Quando você vem o dia fica mais comprido e as horas passam vagarosamente. Tudo para me matar um pouco mais de saudade. Tudo para me vestir de criança que espera Papai Noel em noite de Natal. Quando você vem e me enlaça num abraço as horas deixam de ser preguiçosas e correm apressadamente. Tudo para me vestir de criança birrenta que rola no chão do supermercado fazendo raiva à mãe. É que eu quero atrasar o relógio, mas o tempo não deixa. A vida diz que há pressa e que a gente não pode viver um único momento.
Quando você vem meu coração se torna escola de samba.
E batuca saudade, amor e muita vontade. Vontade de ser. Vontade de ter. Vontade de fazer.
De me fazer.
Quando você vem a vida parece ter mais cor e os dias cinzas ficam para trás. Quando você o meu amor já não é tão sozinho. E na matemática da vida passamos a ser um, dois e até mesmo - se a vida permitir - três. Quando você vem eu aprendo a ser plural e ao mesmo tempo singular. Eu aprendo linguística, astronomia, biologia em tuas curvas, em teus lábios, em toda essa imensidão bonita que é você.
Quando você vem o meu coração se torna cama, as minhas pernas tua morada e os meus braços tua rede. Quando você vem esqueço que sou uma e descubra que sou muitas. A amiga conselheira, o amor cuidadoso, a amante avassaladora. A ouvinte. A mandante. A mandada. Quando você vem eu me descubro e redescubro. E me cubro do teu amor.
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