Penso que o amor seja uma espécie de
loteria. Você pega um volante e às cegas marca os tão desejados número na
esperança de ser premiado. São apostas. Não é a pessoa que se dedica mais ou
que se entrega plenamente. Não é porque você ama o outro e faz tudo que ele
deseja que receberá o mesmo afeto.
Um conselho. Pare. Amor não exige demonstrações
de submissividade e se exigir, claramente, não é amor. Embora não acredite, tão
veemente, no amor conjugal a meu ver amar tem que te libertar das prisões, dar
asas, permitir você ser quem é sem a necessidade de máscaras, pisar de ovos ou
receio de magoar o outro. É como andar sem medo em um lago fino de gelo. É
questão de sorte. De ser sorteado mesmo. A famosa: probabilidade.
Você tem uma
chance, mas não sabe exatamente sobre o quê. Não é igual a uma moeda que sem
tem dois lados e que você pode tentar prever. Só que tudo é imprevisível. Se
você jogar um dado as chances de sair um número de 1 a 6 são iguais. E você é
um desses lados. Você pode ser sorteado agora, amanhã ou nunca. Só que a vida não
é um dado de 6 faces. Acho que ela se equipara mais a um volante mesmo com 60 números.
Possibilidades.
O amor existe para alguns. Inexiste para outros. A questão é
saber se você faz ou fará parte dessa estatística. Nunca saberemos a não ser
que apostemos.
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