Quando você
ama alguém até o modo de respirar descompassado do outro te aflige. As dores dele
passam a ser suas e você procura soluções para todos os problemas que lhe
aparecem no caminho. Acontece que, muitas vezes, é necessário afrouxar um
pouco o laço, soltar a mão, para que o outro caminhe sozinho. Não se trata de
falta de empatia, mas um ato de amor. Uma mãe observa o filho dar os seus primeiros
passos e deixa que – em determinados momentos – ele caía. E nem por isso ela
deixa de ser mãe ou de amar o seu pequeno. As quedas trazem a nós grandes
lições e, é através dela que moldamos o nosso caráter, construímos as nossas
vidas.
Deixar que alguém
siga seus instintos e tome suas próprias decisões é uma forma de amá-lo. De dar
um voto de confiança. De dizer: “vai lá, resolva os seus problemas, você é
capaz e torço por ti”. Querer pegar para si os problemas do outro é, de certa
forma, egoísmo da nossa parte. É “normal” (aqui se aplica o fato de querermos
proteger quem amamos) que sintamos vontade de ajudar ou que queiramos pegar
para nós as rédeas da vida do outro no intuito de ajuda-lo a caminhar na
direção correta. Mas, é importante que nos atenhamos ao fato de que nem tudo
que é correto para nós é para o outro. O bom para nós pode ser mau para o
outro.
Amar é
sempre um exercício contínuo e diário. Não se resume a beijos e abraços. Amar vai
muito além. Amar é dar espaço, é dar voto de confiança, é torcer como uma final
de Copa do Mundo, mas entender que você não pode trocar de lugar com o jogador
e marcar o gol. É saber que haverá dias de sol latente e outros tempestuosos. Amar
é deixar que o outro caminhe sozinho, mesmo que isso te doa muitas vezes. É
olhar para o outro dando os primeiros passos – assim como um bebê – e assentir
com a cabeça dizendo: “você vai conseguir”.
Amar é
torcer.
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