De vez em quando, lembro das conversas, mas, sobretudo, do que éramos um para o outro. Da mão estendida após o jantar, das orações que você fazia à mesa e que me deixavam com o coração tão aquecido. Das inúmeras conversas, da sua inteligência e sabedoria. Com você, tudo era assunto; quase não havia espaço para o silêncio, e, quando havia, era confortável estar ali. Seja abraçada a você, contemplando o nada, seja deitada sobre o seu ombro, conversando amenidades. Estar com você sempre foi confortável, e o engraçado é que era assim quando éramos adolescentes. Nada mudou, afinal.
Hoje, fechei a galeria e não senti doer como nas outras vezes. Acredito que o próprio tempo trata de amenizar a dor da saudade, ou talvez eu esteja apenas seguindo em frente. Talvez amanhã eu lembre de você um pouco menos, talvez daqui uns dias você venha menos à minha mente, mas tenho certeza de que, mesmo que os dias passem, mesmo que minha vida siga outros caminhos e eu encontre um novo alguém, minha mente sempre guardará os teus sorrisos mais bonitos, o teu rosto iluminado pelo sol e os nossos beijos de esquimó. Amo tudo o que construímos e quem éramos juntos. A verdade é que éramos, um para o outro, o sol que iluminava nossas vidas.
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