sexta-feira, julho 21, 2017
Mocinho do cinema
terça-feira, julho 11, 2017
Dessa vez eu não te espero mais.
Desde que você chegou, bem no comecinho, naquela noite de março, fez questão de mudar cada pedacinho meu. Mesmo sem saber, mesmo que involuntariamente. Acho que foi porque a sua chegada fez tão bem, que eu precisei ignorar todas as minhas formas de defesas que te deixavam ir embora. Fiz isso tantas vezes, não é? Mas em algum ponto - talvez no tão temido final - eu precisaria parar de me mudar e te deixar ir.
O tempo passa e, por consequência, a gente vai preenchendo alguns vazios com outros. Pessoas novas entram e histórias novas se constroem. Quanto a isso, meu amor, só digo que você tem toda a culpa. Porque, quando estávamos juntos, ninguém mais importava. Mas sua ida me forçou a conhecer outras pessoas e a me viciar por outros defeitos. Te dei residência fixa no meu coração, mas cê preferiu usar de pousada temporária e ficar menos de um mês.
É claro, nenhuma história se compara a nossa e disso a gente sempre soube. Mas se tem algo que eu sempre gostei sobre a vida, é isso: ela continua.
Não sinto raiva, mágoa ou qualquer tipo de mau sentimento. Meu amor, nós tentamos. E tentamos muito. Mas sempre me disseram que o que tiver de ser, será. Fomos. E atingimos nosso tempo limite. Não que amor tenha prazo de validade, porque isso, meu querido, não tem fim. O que teve fim foi o nosso brilho. Os nossos beijos. Os nossos abraços. Até mesmo aquelas conversas de madrugada sobre os assuntos mais inúteis possíveis, infelizmente, chegaram ao fim. Agora cada palavra foi substituída pelo silêncio. E é por isso que eu decidi: dessa vez eu não te espero mais.
Dessa vez eu não vou mais chorar, gritar, me desesperar. Dessa vez eu não vou mais escrever poemas sobre o teu sorriso.
Dessa vez eu vou esquecer o timbre da tua voz, a tatuagem no seu braço direito e o sabor doce do seu beijo. Dessa vez eu não vou relembrar todas as suas qualidades e o seu sorriso lindo antes de desistir de você. Dessa vez eu vou embora sem olhar pra trás ate porque eu nem sei em qual direção você tá. Dessa vez eu vou desistir e ponto.
Dessa vez eu vou tentar me amar mais do que amar você. Vou destinar meus pensamentos a qualquer coisa que não seja o seu nome. Vou transferir minha mente para um abrigo qualquer bem longe de você e suas lembranças.
Mas de que adianta mentir em voz alta, se aqui dentro meu coração só fala a verdade? Eu não quero desistir de você. E enquanto escrevo tudo isso, imploro para que você venha me buscar.
segunda-feira, julho 10, 2017
Quando você vem.
Quando você vem o dia fica mais comprido e as horas passam vagarosamente. Tudo para me matar um pouco mais de saudade. Tudo para me vestir de criança que espera Papai Noel em noite de Natal. Quando você vem e me enlaça num abraço as horas deixam de ser preguiçosas e correm apressadamente. Tudo para me vestir de criança birrenta que rola no chão do supermercado fazendo raiva à mãe. É que eu quero atrasar o relógio, mas o tempo não deixa. A vida diz que há pressa e que a gente não pode viver um único momento.
Quando você vem meu coração se torna escola de samba.
E batuca saudade, amor e muita vontade. Vontade de ser. Vontade de ter. Vontade de fazer.
De me fazer.
Quando você vem a vida parece ter mais cor e os dias cinzas ficam para trás. Quando você o meu amor já não é tão sozinho. E na matemática da vida passamos a ser um, dois e até mesmo - se a vida permitir - três. Quando você vem eu aprendo a ser plural e ao mesmo tempo singular. Eu aprendo linguística, astronomia, biologia em tuas curvas, em teus lábios, em toda essa imensidão bonita que é você.
Quando você vem o meu coração se torna cama, as minhas pernas tua morada e os meus braços tua rede. Quando você vem esqueço que sou uma e descubra que sou muitas. A amiga conselheira, o amor cuidadoso, a amante avassaladora. A ouvinte. A mandante. A mandada. Quando você vem eu me descubro e redescubro. E me cubro do teu amor.
sexta-feira, julho 07, 2017
A saudade me venceu, mas vou me recuperar!
Prometi a mim mesma não falar mais com você. Mas a saudade me venceu. Acabei ouvindo as mesmas músicas, tendo os mesmos pensamentos. Perdi pra mim mesma, quebrei a promessa. Por um lado, foi bom, pois coloquei o ponto final que faltava. A vida também é feita de derrotas. Uma derrota a mais por sua causa, não faz diferença. Já quebrei muitas regras pessoais por você. Caí mesmo, diante da vontade de me aproximar, sem necessidade. Não estamos mais brigados. Menos uma coisa pra perturbar a minha paz, pronto.
Agora vou me recuperar disso.
Manter afastados os pensamentos do que teria sido. De como adorava a sua
companhia. De que era louca pra conhecer a sua família e os amigos que não
conhecia. De que quis estar nas fotos com todos onde você estava lá, sozinho
entre eles. De que eu seria uma parceira incrível pra você. Talvez uma mulher
como você nunca teve ao seu lado. Você conhece muitas e tem sempre alguma no
seu pé. Mas quantas dessas foram parceiras? Quantas dessas te deram um
chocolate ao leite e ouviram de você “eu te amo, cara!”? Eu sei, você gosta de
chocolate amargo. Naquele dia eu não sabia, só sabia que gostava de chocolate.
Tenho a forte impressão de que
você vai seguir nessa vidinha por longos anos. O eterno lobo solitário. Eu quis
ser o seu sol, quis estar próxima. Ser aquele colo especial pra quando você
precisasse, ser aquele cafuné que nada tem a ver com sexo, ser aquele olhar de
amor para os seus dias pesados. Mas você não quis. Você me atormentava tanto,
que tudo o que eu criei pra mim como regras pra me afastar de caras que
provavelmente me fariam mal, você quebrou uma a uma. Nunca tinha ido atrás de
ninguém depois de terminar. Nunca tinha cogitado voltar com quem não deu certo
de primeira.
Sinceramente, não sei o que me
faz pensar em você. Mentira, eu sei! Mas eu vou me recuperar. Vou retomar o meu
juízo, me lembrar do quanto você tem atitudes que não vão de encontro ao que eu
prezo. Parar de lembrar só da parte boa de tudo, parar de me iludir. Esquecer
dos seus abraços e beijos. Esquecer do seu olhar que sabia quanto eu estava
mal. Esquecer do seu cuidado comigo. Todo escritor tem que ter um amor que não
deu certo, assim como todo compositor também tem ter. Você foi o meu.
Ah, obrigada por me responder.
Não me arrependo de ter te procurado. Vou voltar as coisas pro lugar, vencer
meus pensamentos e lembranças boas sobre você. Te enterrar de novo em minha
vida. Pra ser bem sincera e realista, nem amor você foi. Você foi a minha
doença, a minha paixão, o meu tormento, a manifestação mais forte de insanidade
amorosa que alguém pode sofrer na vida. Eu só via o seu lado bom, fiz de você
um cara quase perfeito e a saudade gritou em mim. Mas do mesmo jeito que criei
todo esse cenário na minha mente, eu desfaço! Vou me recuperar. Saudade a gente
põe do tamanho que a gente quer.
Claro que eu torço pra gente
se esbarrar de novo. Claro que eu peço à vida pra poder te ver de novo e a
gente se abraçar. Eu sinto saudade do cara legal que você é. Na verdade, eu não
quero nada que venha de você. Só distância mesmo. Você acaba com o meu sossego
e isso é péssimo. Seja feliz, bem longe de mim.
A saudade me venceu por hora, mas
eu sou mais forte que isso, vou me recuperar.
quarta-feira, julho 05, 2017
Não vou colecionar lembranças, moça.
►Leia ao som de Forever Young, Alphaville◄
Não vou colecionar lembranças, moça. Mas é tão estranho olhar para as inúmeras recordações e saber que você não está mais aqui. Eu ouço as mesmas playlist's de sempre. Não há como não ouvir aquelas músicas da década de 80 ou até algumas mais recentes e não pensar em você. Ouço a nossa trilha sonora e em seguida - quase que de supetão - troco a faixa. Não tenho coração para ouvir o brasiliense - ô ironia! - cantando que amou te ver. Eu também amei. E talvez ainda ame. Desde a primeira vez. Aquele em que você apareceu timidamente do outro lado da tela. Até quando meu olhar cruzou com teu olhar desesperado no aeroporto. É, eu amei te ver. E amei entrelaçar os meus dedos nos teus. Fazer cafuné no sofá da sua sala. Caminhar de mãos dadas pelo shopping, pelo lago Paranóa, pela tua vida.
Não vou colecionar lembranças, moça. Ou não pretendo. Ou eu não sei o dia de amanhã. Só sei que Renato Russo parecia prever a gente - antes mesmo de nos conhecermos - quando cantava: onde está você além de aqui dentro de mim. Por onde será que você tem andado? Você tem se alimentado direito? Tem conseguido estudar como havia planejado? Tem brincado com os seus sobrinhos que tanto os amo? O que você tem feito? Tem pensado em mim? Eu não vou colecionar lembranças, moça. M-O-Ç-A, não me soa tão bem te chamar assim. Mas é o que me restou. Vez ou outra ainda penso em te chamar de amor. Mas será que você ainda é o meu amor? Mas será que ainda sou o seu amor?
Não vou colecionar lembranças, moça. Só que vez ou outra aparece alguma notificação aqui e o coração aperta. Será que aperta aí também? Eu me questiono se o nosso fim era esse mesmo ou se tomei apenas uma decisão errada ou se peguei um atalho que não devia. Você ainda é a moça que enroscou o cabelo no meu colar? Você ainda é a moça que eu dava "bom dias" todos os dias querendo me aproximar? Você ainda é a moça que pisca os olhos dengosa só para me apaixonar? Você ainda é a moça que eu fazia carinho na tela do telefone? A mesma moça que vi dentro dos olhos a minha felicidade? Ainda é você?
Não vou colecionar lembranças, moça. Só que de vez em quando eu abro o celular e meu coração pesa um pouco. Onde foram parar os meus bom dias? Por onde andam os meus "dorme com Papai do Céu". Tudo parece tão surreal. Como é que a gente tem alguém na vida e perde assim? Como é que a gente ama e deixa alguém partir? Tenho ouvido música demais. Nenhuma romântica demais. Tenho escutado algumas músicas que não me lembrem de você. Vez ou outra a faixa pula sem querer. Alphaville tocou esses dias e eu fiquei pensando como você ficava linda e desconcentrada ouvindo ela. Forever Young. Como você fica bonita cantarolando ela. Forever Young. Como você parece feliz ao escutá-la.
Não vou colecionar lembranças, moça. Chamar você de moça me dói igual você me chamar pelo meu nome. Só não dói mais do que não ter você para me chamar pelo nome. Não ter áudio ofegante de quem sobe escadas. Não ter "bom dia, amor" mesmo quando eu não merecia ser chamado assim. Não ter boa noite ou suas selfies de olhos revirados. Não ter suas fotos com seu vestido surrado. Não ter você sem vergonha ou medo de ser quem é. Eu não vou colecionar lembranças, amor. Ou talvez eu vá.
Talvez.
segunda-feira, julho 03, 2017
Tudo é amor.
►Leia ao som de Antologia, Shakira.◄
Shakira parece cantar as minhas dores em Antologia. Enquanto ouço a sua voz excêntrica recordo de como a vida parecia mais
fácil na adolescência. O futebol era certo, a festinha no final de mês no
refeitório da escola, os pôsteres da boyband do momento ou assistir a reprise
de Lagoa Azul na sessão da tarde. Tudo parecia tão certo. A vida caminhava em
linha reta até então. Mas aos poucos a vida foi tomando outro rumo, o coração
que se apaixonava pelo loirinho da bandinha pop agora dava espaço para outro
rapaz, e outro, e outro, e outro.
Coração costurado.
Cheio de cicatrizes dali então.
O guri de olhos verdes
e cabelo de índio. O loiro de olhos castanhos e a boca carnuda. O rapaz de nome
esquisito que era chamado por um apelido de pagodeiro. Alguns tão importantes
ao coração. Outros nem tanto. Alguns dolorosos. Outros indiferentes para mim. Parece que o coração é quem escolhe por
quem sofrer. Esse não, esse sim, talvez esse, quem sabe aquele. E por aí
vai.
Saudade de responder
cadernos de perguntas. De olhar as respostas daqueles que tinha interesse. De
ver meu nome ali na lista das “maismais”. De ir assistir ao futsal pra ver quem
acelerava meu coração fazer um gol e olhar em minha direção. De ir ao show de
pagode – mesmo sendo metida a roqueira – só para dar aquela força a quem eu
amava. Amores. Amores. Amores. Todos amores
e quem há de dizer que não?
A gente só entende lá
na frente. Lá adiante. Que tudo era amor, que tudo era sentimento, que tudo era
válido. A gente só enxerga quando deixamos a emoção calar, quando olhamos para
o outro – com suas qualidades e defeitos – e percebemos que há em nós muito
sentimento para abraça-lo. Quando olhamos para nossas misérias e para o que o
outro nos fez de bem, de mal e conseguimos dizer: “valeu a pena!”.
Tudo é amor. E mesmo que haja a dor nós sabemos onde ele
está. Seja em um canto empoeirado, nas
gavetas cheias de cartas amarelecidas, nos cadernos de perguntas, em uma
conversa arquivada no whatsapp ou – quem sabe – apenas dentro de nós. Em nossa
imaginação. Tudo é amor. E quem haverá de dizer que não?
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