Os textos não se contabilizam mais. Perdi as contas de quantas vezes
sentei em frente ao computador para te desenhar com os meus dedos. Escrever sempre
foi a forma mais próxima e certa de te ter aqui comigo. Escrevendo não há distância. Os quilômetros não existem. Tudo é tão
próximo. Escrevendo eu sinto seu cheiro, sinto o seu toque e sinto que somos
casa um do outro. Escrevendo eu fecho os olhos e te vejo sorrindo com teu
sorriso largo e eu vejo os teus olhos miúdos fitando os meus. Escrevendo.
“A felicidade é uma janela a espera de alguém que esteja afim.” Ecoa na
cabeça. Assim como tantas outras canções que sempre foram trilha sonora. Canções que me desconcentrava enquanto conversávamos
sobre os dias e sobre um futuro incerto. A vida parecia tão descomplicada
ali enquanto ríamos e fitávamos um ao outro por trás da tela. Ter uma casa
parecia tão fácil, ter filhos era algo tão certo e outras coisas tão comuns aos
casais normais.
Será que sonhar é tão caro assim? Ou será que é somente errado? Ou será
que sonhos não são para todos? Sonho é
ouro de duende no final de arco-íris. É estrela brilhante no céu que nossas
mãos no alcança. É tesouro de pirata escondido nos sete mares. Nunca é aquele
pãozinho gostoso que fica na padaria só esperando a gente ir pegar. Sonhos são
para alguns. Não para todos.
Sonhos de amor são dolorosos. E muitas vezes nós nos vestimos de contos
Shakesperianos sem perceber. Somente percebemos quando a tragédia está
instalada. Quando não há quem ouça a nossa voz. O amor é tão carrasco às vezes.
Porque ele não nos aponta uma solução, apenas cortam as nossas cabeças. Amar é
para quem não tem medo da vida. É para quem coloca a cabeça na guilhotina.
Amor é para quem tem paixão pela vida.
É para quem sabe que só se vive uma vez. Para quem não deseja sentar em
uma cadeira de macarrão daqui alguns se questionando como seria. É para quem
fica, enfrenta os medos e mesmo com medo tenta vencer as adversidades. Amor é
para quem ousa.
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