O amor é coisa de cinema mudo e a gente percebe isso quando emudece na frente do outro. Quando as palavras não conseguem descrever o que pulula aqui dentro do peito, o que bate e faz barulho feito bateria de escola de samba. É quando as noites se tornam insones não por problemas a serem resolvidos, mas pelo simples fato de te olhar ressonar manso e suave sobre o meu travesseiro. Ou encontrar uma razão para estender os minutos, mesmo que em uma segunda-feira perto de ir trabalhar, só para deixar que a tua barba percorra os meus caminhos mais secretos.
O amor é coisa de mágico e a gente sabe isso quando de repente ele surge, como um coelho que é retirado da cartola e intriga todo mundo a sua volta. A gente vê surgindo, os olhos não acreditam, e ainda assim a gente fica feliz e sorri. É quando a vida vira aquarela e se pinta de diversas cores, quando o vermelho e a paixão ocupam o mesmo espaço, quando o azul se funde aos nossos sonhos de verão com céu límpido.
O amor é coisa de colecionador e a gente sabe disso quando se vê colecionando o sorriso do outro, quando percebe que quem amamos tem um sorriso para cada situação, que ele desenha um coração nos lábios quando a saudade esteve presente por dias, que tece um sorriso em forma de constelação quando se vê caindo de paixão feito estrela cadente, que rascunha um riso de maria mole - bem docinho - quando se quer amolecer também o coração do outro.
O amor é coisa de gente corajosa e a gente sabe disso quando mergulhamos sem medo, mesmo sem saber nadar, sem enxergar a profundidade, sem conseguir tocar os pés no fundo. Quando a gente se vê dentro de uma teia sem ter vontade de sair, quando se conta o calendário não mais pelos dias normais, mas pelos dias em que nós estaremos, seremos, viveremos, para o outro.
O amor é coisa de diabético e a gente não se incomoda mesmo sabendo que pode ser prejudicial, pode ser perigoso e, ou, quem sabe, mortal. A gente prova a boca, o beijo, o corpo, o pelo, o todo e quer mais e mais. Mesmo tendo açúcar em demasia, mesmo havendo outras bocas tão doces, tantos outros a se amar e conhecer, a única que nos apetecerá ainda será. Sim.
O amor é coisa de cinema - eu repito - e a gente sabe porque eu emudeço, você emudece, nós emudeceremos, na frente do outro quando ele sorrir.
Oii Mel! Eu conheci teu blog pelas indicacoes do #blogday Estou encantada. Voce escreve muito bem. Parabens. Vou te acompanhar com certeza. Beijinhos
ResponderExcluirwww.verdadeescrita.com