►Leia ao som de Trem Bala, Ana Vilela◄
A vida passa depressa demais. Nascemos e antes que nossos pais curtam os nossos primeiros meses, lá
estamos nós no jardim de infância. A vida corre depressa demais. De massinhas
de modelar passamos a modelar com os vestidos de nossas mães. Trocamos as nossas bonecas e bolas pelas
contas quilométricas de matemática. Deixamos para trás a meninice de dias
regados de brincadeiras para abraçarmos – mesmo a contragosto – a responsabilidade
de estudar rumo a um futuro desconhecido.
A vida caminha na
velocidade da luz. E só percebemos isso quando nos vemos eufóricos pelo baile
de formatura do ensino médio. O vestido vermelho não casou com os acessórios, o
sapato não é confortável para a noite de dança e a insegurança da valsa salta à
goela. A gente só percebe que o tempo
passa depressa quando nos vemos nesses momentos decisivos. Quando nos
deparamos com questões que decidirão o nosso futuro.
A vida é fugaz demais. E a gente só percebe
quando do primeiro beijo nós pulamos para o beijo no altar. Quando de todos os “sims”
que demos nos deparamos com o maior de todos. Quando olhamos para trás e
percebemos que todas as desilusões, todas as vezes que colamos os nossos
corações, fora necessário para chegar até onde chegamos. Ninguém chega à
maioridade sem um arranhão. E, é nessa hora que a gente bendiz as cicatrizes e
agradecemos a Deus por todas as quedas.
A vida é veloz demais e
você só percebe isso quando entende que deveria ter amado mais quem estava ao seu redor. Que deveria ter ouvido os causos de seu avô
e os conselhos de sua avó. Que poderia ter sido mais paciente e
compreensiva com seus pais. Que deveria ter aproveitado mais os almoços de
família e teria rido – mesmo sem achar graça – da piada do pavê que o tio faz
todo fim de ano. Que você deveria ser mais parceiro e amigo dos seus irmãos.
A gente só percebe que
a vida passa depressa, quando não há mais vida para viver.
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