“O amor não morre desde que permaneça vivo em nós."
Versão contada por ele em: Palavras e Silêncio da Fê.
Eu continuei sentada naquele banco de praça e os meus pés queriam ficar ali, enraizados como o Ipê de flores tão amarelas quanto o seu sorriso de estrelas que sombreava a praça. Queria fincá-los ali, até você surgir de uma esquina qualquer, me abraçar e novamente ouvir-te falar: - minha princesa.
Mas as horas foram se passando e as badaladas do relógio central da praça eram excruciantes, esmagavam meu coração dolorosamente. E os meus olhos de nuvens pesadas acompanharam a chuva agourenta que de repente insistiu em cair. E eu era toda tempestade.
Levantei-me lentamente e com dificuldade me arrastava até meu prédio. Assim que entrei porta adentro, deixei um rastro de água, imensas poças se acumularam no chão da minha sala e seguiam até o telefone. Não eram apenas água de chuva, era lágrima, tristeza, decepção.
Como pôde fazer isso comigo? – Eu me perguntava.
Logo notei que a secretária eletrônica piscava, sua luzinha vermelha indicava que havia algumas mensagens. Eu desejava que houvesse uma explicação, que ele me dissesse que o carro havia quebrado, que houvera um imprevisto e antes mesmo de verificar as mensagens meu coração se confortara um pouco mais, a esperança que criara em minha mente fez com que meu corpo se aquietasse um pouco mais.
Destemida apertei o botão e ouvi a primeira mensagem, não era dele, era mais um lamento. Um choro, que dizia: - sinto muito. E as outras seguiam da mesma forma, bem chorosas, mas que não diziam nada. Fiquei sem entender.
A notícia de meu abandono se espalhara tão rapidamente pela cidade? Fiquei irritada e coloquei o telefone no gancho.
Dirigi-me ao banheiro, troquei de roupa e fui escovar os cabelos. O sentimento de tristeza me abandonara deixando espaço somente para o de abandono. De repente olhei para porta e minha mãe estava lá, com um olhar pesaroso e lágrimas nos olhos. Não entendia o que havia acontecido, ela veio ao meu encontro abraçou-me e disse: - Sinto muito, bebê.
Por que todas as pessoas que conheço sentem muito por um bolo? Acontece. Não deveria ter acontecido, mas aconteceu. – Pensei enfurecida.
E o seu abraço esmagador, com soluços, me disse:
- Ele está num lugar melhor e te amava muito.
Entregou-me uma caixa em que sua mãe depositara todas as cartas e bilhetes que ele escrevia para mim. Tão amorosas e tudo que era nosso. E o meu coração quis parar também naquele momento. Assim como o dele.
"É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais."
Love in the afternoon – Legião Urbana
Baseado em fatos reais.
Definitivamente o baseado em fatos reais não deveria ter sido lido. O amor não deveria ser triste, em nenhum momento. Não deveria morrer, ou esconder-se.
ResponderExcluirSer o tal do pra sempre. Bem como contos de fadas. O que chega a ser irônico, pois assim ele sempre será eterno.
Gostei tanto quanto detestei o texto. E me dá raiva o modo com a tristeza consegue ser sempre bela.
Lindo Pam.
Tocou de verdade. E você sabe bem porquê.
Tudo dói, flor. O coração é pura dor nesse momento, é como você disse: - o amor não morre.
ResponderExcluirAssim como você detestei também esse texto, porque é isso que escrevi é a metade morta em mim.
Sim, eu sei. E sempre estarei ao teu lado, te apoiando.
Beijo =*
por isso sempre é amor interno
ResponderExcluirHum... história triste, mas muito linda.
ResponderExcluirFatos reais? É uma pena. Deve ter sido desesperador...
As pessoas geralmente querem finais felizes para as histórias porque as suas próprias histórias não são tão felizes assim.
Um final triste de vez em quando é bom, mas só nas ficções.
amor tem dessas dores inexplicaveis, que motivo nenhum justifica.
ResponderExcluirBeijos
Baseado em fatos reais.
ResponderExcluirEu preferia ter fechado a página antes de ler isso. =/
Que o mesmo amor que machuca seja o mesmo amor que te conforte, por ser belo e pleno.
Paz e luz pros seus dias!
Beijos
Sabe, Pâm.
ResponderExcluireu gostei mais do segundo texto.
Tanto o teu, quanto o meu.
No segundo o que conforta a alma é saber que o amor ainda permanece nos dois, né? De alguma forma. Também gostei mais do segundo, apesar de ser o mais triste.
ResponderExcluirA sombra da morte crusou meu caminho e permaneceu sobre mim por 7 dias. Tivesse ele morrido, certamente eu teria ido junto. E mesmo sem ter ido, já me diziam que sentiam muito e que eu deveria lembrar com carinho. Mas felizmente não preciso lembrar, porque ele voltou pra mim e estamos bem. Mas o "quase" ainda me assombra. Não aguento outra dessa. Tocante o texto.
ResponderExcluirMuito obrigada por sua visita, Pâmela.
Volte sempre que quiser. Meu jardim tem espaço pra todo mundo. ;)
Beijo grande!
Muito tocante, emocionante apesar de triste.
ResponderExcluirMas ele esta olhando por vc de um lugar bem melhor! mas foi com vc que aconteceu?(desculpa a pergunta, se n quiser responder tudo bem..)
Bom fim de semana e beijos!
obrigada pela visita ao blog!
ResponderExcluirabraços!
Nossa!
ResponderExcluirConcordo com as palavras da Fê. O amor não deveria ser triste.
O texto foi bem escrito, tocante, mas algo dele repele. Talvez o fato de que, com ele, percebemos que as coisas podem acabar assim "de repente". Isso é triste.
Beijo, moça.
o amor não é pra doer....não nasceu pra machucar...mas, acontecem coisas.
ResponderExcluirMaurizio
acho que uma das coisas mais marcantes que lí hoje.
ResponderExcluiré dificil aprender a esquecer assim, de repente.
forte. muito bom moça.
eu acabei de ter um papo sobre abraços, e quando entro aqui, pá ! quase caiu o pra trás HUFHAUFHAUF, enfim, ainda não vi formar melhor de demostrar carinho
ResponderExcluirLi os dois textos.
ResponderExcluirOs seus e os da Fernanda.
Fiquei sem palavras, quando terminei de ler.
Foi triste. Doeu em mim.
Espero que você esteja certa - que o amor não morra. Beijos, pam :*
Doeu em mim também, Bê.
ResponderExcluirÉ como a Fê diz: o amor não pode morrer nunca. Deve ser vivido.
Ah, Lua, não aconteceu comigo não. Foi com uma tia minha.
=*