Na infância temos uma visão muito limitada sobre o amor. Ele é inserido em nossas vidas através dos contos de fadas. Nos imaginamos como princesas e aguardamos, ansiosamente, por nossos príncipes encantados. Idealizamos um modelo perfeito de homem ideal. Aquele que desbrava sete mares, que enfrenta dragões, que escala torres em nossos cabelos, aquele que - por fim -,vem até nós de cavalo branco. O problema é que não somos da realeza, nossos pais não são reis e das fábulas herdamos apenas as tribulações e angústias das jovens princesas.
Com o tempo os nossos olhos se descortinam e passamos a entender que o amor não habita na fantasia. Ele tem que ser palpável, ser exato em suas inexatidões, tem que ser sentido na carne. O amor é o único que consegue nos massacrar, vilipendiar nossos corações e nos cicatrizar como se a dor fosse coisa boba, a toa. Ele nos leva do céu ao inferno em segundos. Só amor é capaz de nos transformar de forma involuntária e sem razões.
Eu imaginei ter descoberto o amor na inocência dos meus primeiros beijos. Aqueles que dei ao primeiro garoto que entreguei de bandeja o meu coração. Aos doze anos você tem a convicção de que viverá tão bem quanto a Cinderela após o príncipe ter calçado o sapatinho de cristal em seu pé. Mas, a vida vai lhe mostrando que não é tão simples assim, que não nos apaixonamos de um dia para a noite, que a vida não é a quimera que imaginamos ser.
Um dia você também compreenderá que as classificações do amor são todas falhas e sem sentido. Talvez você fale sobre ele e discorra, assim como eu, em textos enormes, cheios de açúcar e esperanças. E, dessa forma, entenderá que falar sobre amor não é saber amar [e suplicará aos céus que a vida não seja uma farsa].
Há mais narrações em minha vida do quê, de fato, sentimentos.
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