Ela estava sentada e eu observava o pequeno pingente que insistia em reluzir chamando minha atenção. Era o coração que havia dado a ela no início de nosso namoro, metade dele - lembrei que a outra metade estava guardada dentro da gaveta de minha cômoda, junto com todas as cartas que ela insistia em escrever-me e todas as lembranças do nosso namoro. Eu a fitava, inevitavelmente, porque além de observar o pingente que há muito - 4 anos - eu não via, eu olhava para os seus cabelos agora loiros. E por incrível que pareça eu gostei, queria falar isso para ela, mas até hoje ela me repele. Não aceita qualquer toque, sequer apertos de mão e isso me é justo.
Ela não me nota mais. E não sei o motivo disso me incomodar tanto, já que sou eu que estou namorando e ela continua solteira. Se depois que terminamos nunca a vi com outro rapaz, soube de namoros todos passageiros. Devo confessar que nunca torci para que ela arrumasse alguém que a fizesse feliz - não estou sendo egoísta - só não sei se aguento vê-la amando novamente alguém como ela me amou. Eu joguei tudo fora e hoje me contento com "ois" e "tchaus" e eu sei que ela me evitar olhar, porque se dependesse dela jamais falaria comigo. Isso dói.
Eu queria voltar no tempo e ter feito tudo diferente e dizer a ela que adorava quando ela me abraçava, quando me cheirava e quando beijava as minhas pálpebras dizendo que meus olhos eram pequenas estrelas. Sinto saudade dela pulando nas minhas costas e nós dois como loucos correndo naquele pátio enorme, das pessoas rindo e comentando nossa felicidade. E eu estou pensando tudo isso, porque ela simplesmente usou aquele pingente hoje, no dia que saberia que nos encontraríamos e a única reação que tive após vê-lo, foi aproximar-me, tocar o pingente e dizer.
- É lindo.
E ela com toda a sua indiferença, mas com um sorriso que ainda me arrancava mil suspiros disse:
- Quem me deu tinha bom gosto.
E eu, acredito, que não há mais nada de mim no coração daquela doidinha. Que me arrancava gargalhadas e vontades imensas de esmagar-lhe com um abraço de urso. Eu sei que eu nunca vou me esquecer as coisas que tivemos, Pam. Eu sei.
Do teu sempre (...)
Nossa, quando vi o Pam no final pirei. Senti um pedaço de ti.
ResponderExcluirAbraços!
Posso precipitar-me, mas isso aconteceu com você?
ResponderExcluirEu acho mais fácil escrever a reação dele do que as minhas, nunca consigo. Parece que é mais fácil achar motivos para ele terminar do que eu.
Belo.
Um beijo.
UAU! Pam, você é A cara ;)
ResponderExcluirNunca sei o que dizer...
ResponderExcluirperfeito!!
bjos
Meus dias estão mais felizes agora. Sabe por quê? rs
ResponderExcluirSabe, Pâmela? Acredito que um amor não sobrevive sem cumplicidade.
Você é linda! Assim como suas palavras.
Adoro mergulhar no teu universo.
Beijos.
Bom, é lindo.
ResponderExcluirMe identifico com ela, e sei que ele se identificaria com as palavras dele... o que talvez eles não saibam é que nunca amaremos outros da forma que os amamos, talvez mais..mas nunca igual. Foram únicos.Assim como também nós fomos. Fato. (ando vidrada em fatos - deve ser normal da profissão) =D
Bjos, Pam.
Bom fim de semana.
QUE LIIIINDO!
ResponderExcluirisso aconteceu contigo flor?
nossa, adoro ler as coisas que tu escreve, sério..
me aprofundo e me identifico tanto que até parece que é comigo!
gostei..
um bjo
Ainda estou tentando entender como um texto mexeu tanto comigo. O pingente. O adeus. O "egoísmo". Por que será que isso me parece tão dolorosamente real?
ResponderExcluirMas tudo um dia passa. As grandes dores, os grandes amores, os grandes arrependimentos. Só ficam as memórias. :)'
Hoje em dia prefiro encarar com estoicismo certos relacionamentos, não se sofre tanto (mas o preço é não viver tanto, de todo modo).
ResponderExcluirEu sou por natureza extremamente nostálgico e costumo valorizar o que me fez bem, mas sinceramente na maioria dos casos o melhor a se fazer é deixar toda e qualquer memória minguar num esquecimento indiferente. É isso que fazem as pessoas que costumam amar de mais, amar "a mais", além do amor da outra pessoa.
parabéns pelo texto, Pâmela.
Incrível como só se nota a importância quando se perde, não é?!
ResponderExcluirLindo texto, Pam! Aliás, grande novidade isso! haha
beijo doce!
Como que você publicou minha história, Pam?!?!?!? hehee
ResponderExcluirCaramba, me vi ali...tudo...que isso, arrepiei aqui!
Lindo texto!
beijos, doce!
é o q se faz com o amor q fica... se escreve.
ResponderExcluirbjs
Histórias assim me arrancam algum suspiro e certo pesar, pois sempre fico imaginando finais felizes no maior estilo dos contos de fadas.
ResponderExcluirÉ um amor lindo, não há como negar. E talvez ainda haja algo dele naquele coração... talvez.
Beijo, Pâm.