As coisas ficaram bem mais complicadas desde que vim para cá. O sol não brilha mais na minha janela e as noites são bem frias, quando não tempestuosas. Chove sempre dentro de mim, contínua e incessantemente. Sabe, ontem enquanto eu andava na praça da cidade vi algumas senhoras com seus filhos, mas uma em especial chamou-me a atenção, ela usava um vestido florido, vestia-se de primavera como a senhora costumava vestir-se e tinha nos olhos tanta alegria. Vi-te naquela senhora e me vi na criança, deu saudade, me doeu.
Andei a passos lentos observando as pessoas sorridentes e eu desejei ter nos olhos estrelas ao invés de nuvens densas, carregadas. E a minha vida passava na mente, mãe. Eu criança nos teus braços e adolescente em outros que não eram tão amáveis como os teus, me desejavam apenas, não me amavam. E os meus olhos estavam tão cheios agora que transbordava, eu era toda tempestade por dentro. Olhos curiosos me fitavam sem discrição alguma e pouco me importava agora, nada em minha mente poderia acabar com a dor cá dentro.
Contava os passos assim como crianças, um, dois, trezentos e trinta e nove, tentando na vã esperança amenizar o que martelava em meu peito. Não. Não havia dentro de mim qualquer alegria. E enquanto eu andava ia esquecendo-me de teu rosto, sabe. E isso me doía. Sentia a dor latejando na cabeça, no peito, as palavras duras e cruéis dele. Desculpe, mãe. Eu sei que você não desejava isso, fui infantil e optei por um amor tão novo, mas que julguei ser maior.
Perdoe-me pelos gritos, pelas birras e noites mal-dormidas, perdoe-me também por não tê-la abraçado no último dia das mães, por ter esquecido de ligar. Perdoe-me por ter sido tão teimosa na infância, pela minha infantilidade na adolescência, por ter fugido de casa. Perdoe-me principalmente pela tesoura na mão, pela tela de proteção cortada, perdoe-me por não tê-la amado o suficiente.
(...) apesar de não saber demonstrar, mãe. Eu te amei com todas as forças que cabiam em mim, com todos os poemas de amor escritos no mundo, te amei como se ama um amor antigo e verdadeiro. Sim, eu te amei. Só peço que me perdoe.
Sobre pessoas que desistem de viver.
ô.
ResponderExcluirnão sei o que dizer, mas.
é lindo lindo.
mas triste também.
=/
Triste é a dor de quem fica. Fico imaginando a mãe dessa moça lendo a carta, as pessoas deviam ser menos egoístas.
ResponderExcluirTriste demais o texto.
Nossa,ao mesmo tempo que esse texto é bonito,chega também a ser triste,mais isso serve para pensar e prestar atenção nas coisas simples da vida.
ResponderExcluirmuito bonito...
ResponderExcluirmais tbm meio triste...
talvez isso nos ajude a dar mais valor nas coisas mais simples...
pricipalmente nas pessoas que estão ao nosso lado... e nos querem bem...
Ela se matou?????
ResponderExcluirTal como a Jane disse, as pessoas deveriam mesmo ser menos egoístas.
ResponderExcluirAinda bem que nós temos todo o amor do mundo e o anseio de um futuro para não cometermos tamanho egoísmo. Com os outros. Conosco.
beijo amora
A morte também pode ser bela, isso depende apenas do ângulo que você a observa Diana.
ResponderExcluirÉ amor demais dentro do peito, Fê. Para deixar que ele morra, pare de bater.
Valeu Jane, concordo contigo em gênero, número e grau.
Beijo a todos.
Triste, mas lindo :)
ResponderExcluirPor isso que devemos amar as pessoas ao máximo e sempre decarar nossos sentimentos...
Beeijos!
Oiii, perdi minha mãe há 3 meses, lembrei dela ao ler, perdoe-me mas copiei uma parte e coloquei no orkut, se importar retiro sem problemas.....
ResponderExcluirPara mim, a mortem tem duas faces: coragem e fraqueza. A moça do texto se acha fraca, creio eu...
ResponderExcluirBonito e triste.
Beijo, moça!
Depois desse texto, eu vou ali, ligar pra minha mãe...
ResponderExcluirA gente sempre se arrepende do que já disse, do que não disse, dos abraços que poderia ter dado e não deu..
ResponderExcluirTriste o texto, flor, mas lindo.
Beijos!
Se ela amou tanto, por que deixar a mãe sozinha?
ResponderExcluirAmou só pra si e acabou com a própria vida sem pensar na tempestade que isso provocaria em quem ficou. Como já disseram, somos egoístas. Até na hora de amar. Até na hora de morrer.
ResponderExcluirÉ realmente lindo e consequentemente triste..
ResponderExcluirTriste pq infelizmente acredito eu que ela não soube praticar o ato de perdoar a si mesmo, talvez o sentimento de culpa tenha falado mais alto em seu coração. =/
Se as pessoas aprendessem a amar e da valor desde cedo nas pequenas coisas, talvez esse tipo de fato não aconteceria.