Percebi que na verdade, nem era você o que virava a minha cabeça. O que tirava a minha paz. E sim, o que eu criei sobre você. Virar a página é o melhor a fazer quando não há algo chamado reciprocidade! Demorou, mas eu percebi que você nem era isso tudo.
Não há mágoas, nem desejo de
vingança. Só a paz mesmo, graças à minha maturidade! Perder faz parte e eu acho
que perdi. Meu orgulho ferido pelas mensagens e e-mails que você fez questão de
não responder, guardei na gaveta.
Talvez eu nem tenha perdido
nada. Só tenha ganhado experiência, amor próprio e recuperado a minha
autoestima. Você me pisava tanto, mentia e me deixava tão mal que rastejei
muito aos seus pés.
Olha que eu não sou disso! Não
me reconheci. Mas foi bom, assim percebi o quanto a carência nos transforma em
trouxas. Dia desses vi sua foto em sua rede social trocada. Estava comentando
uma publicação de uma amiga, direto na time
line dela.
Sabe o que eu pensei, “trocou a foto, que bom” e depois “como pude perder tanto tempo com ele?”.
Isso é prova de que virei finalmente a página. Seu beijo era bom, de fato. Mas
um beijo bom não vale tanto sofrimento e baixa estima. Relacionamento quando é
saudável, nos faz ficar bem, bonita, com o astral lá em cima.
E o ciclo entre nós era cruel:
você sumia, eu descia mais um pouco em minha dignidade, você voltava, eu
acreditava, você correspondia, depois sumia. E eu me humilhava, me rastejava.
Se eu pudesse voltar no tempo e nunca ter cruzado o seu caminho, voltava agora
mesmo. Você não mexe mais comigo.
Ao andar por onde caminhava
ouvindo as músicas que me faziam pensar lembrar o que tivemos, só me lamento.
Projetei algo em você que eu quis muito. Por isso me iludi tanto. Você não
merece nem um minuto da minha energia. E eu passei dias e dias tentando me
livrar do que sentia por você.
Assim que ocupei a minha
agenda comigo mesma, quando percebi, você estava lá. Entre os amigos de uma
amiga. Como uma pessoa qualquer. Aliás, qualquer não: como alguém que eu não
devia ter conhecido.
Esqueça aquela mulher que
tanto fez por você. Esqueça aquela mulher que por dias deixou os próprios
compromissos para te ajudar com algum problema. Esqueça aquela mulher que te
tratava tão bem. Esqueça aquela mulher que rastejou aos seus pés. Esqueça
aquela mulher que se humilhou para ter você do lado. Não era eu, era a minha
pior versão de carência. Eu não sou assim.
Sou do tipo que ao ser
ignorada, ignora de volta. Daquelas que sabem quem são, que se amam. O que
houve foi uma baixa de amor próprio. Só isso, só isso. Você estava pelo
caminho, deu um pouquinho de atenção. Talvez até, em algum momento, tivesse me
desejado. Mas eu quis mais, muito mais.
É bom lembrar disso tudo e rir
de mim mesma. Do quanto fui idiota. A maturidade nos dá essa liberdade: de rir
dos nossos erros. Você foi meu erro mais pesado. Não te desejo mal, não sou
disso. Pelo contrário: desejo que seja muito, mas muito feliz e realizado na
vida. Só que bem longe de mim e de onde eu possa ver ou ter notícias.
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