Cresci,
assim como a maioria das meninas, desejando encontrar um príncipe encantado. E
diversas vezes me deparei sonhando com o dia em que encontraria um homem dotado
de uma perfeição digna de contos de fadas. Ao longo dos anos percebi que a vida
não é narrada a partir de um “era uma
vez”, onde você tem a certeza que a história será finalizada em “e foram felizes para sempre”.
Infelizmente o roteiro de nossas vidas não fora idealizado pela Disney e, de
certo, ainda colaremos em nosso álbum da vida muitas figurinhas de
arrependimentos, decepções e desencontros.
Acontece
que estes últimos tempos tenho estado bastante reflexiva quanto a definição de
homem ideal. E, para minha surpresa ele passa longe dos conceitos que vim
cultivando desde a tenra infância. Os macaquinhos do sótão surpreenderam-se ao
constatar que na verdade eu desejo um homem simples, humano e com suas
imperfeições. É estranho para mim – bem confesso – admitir que estive
equivocada por tanto tempo e que eu não serei resgatada de uma torre.
Quimeras
à parte. Pude notar que aos poucos, mesmo sem perceber, eu vinha podando o meu
destino. Como uma árvore que tinha seus galhos cortados nas vésperas de
frutificar. Os meus frutos foram, diversas vezes, sacrificados pelo medo de não
ter meu destino exatamente igual ao que venho planejando desde minha meninice.
Eu
percebi observando alguns exemplos de casais que vivem ao meu redor, através de
testemunhos de vida, que histórias bonitas não se restringem às fábulas. Observei,
ainda, que é possível amar alguém em suas limitações, em seus medos e imperfeições.
E que na verdade eu já venho amando há algum tempo alguém assim. E absorta
fiquei ao constatar que a definição de príncipe encantado, ou melhor, sua
personificação, sempre estivera diante dos meus olhos.
Príncipes
encantados não necessitam de cavalos brancos, moças. E a única carruagem que
precisamos adentrar se chama coração. Histórias com finais felizes começam
assim. Ouvi falar...
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