Ela ainda guarda as recordações
do relacionamento que acabou. Caixas
estão guardadas em seu guarda-roupa com as lembranças de dias vividos. São
fotografias, pelúcias e até papéis de balinha. Ela ainda os guarda na esperança
de tê-lo de volta. Não há espaço em seu
coração para o fim. Não há como acreditar que um “amor para sempre” tenha chegado
ao fim. Ela olha para as lembranças do Facebook e as lágrimas escorrem
copiosamente por sua fase. Ela olha para o canhoto do último show que estiveram
e suspira com força. Tudo parece lembrá-lo: desde a fresta que entra pela
janela, até o ar-condicionado super gelado. Ali, diante daquelas lembranças, a vida
parece não ter sentido, o ar não parece respirável.
Tudo dói. Viver dói. Ser quem é, dói.
Ela ainda guarda em seu coração muito dele. E apesar de ouvir de todos
que a vida segue, ela permanece ali: estática e sem vida. Tudo gira em torno dele. A música que toca no IPOD a transporta
para dias mais felizes, a poesia que aparece em sua timeline a lembra que ele
já não está mais lá. A vida a todo instante lhe diz que não, mas a sua
consciência e o seu coração dizem que sim. Não
há mais briga entre razão e emoção. Tudo é um emaranhado só. Tudo se tornou
uma única coisa.
“Amor-próprio, menina.” Todos dizem. Mas ela insiste que já se ama
o bastante e que as pessoas é que não veem os sinais. Ele a ama e só está
desnorteado. Só precisa de um tempo para reconhecer que sempre a amou. Só
precisa de um reencontro para perceber que ela é a mulher da vida dele. Só
precisa que lhe caia a venda dos olhos. Só precisa que a vida lhe prove que ele
estava errado quanto aos dois. Só precisa que ele assista um filme e que os
personagens relembre a ele o amor dos dois. Só precisa.
A moça, colecionadora de lembranças, guarda consigo a certeza de um
amanhã que não condiz com a realidade. Vive em um calendário passado. Sobrevive
aos dias se alimentando de uma história que há tempos fora pontuada com ponto
final. Ela vive de reticências. Vive
de “talvezes”, de uma fé assombrosa e de um amor doentio. “Amor-próprio, moça.”
Todos dizem. Mas quem vê de fora não consegue compreender o turbilhão que há
dentro dela. Não consegue entender que tinha uma casa, tinha filhos, um
casamento e uma vida feliz planejada em sua cabeça. Quem vê de fora só enxerga
a casca.
Só que quem vê de fora, moça bonita, também vê que algumas histórias
têm seu fim.
ela vive de reticências ;
ResponderExcluiresse ela sou eu. u.u
(triste)