçavam trouxeram uma sensação de conforto que não consigo esquecer. As conversas que fluíam naturalmente sempre me fascinaram; ouvir suas reflexões, seu olhar sobre o mundo, era um presente. A sua inteligência iluminava os meus dias e, de alguma forma, tudo que você dizia tinha um valor imenso. Ninguém nunca se sentiu enfadonho ao seu lado, e isso é um verdadeiro tesouro.

Lembro-me dos abraços que trocamos nas cachoeiras, com a água fresca envolvendo nossos corpos, e a risada contagiante que ecoava ao pularmos juntos as ondas da piscina. Esses momentos simples foram capazes de criar um universo particular onde a alegria era palpável. Estar ao seu lado era como flutuar; a leveza do nosso vínculo me fazia sentir que a vida poderia ser eternamente doce. Não importava se estávamos caminhando de mãos dadas pelas ruas ou apenas deitados, olhando nos olhos um do outro. Era uma conexão que trazia paz e segurança, como um abrigo em meio a tempestades.

Você trouxe luz à minha vida de uma forma que eu nunca soube que era possível. Sua presença era como o calor do Sol em um dia de verão, tornando tudo mais vibrante e cheio de vida. A felicidade que encontrei ao seu lado não era apenas momentânea; era um estado de ser. E, apesar dos desafios que enfrentamos, guardo esses momentos em meu coração, intactos, sem nenhuma mácula. Eles são uma parte fundamental de quem eu sou, e por isso sou grata.

Nos últimos tempos, aprendi a viver sem sua presença. O processo não foi fácil, mas, com o tempo, os dias começaram a se tornar mais leves e amenos. A dor da sua falta, embora ainda exista, já não pesa tanto. Estou começando a me permitir sonhar novamente, a acreditar que um dia encontrarei alguém que me faça sentir tão confortável quanto você me fez. Estou aberta ao que a vida tem a me oferecer, com um coração esperançoso.

As orações que tenho feito são por um futuro onde eu possa encontrar alguém que me faça sentir como você fez, alguém que reconheça e ame cada parte de quem eu sou. O desejo que carrego dentro de mim é que essa pessoa entenda a beleza da vulnerabilidade, que consiga valorizar as pequenas coisas que podem transformar o ordinário em algo extraordinário. Eu sei que mereço ser amada pelo que sou, e estou disposta a buscar isso.

Agradeço pelos momentos que vivemos, por cada risada, por cada olhar cúmplice. Mesmo que nossos caminhos tenham se distanciado, você sempre terá um lugar especial na minha memória. Que a vida continue a nos surpreender e a nos guiar para o que há de melhor.

Com carinho,
Pâmela

terça-feira, outubro 15, 2024

Doces memórias.


Quando eu era criança, meu pai tinha o hábito de nos trazer doces que se tornaram parte da minha infância. Ele comprava doce de abóbora em formato de coração ou amendoim torrado dos ambulantes que entravam no ônibus, oferecendo suas delícias. Essa memória é tão viva que, sempre que vejo um doce de abóbora, meu pai se materializa em minha mente, como uma sombra gentil, trazendo de volta aqueles momentos simples, mas cheios de significado. A imagem do seu sorriso e o carinho nos olhos são um presente que a vida me deu.

Da mesma forma, a música "Yesterday", dos Beatles, é um portal que me leva diretamente à minha mãe. É a canção preferida dela, e sempre que a ouço, visualizo seus cabelos longos e pretos, que lembram a asa de uma graúna, balançando suavemente enquanto ela estende as roupas no varal. Essa cena é como uma pintura em minha memória, vibrante e cheia de vida, onde a nostalgia se mistura ao amor. Quem mais consegue pegar essa referência? É engraçado como algumas situações e objetos têm o poder de nos lembrar de pessoas queridas. Eles agem como chaves que abrem cofres de recordações.

Recentemente, um colega de trabalho se aproximou de mim, e, ao sentir o perfume que ele usava, imediatamente reconheci aquele aroma familiar. Um instante foi suficiente para que uma imagem se formasse em minha mente, trazendo à tona a lembrança de uma pessoa específica, uma memória que eu pensava ter esquecido. Isso me fez refletir sobre como, em algum lugar, em algum momento, alguém poderá sentir um aroma e, assim, eu também estarei lá na mente dessa pessoa, materializada como uma lembrança viva. Essa interconexão das nossas vidas é fascinante.

Acredito que todos que passam por nossas vidas deixam um pouco de si, criando memórias que perduram. É uma verdade universal, um tipo de legado emocional que se entrelaça com nossas experiências diárias. Dias atrás, senti o cheiro de um Monange na embalagem azul e fui transportada de volta aos meus quatorze anos. Era como se o tempo não houvesse passado. A lembrança da adolescência, com suas inseguranças e descobertas, aflorou como um filme em que eu era a protagonista. O cheiro daquele produto me lembrou de momentos de autoafirmação e descoberta, das tentativas de me encaixar e da leveza de uma época que, de certa forma, era mais simples.

É curioso como nossa memória parece ser fotográfica, capturando detalhes que, em muitos casos, acreditamos ter esquecido. Mas será que ela não é, na verdade, um baú velho, repleto de recordações? Cada objeto, cada aroma, cada melodia se transforma em uma cápsula do tempo, guardando não apenas eventos, mas também os sentimentos que vivemos. Nossa memória é um mosaico composto por fragmentos de experiências, uma colcha de retalhos que nos define e nos liga aos outros.

A magia das memórias é que, assim como um doce de abóbora, elas têm o poder de adoçar a vida. Elas nos conectam a quem amamos e a quem perdemos, e cada vez que relembramos um momento especial, temos a chance de reviver a emoção daquele tempo. Talvez, por isso, busquemos incessantemente a companhia das pessoas que nos fazem bem, na esperança de criar novas memórias, enquanto relembramos as antigas.

Ao refletir sobre essas experiências, percebo que o ato de recordar não é apenas um movimento do passado, mas um presente que nos é dado a cada dia. As memórias são como os doces que meu pai trazia, pequenas delícias que se tornam grandes tesouros na nossa vida. E, assim, sigo minha jornada, entre lembranças e novas experiências, sempre atenta ao que o futuro pode me trazer, sabendo que cada aroma, cada canção e cada gesto pode me levar a um lugar especial onde as memórias vivem eternamente.

segunda-feira, outubro 14, 2024

Lembranças nunca se perdem...


Essa noite, mergulhei em um sonho que me transportou a um tempo distante, onde tudo parecia mais simples e leve. Nele, éramos jovens, e as lembranças se entrelaçavam como os fios do meu cabelo, longos e pretos, que você acariciava com tanta delicadeza. O cenário era familiar, um pátio da escola que ainda existe, mas que agora parece mais silencioso e solene sob o céu estrelado da noite.

Estávamos ali, eu e você, envolvidos em uma atmosfera que exalava inocência e amizade. O mundo exterior parecia distante, como se nada mais importasse naquele momento. A vida se resumia ao calor dos nossos corpos próximos, ao conforto da sua presença e ao suave toque das suas mãos nos meus cabelos. Eu te abraçava, sentindo o cheiro do seu perfume, enquanto você, com um gesto carinhoso, me cobria com sua blusa de moletom. Era um abrigo, uma proteção contra tudo que poderia nos perturbar, um símbolo da cumplicidade que existia entre nós.

As palavras não eram necessárias; conversávamos através de olhares e sorrisos, compartilhando segredos que apenas nós dois conhecíamos. Era uma conversa silenciosa, mas cheia de significados, onde cada silêncio carregava um peso de histórias e promessas não ditas. O pátio da escola era o nosso universo, e ali, sentados no banco naquela "área verde", éramos livres para ser quem realmente éramos. Não falávamos sobre o futuro, sobre as incertezas que ele trazia. O momento era apenas nosso, e isso bastava.

A nostalgia tomou conta de mim, trazendo à tona memórias de momentos compartilhados que, embora distantes, pareciam tão vívidos e palpáveis. Eram tempos em que a vida era mais colorida, mais cheia de possibilidades, e eu não podia deixar de sorrir ao relembrar tudo isso. Você sempre foi uma fonte de luz na minha vida, alguém que iluminava os meus dias, mesmo nos momentos mais sombrios. 

O sonho me transportou para um lugar onde éramos apenas duas almas conectadas, desfrutando da companhia um do outro. Era uma sensação única, um calor que emanava do fundo do meu ser, um desejo de congelar aquele momento e guardá-lo para sempre. O seu olhar me transmitia paz e confiança, e eu sentia que poderia ser eu mesma sem medo de julgamento.

Mas, como todo sonho, esse também começou a se dissipar com o tempo. O pátio da escola se tornava nebuloso, e as sombras se misturavam enquanto eu lutava para manter a imagem de você ao meu lado. A consciência de que o sonho estava chegando ao fim me deixava com um aperto no coração. Eu não queria acordar, não queria perder essa sensação de pureza e conexão que havia entre nós.

Quando finalmente abri os olhos, a realidade me acolheu de volta com seu peso familiar. O quarto estava quieto, e a luz da manhã começava a entrar pelas cortinas. O sonho havia se ido, mas as emoções que ele despertou permaneceram. Senti uma saudade profunda, uma nostalgia que me acompanhou durante o dia. O sonho me lembrou do valor da simplicidade, da beleza dos momentos compartilhados e da importância de valorizarmos as conexões que temos com as pessoas que amamos.

Às vezes, a vida nos leva por caminhos inesperados, nos afasta de quem amamos ou dos lugares que nos fizeram felizes. Mas sonhos como esse me fazem acreditar que essas lembranças nunca se perdem; elas permanecem vivas dentro de nós, prontas para serem revisitadas sempre que a saudade apertar. É uma forma de relembrar que, mesmo que os anos passem e a vida mude, a essência dos momentos compartilhados permanece imutável. 

sexta-feira, outubro 11, 2024

A polêmica da unha clara.

Acho que muita gente viu a história da moça que sempre ia ao salão e pedia para a manicure pintar as unhas de uma cor clara, porque queria estar preparada para quando o namorado a pedisse em casamento. A princípio achei que fosse zoação, mas ao assistir o vídeo percebi que realmente era real. Aquele vídeo tem tantas camadas, sabe? E me deixou extremamente triste por ela. Obviamente o cara sabe que o sonho dela é casar, mas não compartilha do mesmo desejo. Acredito que quando uma pessoa sabe o que quer, ela já faz um movimento para que isso aconteça. Qual é a chance de que ela, mesmo que case com esse rapaz, seja feliz? Eu acredito que ínfima. Nada que é forçado dá certo.

Ontem, enquanto lavava as louças, conversava com uma amiga e falávamos sobre a ideia de que as mulheres só serão felizes se casarem. Não demonizo essa ideia, obviamente. Até porque eu também gostaria de encontrar alguém bacana, com os mesmos ideais de vida, e dividir meus dias. Mas aqui falo sobre a necessidade de muitas em se casar mesmo vendo, em letras garrafais e pintado em neon, que aquela pessoa não se adequa àquilo que sempre sonharam. Antes de querer estar com alguém até o fim dos dias, é necessário observar se os dois são compatíveis, se os defeitos do outro são algo com que dá para conviver e não querer casar acreditando que no casamento será diferente.

Observo algumas amigas casadas desgastadas, envelhecidas pelas preocupações e pelo estresse. O casamento precisa ser algo harmonioso, uma grande parceria, para que nos momentos em que a rotina pesar, ela não seja massacrante. Ontem falávamos sobre a dádiva que é sermos livres, solteiras, ao invés de aprisionadas em um casamento por conveniência, sem amor e até mesmo abusivo. E aqui eu digo, mais uma vez, não sou contra o casamento e sim, gostaria de casar. Mas quero casar com alguém que me deixe ser quem sou, que não corte minhas asas e que, acima de tudo, consiga conviver e celebrar a pessoa incrível que sei que sou. E não alguém que me faça esquecer de mim mesma e me faça acreditar que sou uma pessoa difícil de ser amada.

Acredito que é essencial valorizar nossa individualidade e nossos sonhos, independentemente de estarmos em um relacionamento ou não. A felicidade plena vem de dentro, de estarmos em paz com quem somos e com nossas escolhas. Casar não deve ser uma busca desesperada, mas uma consequência natural de encontrar alguém que nos complemente e respeite nossas ambições. É importante lembrar que ser solteira também é uma escolha válida e digna, repleta de oportunidades para crescimento pessoal e liberdade. Então, que cada uma de nós encontre a felicidade em nossos próprios termos, seja ao lado de alguém ou em nossa própria companhia, sempre fiel ao que realmente somos e desejamos para nossas vidas.

quinta-feira, outubro 10, 2024

Sobre nossa criança ferida.


Muitas das situações ruins que vivemos na infância têm o poder de moldar nossa identidade de maneiras profundas e, às vezes, dolorosas. Cada palavra dura, cada olhar de desaprovação, cada momento em que nos sentimos insuficientes, são marcas que ficam gravadas em nossa alma. Essas experiências negativas, muitas vezes, nos transformam em adultos inseguros, roubando de nós sonhos que, em tempos mais inocentes, pareciam perfeitamente alcançáveis.

A insegurança que carregamos como adultos tem raízes profundas em nossos primeiros anos de vida. É difícil explicar como uma palavra ou ação, aparentemente insignificante para quem as diz ou faz, pode ecoar por anos dentro de nós. A criança que ouve repetidamente que não é boa o suficiente, que seus esforços são inúteis, cresce acreditando nessas mentiras. Essas crenças limitantes tornam-se verdades internas, bloqueando nossa confiança e capacidade de sonhar grande.

Desvencilhar-se do que nos aconteceu na infância é uma tarefa árdua. É um processo doloroso de confrontar nossas memórias, reconhecer o impacto delas e, finalmente, trabalhar para reescrever a narrativa que contamos a nós mesmos. Muitas vezes, vivemos no presente, mas nossas mentes e corações estão aprisionados no passado. É como se um pedaço de nós ainda estivesse naquela época, revivendo as mesmas dores e inseguranças, incapaz de seguir em frente completamente.

A luta para separar o passado do presente é contínua. Cada desafio que enfrentamos, cada decisão que tomamos, está tingida por essas experiências passadas. Isso pode nos levar a sabotar nossas próprias oportunidades, a desistir antes mesmo de tentar, porque a voz do passado sussurra que não somos capazes. Os sonhos que tínhamos, que brilhavam tão intensamente quando éramos crianças, muitas vezes se desvanecem sob o peso dessas inseguranças.

Mas há esperança. Reconhecer o impacto do passado é o primeiro passo para a cura. É necessário olhar para dentro e confrontar essas memórias, trazendo à luz as feridas ocultas que nos mantêm presos. É um processo que requer coragem e, muitas vezes, ajuda externa, seja através de terapia, amigos compreensivos ou práticas de autocuidado.

À medida que trabalhamos para nos libertar dessas correntes invisíveis, começamos a redescobrir nossos sonhos. Podemos aprender a acreditar novamente em nossas capacidades, a ver o mundo não como um lugar cheio de armadilhas, mas como um campo de possibilidades. O caminho para a segurança e para a realização dos nossos sonhos pode ser longo e cheio de obstáculos, mas é uma jornada que vale a pena.

No final, é possível viver no presente, verdadeiramente livre do passado. Não se trata de esquecer o que aconteceu, mas de transformar a dor em força, a insegurança em autoconfiança, e os sonhos roubados em realizações possíveis. É uma transformação profunda, onde deixamos de ser prisioneiros do passado para nos tornarmos arquitetos do nosso próprio futuro.

quarta-feira, outubro 09, 2024

Acima de tudo, nunca se abandone.


Ao longo da vida, enfrentamos uma série de abandonos. Pessoas que amamos podem nos deixar, oportunidades podem escapar por entre nossos dedos, e sonhos podem parecer desvanecer. Cada um desses abandonos deixa marcas profundas em nossa alma, fazendo-nos questionar nosso valor e propósito. No entanto, há uma verdade inegável e poderosa: nunca devemos nos abandonar.

Em meio aos abandonos, é fundamental lembrar que somos a única constante em nossas vidas. Aquele que permanece, apesar de todas as adversidades, somos nós mesmos. Portanto, devemos nos tratar com a mesma compaixão, amor e respeito que desejamos receber dos outros. Não podemos permitir que as decepções e perdas nos definam ou nos afastem de nossa própria essência.

Quando tudo parece desmoronar, é o momento de olharmos para dentro e redescobrirmos nossa força interior. É importante cultivar um diálogo interno positivo, que nos incentive a seguir em frente, a acreditar em nossas capacidades e a valorizar nossas conquistas, por menores que possam parecer. Cada pequena vitória é um lembrete de nossa resiliência e capacidade de superação.

Também é crucial lembrar que, apesar dos abandonos, não estamos verdadeiramente sozinhos. Há sempre alguém, em algum lugar, que se importa. Pode ser um amigo, um familiar, ou até mesmo um desconhecido que cruza nosso caminho e oferece um sorriso. A conexão humana é um antídoto poderoso contra o sentimento de abandono.

Envolva-se em atividades que alimentem sua alma e tragam alegria. Redescubra paixões, busque novos interesses e permita-se explorar o desconhecido. A vida é cheia de possibilidades e oportunidades de recomeçar. Cada dia é uma nova chance de construir algo significativo e belo, independente do passado.

Lembre-se de que os abandonos não são um reflexo de sua inadequação, mas sim parte da jornada humana. Todos nós enfrentamos perdas e decepções, e é a maneira como reagimos a elas que realmente define quem somos. Abrace a dor, mas não se prenda a ela. Use-a como um catalisador para o crescimento e autodescoberta.

Acima de tudo, nunca se abandone. Mantenha viva a chama da esperança e da autoaceitação. Você é digno de amor, respeito e felicidade. Não permita que os abandonos da vida ofusquem sua luz interior. Continue a trilhar seu caminho com coragem e determinação, sabendo que, apesar de tudo, você sempre terá a si mesmo. E isso, por si só, é uma razão poderosa para continuar lutando e acreditando em um futuro melhor.

segunda-feira, outubro 07, 2024

A luz que sou


Para ler ao som de Unwritten de Natasha Bedingfield

Em meio às tempestades da vida, quando a mente se torna um campo de batalha, é fácil esquecer quem realmente somos. Os percalços nos fazem questionar nosso valor, mas é nesse exato momento que devemos nos lembrar da luz que brilha dentro de nós. Sou feita de histórias, de experiências e de amores que deixaram marcas profundas. Cada cicatriz conta uma parte da minha jornada, e cada lágrima derramada é um passo em direção ao crescimento.

Não posso deixar que as vozes da dúvida ofusquem a beleza que carrego no coração. Existe um amor incondicional que pulsa em mim, um amor que não se limita ao romantismo, mas se expande para todas as coisas e pessoas que valorizo. Essa força interior é um testemunho da minha importância, não apenas para mim, mas para aqueles que cruzam meu caminho. Eu sou boa o suficiente, e isso não depende da validação externa.

Acredito no amor, não apenas como um destino, mas como um caminho repleto de aprendizagens. Mesmo quando o verdadeiro ainda não chegou, a esperança é uma chama que nunca se apaga. É na espera que me descubro, que me acolho e que me permito sonhar. Estou aberta ao que o universo tem a me oferecer, na certeza de que o amor que busco virá para se acomodar nessa imensidão que sou.

Continuarei a cultivar a fé, a bondade e a resiliência, lembrando-me sempre de que, mesmo nas sombras, sou digna de amor e alegria. Cada dia é uma nova oportunidade de florescer e de ser a melhor versão de mim mesma. E assim, com o coração repleto de luz, sigo em frente, firme na crença de que sou suficiente e que o amor verdadeiro está a caminho ✨

sexta-feira, outubro 04, 2024

Amar é um mergulho profundo no oceano da alma.



Amar é um mergulho profundo no oceano da alma, um convite a explorar os mistérios submersos do coração. É preciso coragem para se lançar nas águas desconhecidas, abandonar a segurança da margem e permitir que as ondas envolvam o corpo e a mente. O amor não é para aqueles que se contentam com o raso, onde os pés tocam o chão e a superfície está sempre ao alcance. Amar exige audácia, um espírito intrépido que se aventura além do visível, mergulhando nas profundezas onde a luz do sol é um vislumbre distante e as correntes podem ser tanto suaves carícias quanto turbulentas tempestades.

No início, há o encanto da descoberta, as cores vibrantes dos corais e a dança graciosa dos peixes que se movem em sincronia. Cada encontro, cada toque, cada palavra é um tesouro encontrado, um fragmento de beleza que alimenta o desejo de ir mais fundo. Mas, à medida que se avança, as águas se tornam mais densas e a pressão aumenta. É nesses momentos que a verdadeira natureza do amor se revela: a necessidade de confiar, de se adaptar e de aprender a respirar de maneira diferente.

A perspicácia é a bússola que guia o mergulhador apaixonado. É ela que ensina a reconhecer os sinais, a distinguir entre a calmaria e a tempestade iminente, a perceber quando é hora de continuar a descer e quando é prudente começar a emergir. Amar é uma dança entre o impulso de se perder nas profundezas e a sabedoria de saber voltar à superfície, trazendo consigo as pérolas encontradas no fundo do mar.

E ao emergir, há um momento de transição, um suspiro que mistura alívio e gratidão. A água escorre do corpo, mas o sal do oceano permanece na pele, uma lembrança de que o amor é tanto uma jornada de descobertas quanto de retornos. Amar é um mergulho constante, um ciclo de imersão e emersão, onde cada nova descida nos leva mais perto de nós mesmos e do outro. É ter a coragem de mergulhar, a audácia de não se contentar com o raso e a perspicácia de saber quando emergir, trazendo consigo a sabedoria e a beleza das profundezas exploradas.

Ecos de um amor iluminado



A verdade é que ainda guardo suas fotografias, mas confesso que não as olho com frequência. Nos dias em que sou mais forte, permito-me revisitar a nós dois, não apenas as lembranças, mas o teu rosto iluminado pelo sol e pela alegria, visível a qualquer um que te visse sorrir, com aquela risada larga e cheia de vida. Você me disse uma vez, ao olhar as fotografias que tirava, que se sentia mais bonito e vivo. Ri e disse que sim, você estava lindo. E você respondeu: é porque estou feliz. Estar ao seu lado me faz bem. E rimos muito, e tive que concordar que a felicidade tem o poder de embelezar as pessoas.

De vez em quando, lembro das conversas, mas, sobretudo, do que éramos um para o outro. Da mão estendida após o jantar, das orações que você fazia à mesa e que me deixavam com o coração tão aquecido. Das inúmeras conversas, da sua inteligência e sabedoria. Com você, tudo era assunto; quase não havia espaço para o silêncio, e, quando havia, era confortável estar ali. Seja abraçada a você, contemplando o nada, seja deitada sobre o seu ombro, conversando amenidades. Estar com você sempre foi confortável, e o engraçado é que era assim quando éramos adolescentes. Nada mudou, afinal.

Hoje, fechei a galeria e não senti doer como nas outras vezes. Acredito que o próprio tempo trata de amenizar a dor da saudade, ou talvez eu esteja apenas seguindo em frente. Talvez amanhã eu lembre de você um pouco menos, talvez daqui uns dias você venha menos à minha mente, mas tenho certeza de que, mesmo que os dias passem, mesmo que minha vida siga outros caminhos e eu encontre um novo alguém, minha mente sempre guardará os teus sorrisos mais bonitos, o teu rosto iluminado pelo sol e os nossos beijos de esquimó. Amo tudo o que construímos e quem éramos juntos. A verdade é que éramos, um para o outro, o sol que iluminava nossas vidas.