segunda-feira, abril 11, 2016
Meu melhor amigo é o meu amor
sexta-feira, abril 08, 2016
Resenha: Proibido - Tabitha Suzuma
Avassalador. Nenhuma outra palavra pode definir essa leitura.
Lochan é um adolescente de 17 anos, inteligente, sensível, introspectivo e que tem problemas de relacionamento com qualquer pessoa que não seja da sua família. Em contrapartida, assume o papel de homem da casa, com a ajuda de Maya, sua irmã, uma jovem de 16 anos, extremamente madura, doce e delicada. Juntos, Lochan e Maya assumem o papel de pais dos três irmãos mais novos: Willa, Tiffin e Kit. Encobrindo o abandono da mãe para o serviço social, a fim de permaneceram juntos.
Dois jovens, marcados desde a infância pelo peso de responsabilidades competentes aos adultos. Encontram um no outro o apoio para encarar a realidade e dificuldades tão precoces para suas idades. Se tornando os únicos e melhores amigos um do outro, e despertando um sentimento que ultrapassa a cumplicidade comuns aos irmãos.
Comecei a leitura com certo receio, pois já conhecia o tema que seria abordado. Mas não foi somente o proibido relacionamento incestuoso que fez deste livro um dos mais tocantes que já li. A autora traz questões sociais muito fortes, contadas com muita sensibilidade e emoção, e te leva a pensar e repensar o conceito de certo e errado ao passo que as coisas vão acontecendo e, principalmente, que não é possível escolher a quem amamos. Embora culturalmente seja um erro, uma abominação, judicialmente um crime, o fato é que o amor está ali e precisa ser sentido e vivido na sua forma mais pura e generosa...
Apesar de ter sido devastada por este livro, foi maravilhoso ver a evolução dos personagens, o modo como o amor de Maya consegue tornar Lochan mais confiante e forte. O empenho dos dois para que os irmãos estejam juntos e felizes, apesar de tudo.
Proibido me tirou da zona de conforto literário, me tocando do início ao fim de uma forma muito intensa e especial. Sugiro àqueles que pretendem ler este livro, que o faça sem preconceitos e de coração aberto.
Resenha por Viviane Marinheiro.
segunda-feira, abril 04, 2016
Dissertando sobre o amor
Dissertamos sobre o amor com a facilidade de quem abre um miojo e após três minutos o tem
preparado. A vida é um pouco mais complexa. Ela vai além das instruções que vêm
no verso das embalagens, que encontramos nas gôndolas de supermercados. Ela não
vem empacotada esperando apenas a nossa disposição em untar uma forma, despejar
o conteúdo e desenformar o bolo.
Seria maravilhoso, também, se a vida viesse em frascos de remédios com uma bula
indicando a posologia, mas, mais uma vez, ela não vem assim de mão beijada.
Nós descobrimos a vida é no dia a dia, nas quedas diárias que
levamos, no esfolar de joelhos, nas topadas que nossos “mindinhos” do pé dão
nas cômodas de nossas casas. A vida é ardilosa demais, cansativa demais,
dolorosa demais, misteriosa demais. E, ainda assim, é uma das maiores, melhores
e fantásticas aventuras que nós somos presenteados todos os dias. Muita gente
existe, pouca gente realmente vive.
Viver é um grande desafio. Todos os dias somos enviados às
jaulas de leões. Nos tornamos protagonistas de séries policiais, dos filmes de
Crocodilo Dundee, procuramos o amor – buscamos com tanto ardor – como quem
busca o elixir da vida. Todos somos um pouco guerreiros, todos temos um quê de soldado.
E, no final das contas, a busca pelo amor é isso mesmo: um campo de guerra. Você
se vê, diariamente, exposto a vários situações difíceis, mas ao final da
jornada, quando a bandeira branca é estendida, quando vemos o amor se rendendo
a nós, percebemos que correr com o peito
nu em frente aos canhões não é loucura. Porque amar vale até a última gota de
suor e loucura.
Fotografia: Maud Chalard.
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