Eu
queria te dizer que eu precisei começar de novo. Eu mudei. Não sou mais aquela que
você encontrou ontem com os cabelos bagunçados. Tive que abandonar a mala
pesada que eu carregava das lembranças e passado. Abandonei minhas paixões
tolas. A vida me chamou. O fim virou começo e eu me permiti recomeçar. Vez em quando,
ainda sinto que não sei ao certo para onde devo trilhar meu próprio caminho,
mas a verdade é que toda vez que estou sem rumo, carregando apenas a minha bússola
sentimental, eu sei que eu me acho.
Eu
queria te dizer, para apagar todas as imagens que você tem sobre mim. Hoje
carrego um desembaraço na alma. Eu mudei meu caminho. Eu descobri que o
principal é seguir. Por muito tempo a gente se sente à beira do abismo. O
caminho parece frio, deserto e com espinhos. E dói. Mas precisei entender que
para seguir, mesmo não sabendo aonde ir, é preciso estourar a bolha que a gente
mesmo constrói, numa parte distante e inóspita de nós mesmos. Deixei de me
enganar na sombra de uma estranha força que por algum tempo me fazia julgar
pouco merecedora de vitórias que a vida poderia me oferecer. Eu mudei.
Continuar indo foi o remédio que aliviou todas as minhas dores, da cura, do
medo de não encontrar a saída deste labirinto.
Quando
você decide apenas seguir, ainda que a sua estrada esteja coberta com um
monótono cinza, e mesmo que seus olhos ainda lhe pareçam cegos e só consigam
enxergar o que pareça o fim, você se encontra entre o escolher seguir e o
desistir. Entre descobrir que o cinza também é cor e que as lágrimas estão ali
para limpar a alma e regar o coração. E que cabe a você decidir atravessar esta
estrada ou ficar. Entre se jogar em uma nova descoberta em explosão de sentimentos
ou parar de sonhar.
Eu
queria te dizer que eu mudei. Precisei transbordar. Chegar ao limite. Mudar.
Precisei seguir para me permitir estar aberto a novidades e experimentar novas
possibilidades todos os dias. Para seguir neste caminho, precisei começar de
novo. Da estrada do arrependimento, meu coração foi o único capaz de me tirar
dela.
Estrada
certa em ruas tortas. Não importa. Eu senti medo. Mas o que me fez ter a coragem
em mudar foi escolher que o medo não iria influenciar as minhas decisões. Escolhi
que meu novo caminho seria bonito. Feito de cores e de todo querer de Deus.
Respirei fundo. Perdoei meus erros.
Aceitei as minhas ironias. Reconheci que a felicidade nunca será perfeita.
Remexi minhas emoções e olhei no espelho que ainda guardava dentro de minha
mala, agora já vazia, com o reflexo de que eu era única e que o brilho que eu
procurava morava aqui dentro e que, naquele momento, eu estava pronta para
pegar uma tela em branco e usar novas cores para pintá-la.
Não só sobre recomeço, mas também sobre encontrar-se!
ResponderExcluirAmei!