►Leia ao som de Je t'aime moi non plus, Serge Gainsbourg◄
Ligo as pintas que há
em teu peito e vejo se formar uma constelação.
Você é universo a ser desbravado. É manhã de sol que clama o verão. Nossa pele
juntas queimam. Disputam com o sol a sua quentura. Você me acende e eu sou vela
acesa a queimar – vagarosamente – em teus braços.
Beijo tua fronte, os teus cílios
gigantes e me encho de ternura ao te ter entre meus braços. Te olho no olho e
sinto me perder na profundidade do teu castanho. Te olho no olho e me vejo cair dentro de você. É caminho sem volta,
você me diz. Eu meio escaldada pelas topadas da vida fico em silêncio te vendo
sorrir.
Te ouço sorrir e fico
encantada pela melodia da tua gargalhada. Não há no mundo quem
não se contagie com o som da tua voz. Te ouço sorrir e minha alma sorri junto. Te
ouço sorrir e parece que não há nada neste mundo que possa me ferir. Te ouço
sorrir e sinto vontade de gravar a tua risada e usá-la à noite para conseguir
dormir.
Tu adormeces em meu
peito e te vejo indefeso. Tão novo é esse sentir e essa
querência. Nós que não éramos hoje somos. Nós que sempre fomos e agora somos mais
que reais. Te olho no olho e vejo a minha história a se projetar. Vejo a minha
mocidade através deles. Meus cabelos negros e longos. Minhas poesias e
desenhos. Vejo conversas e várias canções tocadas na velha praça. Te olho no olho e percebo que às vezes é
bom olhar para o lado.
Beijo os teus lábios, me enrosco em
tuas pernas, me desnudo de mim mesma e percebo que casa nem sempre é lugar
fixo. Beijo os teus lábios e entendo que querer é decisão e me permito te
querer. Beijo os teus lábios e entendo
tantos jargões e provérbios. Percebo que a gente é poesia a se escrever. Beijos
os teus lábios e me perco em você. Na Via-Láctea que há em teu peito. No vai e
vem dos nossos quadris. Na profundidade de teus olhos castanhos. No som gostoso
do teu sorrir.
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