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terça-feira, setembro 22, 2015

Vamos ter um bebê.



Eu presenciei várias mulheres descobrirem que seriam mães, moça. Algumas sonhavam ardentemente com isso e outras não imaginavam, não esperavam, e hoje são mães incríveis. Não tenha medo de abraçar seu destino, de acolher em teus braços essa dádiva que virá. Aproveite cada chegada de mês, sinta cada batidinha do coração, deixe o amor pulsar dentro de ti. É uma transição mágica o de ser filha e, de repente, se ver no corpo de uma mãe. Aos poucos a gente vê a menina que brincava no balanço de sua casa ceder espaço a uma nova criança.

Os seus jeans não mais caberão, moça. Mas não se apoquente, porque você descobrirá uma nova forma de enxergar as suas medidas. A vida se expandirá. Tudo se agigantará. E não me refiro somente ao corpo, digo isso quanto aos sentimentos que crescerão, que os espaços (todos eles) se transformarão para receber aquele que personificará a palavra amor. A gente acha, sempre acha, que sentimentos são intangíveis - em sua literalidade realmente são - mas vemos ao tocar na pele, aninhar no colo, que a física sempre estivera errada. Sentimentos podem ser tocados. Amados. Vividos.

É, moça. Seus jeans passarão a não caber mais. Eu repito. Mas não somente eles que não caberão. Faltará espaço para tanto sentimento e você se sentirá transbordando. A vida é realmente fantástica. A gente de repente ama na velocidade da luz. Ama eternamente alguém que ainda não conhecemos, mas  que sabemos que trará consigo alguns traços nossos. Que levará por onde for os nossos olhos, ou quem sabe os nossos lábios, ou quem sabe. Quem sabe, né? 

A vida se faz dentro de você, ocupa os espaços que antes eram vazios e não se trata de uma metáfora. Olhe-se diante do espelho e saiba que hoje o amor tem uma maneira nova de te despertar todas as manhãs, os chutes em sua barriga é apenas uma forma nova de se ouvir 'eu te amo'. E ame.

E ame como se fosse a (única) primeira vez.
E será.

segunda-feira, agosto 31, 2015

O amor é coisa de.



O amor é coisa de cinema mudo e a gente percebe isso quando emudece na frente do outro. Quando as palavras não conseguem descrever o que pulula aqui dentro do peito, o que bate e faz barulho feito bateria de escola de samba. É quando as noites se tornam insones não por problemas a serem resolvidos, mas pelo simples fato de te olhar ressonar manso e suave sobre o meu travesseiro. Ou encontrar uma razão para estender os minutos, mesmo que em uma segunda-feira perto de ir trabalhar, só para deixar que a tua barba percorra os meus caminhos mais secretos.

O amor é coisa de mágico e a gente sabe isso quando de repente ele surge, como um coelho que é retirado da cartola e intriga todo mundo a sua volta. A gente vê surgindo, os olhos não acreditam, e ainda assim a gente fica feliz e sorri. É quando a vida vira aquarela e se pinta de diversas cores, quando o vermelho e a paixão ocupam o mesmo espaço, quando o azul se funde aos nossos sonhos de verão com céu límpido. 

O amor é coisa de colecionador e a gente sabe disso quando se vê colecionando o sorriso do outro, quando percebe que quem amamos tem um sorriso para cada situação, que ele desenha um coração nos lábios quando a saudade esteve presente por dias, que tece um sorriso em forma de constelação quando se vê caindo de paixão feito estrela cadente, que rascunha um riso de maria mole - bem docinho - quando se quer amolecer também o coração do outro.

O amor é coisa de gente corajosa e a gente sabe disso quando mergulhamos sem medo, mesmo sem saber nadar, sem enxergar a profundidade, sem conseguir tocar os pés no fundo. Quando a gente se vê dentro de uma teia sem ter vontade de sair, quando se conta o calendário não mais pelos dias normais, mas pelos dias em que nós estaremos, seremos, viveremos, para o outro. 

O amor é coisa de diabético e a gente não se incomoda mesmo sabendo que pode ser prejudicial, pode ser perigoso e, ou, quem sabe, mortal. A gente prova a boca, o beijo, o corpo, o pelo, o todo e quer mais e mais. Mesmo tendo açúcar em demasia, mesmo havendo outras bocas tão doces, tantos outros a se amar e conhecer, a única que nos apetecerá ainda será. Sim.

O amor é coisa de cinema - eu repito - e a gente sabe porque eu emudeço, você emudece, nós emudeceremos, na frente do outro quando ele sorrir.

sexta-feira, julho 31, 2015

Em tempos assim.


Você me beija os olhos e me abraça como se a qualquer momento eu pudesse sumir dali. E eu vou compreendendo o que é amar através dos teus gestos despretensiosos e pequenos. Pelo modo em que você dedilha suas canções preferidas em minhas costelas. Não conheço muito bem essa equação que se tornou o amor e venho brincando, ultimamente, de esconde-esconde com todas essas incógnitas que são próprias dele.

Sei também que meu humor é de potencializar um bilhão de vezes mais o azedume de um limão, que as minhas palavras saem explosivas como aqueles vulcões em erupção do filme o Inferno de Dante, que eu sou a expressão numérica mais difícil que a vida te deu para resolver e ainda assim você se mantém ali, vivo e cheio de entusiamo.

Eu sei, meu amor, que as divergências são tantas e que os caminhos insistem em querer se descruzar. Que minhas manias são péssimas, minhas vontades são - muitas vezes -, apenas birras de criança. A gente sabe que a convivência é árdua, mas também sabemos que o amor é muito. E tanto. Às vezes me vejo pequeno e indefesa, outras vezes grande e monstruosa. Sei que você aprendeu a ler as fases da lua para me compreender e sei que todos os luares são nossos desde então.

Em tempos assim eu me recolho.
Em tempos assim eu me mostro (te mostro tua).

segunda-feira, maio 25, 2015

Príncipes Encantados.


Cresci, assim como a maioria das meninas, desejando encontrar um príncipe encantado. E diversas vezes me deparei sonhando com o dia em que encontraria um homem dotado de uma perfeição digna de contos de fadas. Ao longo dos anos percebi que a vida não é narrada a partir de um “era uma vez”, onde você tem a certeza que a história será finalizada em “e foram felizes para sempre”. Infelizmente o roteiro de nossas vidas não fora idealizado pela Disney e, de certo, ainda colaremos em nosso álbum da vida muitas figurinhas de arrependimentos, decepções e desencontros.

Acontece que estes últimos tempos tenho estado bastante reflexiva quanto a definição de homem ideal. E, para minha surpresa ele passa longe dos conceitos que vim cultivando desde a tenra infância. Os macaquinhos do sótão surpreenderam-se ao constatar que na verdade eu desejo um homem simples, humano e com suas imperfeições. É estranho para mim – bem confesso – admitir que estive equivocada por tanto tempo e que eu não serei resgatada de uma torre.

Quimeras à parte. Pude notar que aos poucos, mesmo sem perceber, eu vinha podando o meu destino. Como uma árvore que tinha seus galhos cortados nas vésperas de frutificar. Os meus frutos foram, diversas vezes, sacrificados pelo medo de não ter meu destino exatamente igual ao que venho planejando desde minha meninice.

Eu percebi observando alguns exemplos de casais que vivem ao meu redor, através de testemunhos de vida, que histórias bonitas não se restringem às fábulas. Observei, ainda, que é possível amar alguém em suas limitações, em seus medos e imperfeições. E que na verdade eu já venho amando há algum tempo alguém assim. E absorta fiquei ao constatar que a definição de príncipe encantado, ou melhor, sua personificação, sempre estivera diante dos meus olhos.

Príncipes encantados não necessitam de cavalos brancos, moças. E a única carruagem que precisamos adentrar se chama coração. Histórias com finais felizes começam assim. Ouvi falar...

quinta-feira, março 12, 2015

(...) dos meus primeiros beijos.

Na infância temos uma visão muito limitada sobre o amor. Ele é inserido em nossas vidas através dos contos de fadas. Nos imaginamos como princesas e aguardamos, ansiosamente, por nossos príncipes encantados. Idealizamos um modelo perfeito de homem ideal. Aquele que desbrava sete mares, que enfrenta dragões, que escala torres em nossos cabelos, aquele que - por fim -,vem até nós de cavalo branco. O problema é que não somos da realeza, nossos pais não são reis e das fábulas herdamos apenas as tribulações e angústias das jovens princesas. 

Com o tempo os nossos olhos se descortinam e passamos a entender que o amor não habita na fantasia. Ele tem que ser palpável, ser exato em suas inexatidões, tem que ser sentido na carne.  O amor é o único que consegue nos massacrar, vilipendiar nossos corações e nos cicatrizar como se a dor fosse coisa boba, a toa. Ele nos leva do céu ao inferno em segundos. Só amor é capaz de nos transformar de forma involuntária e sem razões. 

Eu imaginei ter descoberto o amor na inocência dos meus primeiros beijos. Aqueles que dei ao primeiro garoto que entreguei de bandeja o meu coração. Aos doze anos você tem a convicção de que viverá tão bem quanto a Cinderela após o príncipe ter calçado o sapatinho de cristal em seu pé. Mas, a vida vai lhe mostrando que não é tão simples assim, que não nos apaixonamos de um dia para a noite, que a vida não é a quimera que imaginamos ser.

Um dia você também compreenderá que as classificações do amor são todas falhas e sem sentido. Talvez você fale sobre ele e discorra, assim como eu, em textos enormes, cheios de açúcar e esperanças. E, dessa forma, entenderá que falar sobre amor não é saber amar [e suplicará aos céus que a vida não seja uma farsa].

Há mais narrações em minha vida do quê, de fato, sentimentos.   

segunda-feira, março 09, 2015

Como crianças.

Nós temos que resgatar em nós a valentia de criança. Aquela que nos permitia cair diversas vezes, mesmo com arranhões, e correr atrás de nossos sonhos. Pôr a vida em alvo e atirar nela se preciso for. Vestir armadura e se embrenhar nas batalhas diárias da vida. A gente tem que ter coragem diante das dificuldades e enfrentá-las, mesmo sentindo que não conseguiremos. Um capitão não abandona um barco que afunda. Por que abandonaríamos as nossas vidas no ápice de um, possível, naufrágio? A vida é boa demais para deixarmos que os dias sigam sem cor e vida. Caminhe, mesmo que lento, mas dê passos à felicidade. Todos buscamos uma fórmula para endireitarmos a nossos caminhos segundo nossas vontades, mas pouco observamos que a vida se esvai, entre os dedos, enquanto quebramos as nossas cabeças. Viver nunca se tratou de matemática e exatidão. O amor não habita nas exatas.

quinta-feira, março 05, 2015

Querido Nando,

A onda do mar já lambeu os meus pés umas trezentas vezes e eu ainda te espero chegar. O amor é uma doce espera. E eu continuo, em meus dias de sol, te esperando nas varandas da vida, nas praças que abrigam os amores serenos, nos parques que recebem as famílias aos domingos. O dia  mal amanheceu e eu já me apaixonei doze vezes por você e sei que este número será multiplicado tantas vezes mais até o pôr-do-sol. 

A vida é uma doce aventura. Os dias correm tão depressa quando você está, e tão lentos quando insistes em se ausentar de mim. Observo ao longe a imensidão deste mar de águas cristalinas e percebo a dimensão daquilo que guardo no coração para ti. A gente entende, observando o céu acima de nós, que há um porquê de poemas bobos e rimados na adolescência. Nós compreendemos que o amor é para quem é tolo, uma tolice é sadia e abençoada, mas ainda sim um disparate.

Os grãos de areia já beijaram as mãos umas dez vezes só esta manhã. Enquanto escrevo os nossos nomes, desenho as nossas iniciais e assisto as ondas - grandes e ciumentas - a nos levarem para o mar. Há quem diga, supersticiosamente, que o mar leva para sempre. Eu acredito que ela leva e abençoa. Modifica, une e nos torna enormes. Gigantes quanto a sua infinitude.

Há de crescer.
Hei de te esperar.

terça-feira, março 03, 2015

Senta aqui, Maria.

Vou te explicar como as coisas do coração funcionam, Maria. Um dia eu acreditei que o amor era uma espécie de loteria e somente alguns eram contemplados. E andei espalhando por aí que ele não existia, que somente os tolos acreditavam e que era uma espécie de história de carochinha. Eu me enganei. Não porque o amor enfim bateu em minha porta e me convenceu do contrário, mas porque eu soube compreender que ele não se limita apenas à atração física, relação de homem e mulher. 

Senta aqui, Maria. Eu tenho que te dizer que algumas vezes você irá se decepcionar e, por vezes, sentirá seu coração sendo triturado. Meu coração foi costurado diversas vezes desde que tentei desbravar essas estradas em busca do amor. A gente sente uma dor tremenda, algumas vezes é tão lancinante que você perde a noção das horas, dias e meses. Você deita, olha para o teto e mesmo não enxergando nada os seus olhos permanecem fixos. 

Não se assuste, Maria. Apesar da vida bater um pouco, existem aqueles que têm mais sorte e descobrem o amor antes de nós. Fixa neles e não em minhas palavras duras e amargas. Levei um baque esses tempos e ao invés de levantar e sacudir a poeira, eu me mantive no chão, não sei bem o que se passava em minha cabeça. Fiquei ali deitada, comendo um pouco de terra e formando poças de lama com as lágrimas que me caíam dos olhos. É, Maria, doeu um bocado.

Hoje posso te dizer com sabedoria que a queda me transformou em uma pessoa mais forte, que o tombo me fez acreditar - acredite ou não - um pouco mais no amor. Porque para amar alguém é necessário que nos amemos primeiro, que haja reciprocidade no sentir, doação de ambas as partes, é preciso que nós estejamos completos para que não busquemos no outro aquilo que nos falta. Para não entregar ao outro uma carga muito grande. Não responsabilizar o outro a preencher nossos vazios. A gente precisa se entender melhor para não cobrar do outro aquilo que ele não pode nos oferecer.

No final das contas nós precisamos chegar com a bagagem e apenas desfazer as malas. O amor tem que encontrar a casa perfumada, os cômodos vazios de outros sentimentos e a cama feitinha para que possa descansar. O amor é mais simples do que imaginamos, Maria. A gente busca em tanto lugar o amor, sendo que nem desconfiamos que ele é gerado primeiro em nós mesmos. Quando a gente encontrar o dono do nosso coração ele apenas fará um parto, em nós haverá um nascimento, nascerá aquilo que desde sempre esteve em nosso interior.

Acredite, Maria. O amor nasce é assim.

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Decida-se viver.

"Todos os dias antes de dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder (...)"

(URBANA, Legião).


Acredito que um dos sintomas de envelhecer é ter vontade de agarrar os dias que vão se passando. Todos as noites deitada em minha cama os meus olhos fixam o teto e, diversas vezes, eu me pergunto se estou no caminho certo. Algumas vezes a pergunta vem acompanhada de um suspiro doloroso. É como se ele respondesse: "você perdeu mais um dia de vida". Planejo em minha cabeça várias decisões para o dia seguinte, no intuito de diminuir os erros, de alcançar os meus objetivos e no outro dia, na reflexão noturna, vejo que mais uma vez fracassei.

Algumas decisões que eu julgavam certas à época trazem ao meu coração uma tristeza sem explicação. É como se as minhas escolhas tivessem em suas mãos açoites. E eu apanho sem poder questionar, sem margem para explicar as razões e porquês de tê-las escolhido. É como dizem por aí: "suas escolhas fazem você". Acho tão complicado o convívio humano e as relações. Algumas pessoas entram e saem das nossas vidas como se fossem, realmente, a casa da mãe Joana. Não encaro a vida dessa forma. Se abro a porta para alguém é porque espero, ou acredito, que ela venha de mala e cuia. Que permaneça.

Talvez a minha visão sobre relacionamentos seja tão antiquada quanto as canções que Roberto Carlos outrora cantava. Ele que é o amante à moda antiga, que manda flores e quem sabe até cartões. Aquele que namora no portão, que dá valor à presença do outro, que sente saudades com uma intensidade tremenda. Meu coração não tem a porta escancarada, ele tem chave e sabe que há um tempo certo para visitas. Talvez eu não compreenda ainda o tempo das coisas, talvez eu confunda a vida, o momento, as pessoas. E deixe as oportunidades passarem.

Acontece que há alguns dias meu coração se afogou no remorso por não me permitir, por podar a árvore antes que desse os frutos, por fechar as cortinas antes que o sol adentrasse o interior da casa. Mas ao mesmo tempo eu percebo e me convenço que não se pode convidar alguém para morar 'dentro' de nós antes de esvaziar os cômodos, de limpar as poeiras dos cantos. E penso que a vontade de Deus prevalece todos os nãos que uma vez dissemos ao outro. Um sim na hora errada pode ter um efeito avassalador. E é isso que me consola.

quarta-feira, novembro 26, 2014

Gratidão.

A tendência universal das pessoas é se apegarem às decepções e remoerem seus fracassos. Todo mundo, em algum momento, dá uma importância demasiada a coisas pequenas. Acontece, porém, que manter a mente em situações desagradáveis nos impede de reconhecermos as dádivas que recebemos todos os dias. Há um versículo na bíblia que enfatiza que em todas as circunstâncias devemos dar graças.

Quando estamos no fundo do poço, sufocando com o nível da água, é impossível enxergar que acima o sol brilha. A vontade de sair daquele lugar a qualquer custo é que nos faz afundar cada vez mais. O desespero em se manter viva retira de nós o raciocínio. Não permite que enxerguemos possibilidades e, até mesmo, o sentido de estarmos passando por aquilo naquele momento.

Há alguns anos, exatamente em 2001, minha irmã estava morrendo afogada e a minha reação imediata foi de tentar resgatá-la. No impulso entrei na água, mesmo sem saber nadar e lá estávamos as duas nos afogando e para nossa sorte fomos salvas pelo nosso pai. A analogia que faço é admissível, porque quando estamos em uma situação de perigo ou de profunda dor não paramos para pensar. Eu poderia ter pegado alguma coisa e estendido a ela, mas eu preferi entrar dentro da água. Eu era capacitada para aquilo? Não.

Todos os dias as situações que me cercam me remetem a esse episódio. Porque em uma análise geral eu me defino como ‘coração’. Sou toda. O coração me manda fazer coisas e entra em batalha com a minha razão. Dentro de mim há um ringue de MMA eterno. Aos poucos vamos entendendo que é necessário ter gratidão não somente pelas coisas boas que nos acontecem, mas pelas ruins também. Elas constroem o nosso caráter.

Torne uma prática diária o agradecimento. Agradeça pelo zero que você levou na prova, mas analise o que você poderia ter feito para ganhar um dez. Dê graças ao término de relacionamento conturbado hoje, pois ele poderia ser um casamento infeliz amanhã. Aprenda a valorizar as suas gargalhadas, mas louve também por suas lágrimas. Elas são sagradas. Sorria no dia em que perder seu ônibus próximo ao ponto, pois você não sabe se ele te levaria ao destino final.

Hoje amanheci querendo dar graças a Deus, porque sei exatamente das coisas que Ele tem me livrado. Há anos venho caminhando lado-a-lado e vejo que assim como uma criança que está aprendendo a andar Ele vem me segurando. A Sua mão me sustenta. É difícil compreendermos certas situações quando a nossa vista está turva e embaçada pelas lágrimas. Mas haverá sempre um dia ensolarado para que sentemos embaixo de uma árvore qualquer e recordemos o cuidado que Ele tem para conosco.


A vida tem que estar casada à gratidão.

segunda-feira, novembro 24, 2014

A maior aventura

Amar é a maior aventura que o ser humano vivencia em toda a sua existência. Somente o amor é capaz de derrubar um Golias e fazer com que nos transformemos em Davis. Mas há, também, aqueles que se deixam cair. Nem sempre a pedrinha (o amor) que derrubou o gigante é capaz de vencer uma guerra. A guerra que travamos todos os dias desde a nossa descoberta do amor. Há que se ter muita habilidade em diferenciar o amor de outros sentimentos. A mesma que um garimpeiro tem em separar pedras de um diamante.

O amor sempre será um dos tesouros mais procurados pelo homem. Nos tornamos o Indiana Jones nessa caçada ou quem sabe o Crocodilo Dundee. Essa analogia é totalmente aceitável na compreensão de que haverá vilões no caminho – aqueles que atrasam os nossos caminhos, assassinam os nossos sonhos, dilapidam a esperança que é inerente ao ser humano -, os mocinhos que buscam provar a todo custo o quanto valem às mocinhas tendo que enfrentar furacões, tempestades e, muitas vezes, o próprio desamor.

Acontece, porém, que nesta vida não conseguimos de fato identificar o que é o amor. Às vezes a vontade de ser de alguém é maior que o nosso entendimento. Cuidado com a carência ela pode ser uma arma engatilhada em sua cabeça. O amor nunca te trancará em uma gaiola, pois ele é o responsável por nos levantar, nos direcionar aos céus. Ele jamais te ordenará a fazer coisas que a sua mente duvida serem corretas.

Quando formos abraçados pelo o amor verdadeiro compreenderemos que ele é invasão. Invasão de bem-estar, paz e tranqüilidade. Ele é a engrenagem da vida e nela não há ferrugem possível de danificá-la. O amor te a dá calmaria de uma boa noite de sono, a certeza que doamos e recebemos na mesma proporção. Ele é casadinho, entrelaçado, enroscado à reciprocidade. Nós não devemos aceitar tudo. O amor não machuca por nenhum instante, porque ele quer o bem. O coração não se aflige, os olhos não se enchem, a boca não sente o sal das lágrimas. Porque quando é amor a dor é afastada de nós.

Quem ama não adoece ninguém, porque ele é a própria cura.

quarta-feira, agosto 13, 2014

O amor é a matemática

Penso que o amor seja uma espécie de loteria. Você pega um volante e às cegas marca os tão desejados número na esperança de ser premiado. São apostas. Não é a pessoa que se dedica mais ou que se entrega plenamente. Não é porque você ama o outro e faz tudo que ele deseja que receberá o mesmo afeto. 
Um conselho. Pare. Amor não exige demonstrações de submissividade e se exigir, claramente, não é amor. Embora não acredite, tão veemente, no amor conjugal a meu ver amar tem que te libertar das prisões, dar asas, permitir você ser quem é sem a necessidade de máscaras, pisar de ovos ou receio de magoar o outro. É como andar sem medo em um lago fino de gelo. É questão de sorte. De ser sorteado mesmo. A famosa: probabilidade.
Você tem uma chance, mas não sabe exatamente sobre o quê. Não é igual a uma moeda que sem tem dois lados e que você pode tentar prever. Só que tudo é imprevisível. Se você jogar um dado as chances de sair um número de 1 a 6 são iguais. E você é um desses lados. Você pode ser sorteado agora, amanhã ou nunca. Só que a vida não é um dado de 6 faces. Acho que ela se equipara mais a um volante mesmo com 60 números. Possibilidades. 
O amor existe para alguns. Inexiste para outros. A questão é saber se você faz ou fará parte dessa estatística. Nunca saberemos a não ser que apostemos.

segunda-feira, maio 19, 2014

O amor nasce.

O amor nasce no boteco em que cabulamos as aulas da faculdade; no intervalo do trabalho quando descemos para tragar um cigarro; em um congestionamento infernal às 7 da manhã, enquanto o outro deixa você passar. O amor nasce enquanto você estuda geometria espacial em pleno feriado; quando você resolve ir à padaria da esquina tomar um café; quando você esbarra - cinematograficamente -, no outro ao atravessar a rua. 

Eu entendo que o amor nasce. Ele nasce quando a gente estende a mão ao outro de modo a apoiá-lo; quando você oferece uma bala a pessoa sentada ao seu lado no ônibus; quando você ouve alguém discutindo literatura, gostos musicais e percebe que vocês têm gostos em comum; quando a chuva cai e vendo que você precisa atravessar a avenida alguém lhe dá carona em seu guarda-chuva.

O amor nasce.
E eu tenho esperança nisso, porque todas as vezes que alguém se apaixona nasce uma poesia por aí. Façamos uma prece para que ele nasça, renasça e se faça em nós.

terça-feira, outubro 15, 2013

Azul

É azul.

A vida anda pintando tons diversos desde que aprendi a enxergar você. Ando desenhando a tua face por aí nesse céu de brigadeiro que os dias de Brasília vêm nos presenteado. E, aprendido também a entender que as pessoas são o que são. Com seus defeitos, seus medos, suas histórias e seu passado. O céu que me apaixona os olhos traz uma nostalgia não vivida. Uma prece que os dias corram devagar e que corramos juntos em direção aos nossos sonhos. É azul. Isso que me invade e traz ao meu coração uma paz e o anseio de que sejamos um. É a cor que vem adjetivando as minhas vontades. E tudo isso vem acontecendo sem ao menos – propriamente – acontecer. Mergulho em tons azulados e te encontro a cada céu-mar.

É azul.
Você é.


Você dobrou e desdobrou o meu coração com a facilidade de alguém que brinca com origamis. Veio sem razão aparente sambar bonitinho dentro do meu coração. Onde versam prosas sem nexos e poemas sem pretensões. Sei que é azul. Porque sinto do azul brotar o amor.  O amor que o vermelho esconde tantas vezes.

segunda-feira, setembro 30, 2013

Ah, a felicidade!



Aprenda que você veio ao mundo sozinho e, por isso, não depende de ninguém para que ela faça sentido. A felicidade não deve estar amarrada a  alguém. Você tem que se bastar. O problema é que depositamos todas as nossas fichas em pessoas que sequer compreendem a grandeza daquilo que sentimos. E não, não podemos exigir que estes nos amem de volta. Afinal, as expectativas são criadas por nós em nossas mentes e corações. Dê asas ao seu amor, deixe que ele voe, o que há de ser seu encontrará o caminho de volta. Mas, por favor, ame-se primeiro. O que vier será consequência desse seu amor.

quinta-feira, setembro 26, 2013

Esvazie os cômodos


Cuidado com a carência. Ela pode ser uma arma engatilhada na sua cabeça sem que você perceba. Algumas pessoas leiloam seus corações com o intuito de se livrar do rótulo de solteiro. Dê seu coração a quem você acha que merece. Àquele que faz seus olhos brilharem quando passa, à moça que com carinho te veste de gentilezas desinteressadas, ao rapaz que com um bom dia consegue acelerar o teu coração. Não entregue a qualquer um ou porque acha que ninguém jamais te amará. Não dê motivos para que os outros acreditem que seu coração é um objeto. Não dê.

O problema é que abraçamos a primeira oportunidade de abandonarmos esse título e pouco nos importamos se estamos preparados ou não. Limpe a casa. Organize todos os cômodos do seu coração e aguarde o momento certo. O ditado que diz que devemos cuidar de nosso jardim para atrairmos as borboletas é verídico. Não há como receber um visitante sem condições de recepcioná-lo, acolhê-lo. Ele sairá batendo a porta em questão de tempo apenas por causa de sua desorganização.

O amor não tem que ser desesperado. Ao contrário, devemos deixar que ele surja aos poucos. Que ele nasça insuspeitado e sem razão de ser. Assim como as lianas que aos poucos se enroscam à árvore que desejam viver, ‘namorar’. O amor deve ser aguardando, mas para que isso aconteça devemos dar espaço para que ele cresça em nós. Não há como ele sobreviver em nosso interior como se vivesse espremido em uma despensa.


Por isso eu digo: esvazie os cômodos, limpe todas as gavetas, desfaça-se daquilo que não lhe cabe. Deixe os sentimentos antigos de lado, não se atemorize com o passar do tempo, não seja afoito. O amor surgirá quando menos você esperar. Assim como uma borboleta que pousa sem prévio aviso em nossos ombros. Paciência é uma virtude. Se é.

terça-feira, junho 11, 2013

Não dito.

Texto em parceria com a escritora Maria Fernanda Probst.


Olhei-o pela octogésima vez. Durante semanas, ele fora deliberadamente gentil e doce e fofo e carinhoso e apaixonado comigo, me levando à bares, cinemas e bancos de praça. Eu me envolvia na velocidade da luz, porque não sei me envolver de maneira lenta. Triste mania de me jogar de cabeça em tudo que me convidam: me convidam para um relacionamento bobo, ok, mas me jogo de cabeça, alma e coração e, no caso dele que foi deliberadamente gentil e doce e fofo e carinhoso e apaixonado comigo, não podia ser diferente. Eu já o amava, e olhei-o pela octogésima primeira vez no meio daquele filme e engoli duzentas e trinta e duas vezes o “eu te amo” que queria dar um jeito de escapulir dos meus lábios.

O amor não é escambo – eu pensei. E enquanto eu meditava isso, pensava se era capaz de ouvir um: “valeu” ou algo do tipo: “que bom”. As pessoas não aceitam facilmente a rejeição e por que eu seria diferente? Eu ensaiava as palavras e os meus lábios entreabriram-se diversas vezes enquanto ele, com os olhos fixos no telão, sorria até perder o ar. E então eu analisava o efeito que o “não amar” dele surtiria sobre mim e sabia que o meu coração pesaria. E eu o olhava pela octogésima terceira vez.

Subitamente, ele pegou-me o olhando e riu. Puxou minha mão até seus lábios, beijou-a docemente e sorriu-me com os olhos nadando em estrelas. Derreti-me inteira e engoli as ditas palavras junto com o turbilhão de borboletas que se alvoroçaram cá dentro, deixando-me inebriada em felicidade palpável e notória. Virei-me, antes que fosse tarde demais, para o filme que não roubava nem um pouco a minha atenção.

O filme nada me atraia, isso era fato, mas pude notar alguma semelhança entre a personagem e eu. Ela também tentava confessar o amor e sempre era impedida. Ora pelo cara que cuspia, verborragicamente, vários empecilhos. Ora por ela mesma que se via tentada a dizer e sem coragem quando era possível. E enquanto via aquela situação só pude concluir, mentalmente, é claro: “como é difícil expressar o que sentimos.” E quando resolvi olhá-lo pela octogésima quarta vez ele me sorriu dizendo: “bobagem dele e dela não perceberem que amor é convivência, que ele se prova nas atitudes, no dia-a-dia e não apenas em um simples e formal: eu te amo. Nós, querida, não precisamos de verbos para amar um ao outro e ainda assim nos amamos. Profundamente.” Eu por minha vez apenas assenti. E senti.

sexta-feira, maio 31, 2013

2.190 dias

Eu disse sem pretensão alguma: “são apenas 2.190 dias. Apenas dias sem importância”. E ele não pôde ler as minhas entrelinhas. Talvez as minhas metáforas sejam tão enfadonhas quanto a programação de domingo da Tv aberta. Ou então ele não queira ler o que está evidente. Ou então [...]

Acontece que as interrogações já foram respondidas, mas a minha cabeça insiste em abrir brechas e exceções. Tolice! Eu repito diversas vezes, mas os meus ouvidos não fazem questão de ouvir. De que adianta, me diga, você tecer vários poemas dentro de si e sonhar com uma pessoa que não quer te estender a mão? E de que adianta você se interrogar tanto em frente ao espelho se as respostas não existem?

Foram apenas 2.190 dias – inexatos. O bastante para dilacerar meu coração devido a minha falta de coragem. O suficiente para me sufocar todas as vezes que eu ouvia o nome dele e minha cabeça devaneava: “por que eu deixei ele partir?”. Então você se dá conta que não é era realmente para ser. A inexatidão de sentimentos não permitiu que o amor se cumprisse ali. Não estou dizendo que o amor de fato existiu, mas que ele poderia sim ter existido se houvesse brecha, se houvesse um terreno fértil para que ele se plantasse. Não houve.


Apenas 2.190 dias. 

quarta-feira, maio 29, 2013

A delícia de você ser quem é.

“Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus.”
Chico Buarque


A confusão aconteceu quando os meus passos começaram a vacilar. Eu tentei não olhar para trás e, de alguma forma, aceitar que os nossos destinos não estavam destinados a se cruzarem. E, então, em meio ao caos e a turbulência que se instalava dentro de mim, percebi que você não era passagem. Senti que o seu olhos haviam ancorado em meu coração e presa me mantive sem nenhuma resistência. Permaneci.

Tu não sabes a explosão que me causas com esse olhar sereno que me invades, com a tua voz que de tão macia - aveludada -, torna-se tangível, com o amor que surge dos teus lábios quando você fala sobre o que há em teu coração. E eu mergulho nessa imensidão de sentimentos, nesse turbilhão de sensações que desconcerta até o meu caminhar, na tua simplicidade que me comove e apaixona a alma. 

Quando teus olhos pousam sobre os meus não há texto, verso ou prosa suficiente para definir o que sinto. É vulcão em erupção e acrescentando, doçura, apenas  te digo: que delícia você ser quem é.