É necessário ter em mente que pessoas vêm e vão
de nossas vidas. Não há mal algum nisso, é apenas a vida tomando o seu curso
natural. Aqueles que dividiam o lanche no jardim de infância, os que
compartilhavam segredos na adolescência, aqueles que iniciaram conosco a vida
adulta e tomaram um novo rumo. A vida é assim. É um processo pelo qual todos
nós passamos ou iremos passar. É como se nossas vidas, infelizmente, fosse uma
estrada e algumas pessoas apenas forasteiros.
Todos nós fomos, em algum momento, apenas um
caminhante na vida de alguém. Não há, também, que se magoar por isso. A vida é
uma rotatória, o próprio poeta vivia a dizer que ela é uma roda viva. Mas só
compreendemos a poesia da vida quando vemos aqueles que amamos – e julgávamos
retribuir o mesmo afeto –, se distanciando de nós. Seria injusto imaginarmos
que somos descartáveis, substituíveis à medida que não satisfazemos mais a
expectativa do outro, porque – sem dúvida alguma -, algum dia substituímos ou
descartamos alguém também.
A vida é um jogo de interesse. Não aqueles jogos
luxuosos e atrativos de Las Vegas ou aqueles carteados que jogamos em reuniões
familiares aos finais de semanas com os amigos. É um jogo em que os peões são
derrubados do tabuleiro em impiedosos xeques-mate. O final das contas é que não
há nada eterno quando se diz respeito às relações humanas.
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