Há alguns anos me neguei a aceitar
o término de um relacionamento. Eu acreditava ter encontrado o amor da minha
vida, por isso me negava a aceitar o término. Então passei, a partir daquele
momento, a vigiar cada passo dele para entender o que havia ocasionado o nosso
rompimento. Cada vez que eu acessava uma rede social ou tentava ir atrás de
alguma informação dele cutucava a ferida. Eu não permita que ela cicatrizasse. Ia
até amigos em comum para saber se ele estava bem ou se sentia saudades de mim.
Muitas vezes alimentei esperanças
ao saber que ele sentia muito por nós. Por dizer aos nossos amigos que havia se
arrependido e que deveria ter ficado ao meu lado. À época eu me alegrava com
cada resquício de saudade, me alimentava com as migalhas afetivas que ia
encontrando pelo chão, me satisfazia com alguma notícia vindo dele. Até que, em
um momento de sanidade, eu percebi que estava me fazendo mal, que estava
sabotando a minha felicidade e que estava vivendo a vida dele ao invés da
minha.
Às vezes nós ficamos tão cegos de “amor”
por alguém que deixamos o nosso amor-próprio de lado. Nenhum amor deve ser
maior do que a nossa razão, do sentimento de afeto que temos por nós mesmos. Se
alguém decidiu deixar de caminhar ao seu lado é porque não deseja sua presença,
logo você não precisa acompanhar a vida do outro como telenovela. O tempo que
você perde indo atrás de notícias poderá ser empregado de uma forma mais proveitosa.
Com o tempo eu aprendi que o outro
tem o poder que nós damos a ele e compreendi que meu coração não é casa
mal-assombrada para ser habitada por fantasmas. Hoje olho para esse episódio e
me questiono o porquê de ter dado tanto tempo a quem não merecia, o porquê de
ter permitido que eu me sabotasse tanto. Contudo, olhar para trás me fez
entender melhor como agir diante dos meus relacionamentos futuro. A gente não
precisa beber veneno para saber que mata, não é mesmo?
Eu tb passei por um relacionamento assim, mas já faz tempo. E é exatamente como você falou, nós amadurecemos, sabe? E ficamos a nos perguntar como vivemos essa situação por tanto tempo. Lindo texto!
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