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sexta-feira, janeiro 22, 2016

Seja feliz hoje!


Moça, aprende uma coisa, a sua intensidade vai assustar muita gente, principalmente aqueles que não estão dispostos a te conhecer verdadeiramente. Mas não se incomode, tem muita gente nesse mundo que vai olhar pra ti e dizer: "que sorriso lindo!". Então, não se acanhe, não seja menos porque os outros não estão acostumados a ver pessoas com o coração em fogos de amor.

Cuide do seu jardim, plante boas sementes, cultive bons sentimentos, e você sempre vai colher novos sorrisos, novos sonhos, novas oportunidades de ser feliz. Tem quem pense que a felicidade se encontra numa amizade, num amor, numa conquista, estão certos também. Mas a verdadeira felicidade, se pratica todo dia, na simplicidade, na forma de levar a vida, no desejo de sorrir mais, de espalhar gentilezas e de guardar o que for bom.

Aprenda a sorrir nas dificuldades, por mais triste que esteja, um sorriso traz paz, te faz mudar o foco, organizar as prioridades, enxergar novas opções. Se coloque sempre em primeiro lugar, faça por você, sonhe e realize por você, seja feliz porque você merece. Não tenha medo, antes só, com o coração feliz por simplesmente estar viva e ter saúde, do quer ser rodeada de falsos abraços.

Desde o momento em que a gente nasce, passamos por tantas coisas, tantas perdas, tantos obstáculos, mas o importante é que estamos de pé, apesar dos tombos e vendavais, um coração meio remendado, muitas decepções, uma coleção de desilusões, alguns mares de lágrimas, mas nada disso importa se ainda cremos no amor, se ainda temos fé que toda luta tem sua recompensa, que todo sonho tem lugar para se realizar, que toda dor vai passar, que o que for de verdade vai ficar, e sabe, o que tem que permanecer, tem uma força enorme pra ficar ao seu lado, sem desculpas.

Mesmo com tudo ao contrário, com tantas faltas, você não deve absorver as coisas ruins, não deve se deixar levar pela negatividade e desamor alheio. Seja leve, seja sorriso, seja você. Não dê espaço para o que te impede de ser feliz, de prosseguir, de viver tranquilamente, com a alma em paz. Tem muita gente que diz ser seu amigo, que diz que quer o seu bem, que finge que gosta de você, para te deixar cheia de nós. Livre-se! Liberte-se!  Seja mais você, bem se queira, seja laço que enfeita a vida com sorrisos bonitos.

E do fundo do meu coração, eu desejo uma vida cheia de amor, cheia de fé, cheia de positividade e cheia de luz. Seja você o centro da sua vida. Não importa quem passou e não ficou, o que importa é que você está dançando conforme a música, e que o seu caminhar seja florido, claro, que vai ter alguns espinhos, mas busque ser o melhor que você possa ser, não para os outros, mas para você.

Tomara que você encontre pelo caminho, pessoas que sejam inteiras iguais a você, e precisem de você o tanto que você precise delas. Que todo sentimento seja mútuo, recíproco e faça bem pro coração. E se não for nada disso, esqueça, mude a rota, e busque coisas novas. A mudança depende de você, mude muito, mude toda vez que for preciso, e o principal, moça bonita da alma florida: seja feliz hoje, agora, todo dia, nesse instante, seja muito feliz, espalhe muitos sorrisos, ria até as bochechas doerem e o coração suspirar. É pra isso que você veio a este mundo, ser feliz de corpo e alma. Entregue-se!

Colunista: Sabrina Braga.
Ouça a música. É um presente!


terça-feira, dezembro 22, 2015

Me dá a mão e me leva embora




Me dá a mão
Me leva embora ♪♫
Kid Abelha

Me pega no colo, me enrosca em tuas pernas e me diz que não quer a calma de um amor tranquilo. Que deseja furacão, que quer ventania, que deseja ser vulcão em erupção. Me conta umas verdades bonitas - aquelas que somente o coração tem coragem de confessar -, e me olha nos olhos com cara de vontade. Vontade de ser um e se entrelaçar em meu corpo até se perder. Desfaz o nó da minha cabeça, faz um laço em meu coração - liga as tuas artérias aos meus desejos, me rompe a alma e me faz tua. 

Me beija os olhos, me toca os lábios e escreve uma poesia qualquer, daquelas que vemos espalhados nos olhos dos transeuntes, e me deixa ser a história mais maluca que a vida quis te escrever/envolver. Seja o mocinho nas manhãs de primavera, seja o vilão nas noites de inverno, seja meu amigo nos dias em que o verão nos convida a descobrir a vida lá fora, seja meu amante quando as flores nos intimar ao amor.

Desenha em meu corpo as tuas digitais, faz meu coração bater em uníssono junto ao teu, espalha as borboletas que carrego dentro do estômago, plante um jardim de margaridas debaixo dos meus pés, apresente a nossa história nos outdoors da cidade, tenha orgulho da gente, de nós, dos nossos nós, diga ao mundo que a gente se tem, que você foi meu presente de aniversário/dia das crianças/natal e ano novo. 

Me dá a mão e me leva embora. 
Leva embora para a tua vida, pro teu canto.
Para a tua história.


Fotografia: Théo Gosselin.

segunda-feira, dezembro 21, 2015

Espere. Confie. Supere!


Têm momentos na vida que pensamos que aquele amigo, aquele amor, aquele gosto, aquela mania, seria para sempre. Mas talvez o "para sempre" seja feito de agoras. E quem está predestinado a somente passar, vai entrar sem pedir licença e depois vai deixar saudade ou decepção. Da mesma forma que as coisas mudam, o tempo muda e as pessoas também.

Não somos igual ao outro, ninguém vai se doar e se entregar do mesmo jeito que você. Ninguém vai sentir o que o seu coração sente tão pouco vai compreender os mistérios da sua mente. Nem todo mundo está disposto a desvendar o melhor que nós temos guardado no peito.

Têm vazios que só o amor-próprio vai preencher. Têm feridas que só o tempo vai cicatrizar. Mas sabe de uma coisa? Acho mesmo que quem sente muito, sofre o dobro. A gente sempre vai esperar mais do outro, sempre vai sonhar alto, sempre vai criar expectativas e ilusões, e sempre vamos quebrar a cara também.

Talvez seja o mal de quem é intenso, ter asas no coração e nunca desistir de tentar. Uma hora engrena, uma hora vai, uma hora desata e dá certo. Quem tem um coração pulsando a todo vapor sabe o quanto é difícil se controlar, o quanto a ansiedade bate e angústia aperta.

Quem tem muito pra oferecer e não é correspondido, transborda sentimentos pelos olhos. Digo que não é fácil esperar dos outros o que fazemos por eles. É como fazer aniversário e ninguém que importa te dar parabéns.

Temos que aprender a confiar menos nas pessoas, a entregar menos o nosso coração de bandeja. A gente aprende a ser forte quando é preciso, aprende a ignorar quem não gosta da gente de verdade e principalmente, aprende a desapegar daquilo que faz mal e nos impede de conquistar novos risos, novos sonhos e estar em paz.

Afaste-se de tudo que você achou que um dia foi verdadeiro, mas está te sufocando. Não tenha medo da mudança, respire novos ares, crie novos hábitos e dance consigo mesmo. Se amar e não precisar de quem não precisa de você é uma experiência incrível. Se não deu certo, deixa ir, permita-se conhecer outras coisas, expandir o horizonte pode te fazer muito feliz, mas você precisa tentar.

Uma coisa eu aprendi nessa longa caminhada de coração partido, amizades desfeitas, decepções e auto conhecimento, nada dura pra sempre, a vida é mutável e você precisa se reinventar todo dia. Nem tudo que você quer vai acontecer, nem tudo vai ser do seu jeito. Mas uma coisa é certa, Deus estará sempre ao seu lado, por mais que você não mereça.

As coisas vão melhorar, você vai ser feliz simplesmente e vai agradecer por tanta coisa que você aprendeu e superou nessa vida. Espera, mas sorria. Confia, mas faça por onde. As coisas não vão cair do céu e você nasceu pra brilhar.

Autora: Sabrina Braga
Fotografia: Théo Gosselin

quinta-feira, dezembro 10, 2015

Me dá um cigarro



Eu trago você nos espaços mais recônditos, nas cartas amarelecidas e empoeiradas pelo tempo, no relicário que insisto em manter sobre a cômoda para me mostrar - masoquistamente - que o nosso amor existe. Eu trago você (neste exato momento) no terceiro maço de cigarros que abri em menos de 4 horas. No meu coração dilacerado que chora e insiste em pôr reticências onde deveria haver um ponto final. Que não consegue passar para a próxima página, que não entende que é necessário encerrar o capítulo e reescrever, quem sabe, uma nova história.

Eu trago você com a fumaça que arranha minha garganta. Ela que sufoca os meus pulmões, que me maltrata, na mesma intensidade em que a tua falta comprime o meu coração. Aos poucos vou compreendendo que amar é uma espécie de desespero, é uma desvario que cometemos, é uma insanidade temporário. O amor, no final das contas, é um doce veneno e pouco a pouco eu reconheço a sua letalidade. A medida que o ar me foge das narinas, que os meus sinais vitais diminuem e que o chão me falta sob os pés.

Eu trago você nos bolsos dos meus jeans surrados. Naqueles bilhetes que espalhávamos pelos cômodos de nossa casa, nas fotos polaroids que colecionávamos, na foto da viagem feliz que decidimos pôr em um monóculo, no grampo da sua avó que você me pôs no cabelo na sua formatura, na música Darling, dos Beatles, que está com o repeat ativado há mais ou menos 7 semanas em meu celular, nas luzes do campo sintético que insistem ainda - nada mudou desde então - em adentrar a janela do nosso antigo quarto.

Eu trago mais um cigarro e repito ao garçom da mesa: "me dá um cigarro". Em meu desassossego, em minha falta de argumentos, em meu desalento, na (d)esperança de que ele me traga o teu coração - metaforicamente - na bandeja de volta. São dias difíceis. Dias ingloriosos. Dias em que a vida se resume em cinzeiros abarrotados de bitucas e pedaços meus.

Do meu coração.

Fotografia: Théo Gosselin.
     
  Este é um post do grupo Escritores na Era do Compartilhamento. 

quarta-feira, dezembro 02, 2015

Queira alguém seguro de si


Fique com alguém que tire não somente a roupa na sua frente, mas que se dispa das convenções, dos medos, das vontades. Que se desnude por completo diante dos teus olhos e se mostre como veio ao mundo: inocente, puro e verdadeiro. Deseje estar com alguém que compreenda que nem todos os dias nasceram para a felicidade plena, que alguns deles nascem por detrás de nuvens cinzentas fechando o nosso tempo.

Escolha dividir a vida com alguém que saiba reconhecer o valor de um abraço após um dia estressante de trabalho. Alguém que te dê um beijo na testa revelando o “eu te amo” que nem sempre precisa ser verbalizado. Aquele que ao te abraçar consiga amenizar um terço da dor da saudade de ter perdido alguém e que ao beijar o côncavo dos teus olhos diga mais declarações que todos os sonetos já escritos no mundo.

Dê o seu coração a alguém que queira estar ao seu lado não apenas fisicamente, mas no dia-a-dia, na luta diária, na busca obstinada pelos seus objetivos. Naqueles momentos em que a presença já não é tão agradável – afinal, nem todos os dias são feitos de sóis e margaridas. Queira alguém que te queira do início ao fim. Com os seus pequenos-grandes defeitos. Com a sua cara de mau-humor logo cedo.

Queria alguém seguro de si, decidido sobre as suas vontades. Alguém que diga: “eu te quero hoje, agora, neste exato momento”. E que mova céus e terras para que isso aconteça. Queira alguém que tenha suas complicações, mas não queira alguém que seja um eterno complicado. Afinal, não há amor que se consolide, que se fortifique, em meio ao caos de quem não sabe por qual caminho seguir. Não entre em um labirinto.

Decida-se por alguém que te espante as borboletas do estômago a cada mensagem de voz, que enraíze os teus pés no terreno do coração dele. Alguém que construa um jardim e te faça uma flor. Queria tudo isso, menina. Você pode tudo, você merece tudo, então não aceite menos que isso.

Fotografia: Théo Gosselin.

segunda-feira, novembro 23, 2015

O amor é para os raros


"O amor é para os raros".
Maria Fernanda Probst

Meus braços envolvem as tuas pernas enquanto olhamos as corredeiras tão bonitas e gélidas. Elas insistem em lamber os nossos pés dando a nós uma sensação de abrigo. De casa! Casa é a tua vida. A minha moradia, desde que tu viestes embonitar os meus dias com a tua voz mansa, com o teu sorriso largo e a maneira simples de observar a vida. Tenho amado - cada vez mais - os dias que se seguem. As segundas-feiras já não me incomodam desde que tu estejas aqui. A paixão é um é uma liana que encontra sua árvore preferida. Ela abraça e aos poucos vai se moldando à sua superfície. E, aos poucos, as lacunas vão desaparecendo. Dão espaço às suas raízes. Enraizamo-nos. 

Minhas pernas se enroscam nos teus lençóis, enquanto meus olhos desvendam as galáxias que existem nos teus. Há mais estrelas dentro de ti do que contabilizam o universo e todos os mares. Surpreendo-me ao constatar que o céu cabe ali - perfeitamente - dentro da tua íris, na tua retina que é uma cacimba profunda que me convida a adentrar. Adentro. Sem receio do que posso encontrar. Sem medir as quantidades de "ses" e "porquês", apenas entro e me deixo banhar nas tuas águas. 

Tuas mãos entrelaçam a minha cintura e ao som de uma música qualquer dançamos debaixo da chuva. A vida parece tão pequena e ao mesmo tempo tão grandiosa diante desses episódios. Eu me vejo, mais uma vez, em teus olhos amendoados e, em uma pequena prece, eu agradeço ao destino. Agradeço pelos teus pés andarem sempre em direção aos meus, por tuas mãos sempre afagarem os meus cabelos como uma promessa de sempre estar, pelos teus lábios que sempre me cantam - beijando a face - uma canção bonita de se viver.

São raros os amores que nascem com destino certo. Mais raros, ainda, são aqueles que em vida o experimentam em sua integralidade. Meu coração é pousada que te acolhe, é sua residência fixa e precisa. Aqui te recebo e espero. As chaves, ah! Não há o que se falar de chaves quando se tem a chave-mestra.

Imagem: Théo Gosselin.

quarta-feira, novembro 18, 2015

O tempo (não) cura tudo




Por muito tempo eu acreditei na premissa de que o tempo curava tudo. Hoje, depois de tanto tempo, eu reconheço que ele apenas adormece aquilo que antigamente era latente. Nós deixamos de ser um do outro há mais de 3 primaveras e ainda assim, decorridas tantas estações, me sinto presa a ti. Eu queria aprender a pontuar a minha história, abolir as reticências desse livro inacabado que resolvi escrever, dar vida a outro personagem principal, mas sinto que ainda há algo que nos liga. 


Talvez seja a minha incapacidade de aceitar finais tristes, de querer entender o destino e suas surpresas. O tempo deveria curar. É o que me dizem, é também o que desejo, mas tenho perdido as esperanças e caminhado cada vez mais lentamente. Os dias parecem, também, acompanhar os meus passos. Andam tão velozes quanto as tartarugas que vimos outra vez no jardim zoológico. É, tudo o que me cerca, que me rodeia, me leva de certa forma até você. Até os transeuntes que andam apressadamente na rodoviária às 19h, após um dia cansativo de trabalho.

O tempo deveria curar - eu repito a mim mesma. E sei que cedo ou tarde ele tratará de cuidar dessas cicatrizes que ganhei de bônus com a tua passagem pela minha vida. Sei que as marcas que deixamos na alma dos outros são indeléveis. E, embora o tempo cuide, medique, ele jamais trará de volta à integridade completa aquilo que um dia fora machucado. A carne é rasgada, cortes não saram por completo, a vida não se regenera em sua totalidade.


Eu sei que o tempo deveria curar tudo. Mas sei, ainda, que vez ou outra ele me levará novamente até aquele quarto, me sentará naquela cama mais uma vez, e me fará implorar que você me deixe ficar. Ele me levará a experimentar de novo o penoso sabor dos teus lábios e me lembrará, tristemente, que a partida nem sempre é uma opção. A minha, por exemplo, fora uma imposição.

¹ imagem: Théo Gosselin.

quarta-feira, outubro 28, 2015

Querido, ex.




O tempo frio me faz ficar mais reflexiva e, por mais que eu tente lutar contra meus pensamentos, esses dias ando pensando demais na nossa (ex) relação. Quando nós estamos dentro da vida do outro, quando nós estamos imersos nos sentimentos que nos une, não conseguimos enxergar a dimensão de nossa dependência e o quanto isso – esse amor desmedido – pode ser prejudicial. Há ditados e ditados que sempre nos aconselham, nos advertem, que o excesso é responsável pela falta de equilíbrio das coisas. Não me atenho a correlacionar apenas ao nosso relacionamento, mas também a tudo que fica em nós após a partida do outro: aquela falsa felicidade que me vem ao coração todas as vezes que eu me lembro da tua voz, minha compreensão quase inocente dos seus porquês – leia-se mentiras –, e a minha falta de piedade por mim mesma.

Tenho pensado bastante – não por ainda te amar – mas somente por não compreender o motivo de tê-lo amado. Tenho buscado, ainda, entre as minhas recordações, dias felizes ao seu lado e só me deparo com situações, com os meus pensamentos a respeito de ti à época, a idealização que desenhei sobre você em minha mente.
A verdade é que eu amei uma projeção, amei aquilo que os meus pensamentos fantasiavam. Na realidade eu amava, afinal de contas, a mim mesma em você. E não propriamente você. Compreende?

Hoje, diante de todas as conversas que tive comigo mesma, após analisar a passagem da sua vida pela minha como tudo, eu percebo que sou bem sortuda por ela ter sido passageira, por não ter causado danos maiores, por ter sido apenas uma breve estadia. A gente não entende as perdas no momento que passamos por elas e a nossa primeira reação é tentar consertar o que está quebrado, segurar com as mãos aquilo que pode vir a se perder, tentar convencer ao outro que éramos para ser. E, sabe, querido ex, fico feliz por não tê-lo convencido a ficar, a permanecer ao meu lado. Porque amor não se pede, não implora em circunstância alguma, não se suplica. Amor não é esmola.

Fico feliz, mais ainda, por ter compreendido que a culpa nem de longe foi minha, que a principal razão foi a incapacidade que você tem de realmente amar alguém, a sua inaptidão em ser fiel aos sentimentos dos outros, a sua falta de empatia para com os outros e dentre outras razões que não valem a pena se enumerar. E hoje parei em frente a uma recordação palpável sua, um presente que recebi seu, e me permiti deixá-lo de lado. Não mais usá-lo em nenhuma situação. Não preciso de mais nada que me lembre de ti, a bagagem de lembranças já me pesam o suficiente, me maltratam o bastante. E machucam não porque te amo, mas sim porque eu te amei.

Crédito da imagem: Theó Gosselin.

segunda-feira, outubro 26, 2015

Um dia passará.


Tem horas que a menina de coração doce, que sofreu uma grande decepção, mas continua acreditando no poder do amor, se pega pensando se esse sentimento que a invade por inteiro vai cessar. Ela já sofreu por tanto tempo, que não vê a hora de se libertar de todo o mal que ficou. Tem horas que é inevitável, ela se vê pensativa, lembrando de como os seus sorrisos saltavam os olhos e o seu coração estava cheio de felicidade. Ela fica imaginando se um dia vai se libertar de tantas coisas boas que viveu e que agora fazem tanta falta em seus dias. 

Desapegar do que a fazia feliz e agora está fazendo mal, não é tarefa tão simples assim. Ela confessa que quer, tenta, briga consigo mesma, mas lhe vem aquela lembrança bonita na cabeça e todo seu esforço vai por água abaixo. Ela chora, esperneia, faz drama, mas o vazio continua invadindo seu peito. Aquela alegria contagiante ainda está impregnada em sua pele. 

Ela não sabe por mais quanto tempo se sentirá assim, às vezes chorar limpa a alma e renova as suas forças. Ela não deixou de sorrir, de viver, de se amar. Mas tudo se tornou mais sem graça depois da decepção. Parece que falta algo dentro dela. Não que esteja incompleta, mas ela só queria alguém que a transbordasse.

Entre risos, tristezas e desilusões, ela vai seguindo o seu caminho, sem perder a esperança e por mais impossível de acreditar, ela sempre carrega consigo a fé que a move, que a faz levantar todos os dias e lutar pelor seus sonhos. Por mais difícil que seja, ela tem em seu coração que esse sentimentalismo vai passar, essa dor vai curar, e no lugar da cicatriz, nascerá uma nova flor pra ela regar com bons sentimentos. E tudo se fará novo e ela estará em paz com a sua alma. 

Um dia, tudo fará sentido novamente, e talvez ela entenda o que aconteceu, talvez não. O importante é que ela vai estar livre de algo que não se faz mais presente. E o que realmente importa nessa vida, é a presença, as atitudes, a reciprocidade, o querer mútuo e o que nos faz bem. O resto, deixa o vento levar embora pra bem longe. E lembre-se: tudo que for pra ser verdadeiramente seu, tem uma força que você nem imagina.

crédito da imagem: gryan.

sexta-feira, outubro 09, 2015

Amores ed eternum

O amor acaba, meu bem. Ele se dissipa igual aquela fumaça que a esquadrilha da fumaça deixa nos céus no dia da independência. Ele vai embora sem aviso prévio e sem data marcada, de supetão, ele arruma as malas e sai destrambelhado porta a fora. O amor tem dessas coisas, sabe? De querer permanecer apenas onde é bem-vindo, de desejar ser aquecido nas noites de inverno, de refrescar-se com um banho de mangueira nas tardes ensolaradas de setembro. O amor só fica onde é bem quisto, onde é visto, onde é venerado.

Tenho dito - tantas vezes - que a ampulheta corre depressa demais, que ela (pré)anuncia o findar dos meus sentimentos. O desaparecer das emoções que me invadem diante de ti. A morte das borboletas que sempre, tão animadas, faziam festa dentro de mim. Os carnavais cessarão e a bateria do meu coração já não mais tocará teu samba preferido. Tenho avisado, constantemente, que sentimentos se vão como um dente-de-leão soprado ao vento. Voam rapidamente, perdem-se no ar, caem ao chão e morrem. Sucumbem.

O amor se vai, meu amor. E tenho indicado através dos meus trejeitos, do tom da voz ao lhe falar, do modo como volto sempre no mesmo assunto desejando que a sua retratação seja o suficiente para consertar nossas vidas. Não é. Disse há dias que alguns abraços que me envolveram hoje não me apetecem mais, que bocas que me beijaram já não seduzem mais, então, por que insistes em achar que tudo é eterno? Tudo finda. A vida acaba. 

Ciclos são fechados, histórias começam e outras se encerram, pessoas vêm e vão de nossas vidas, esbarramos com possíveis amores todos os dias nas esquinas da vida, na padaria logo de manhã, na roleta do ônibus após um dia estressante de aula, no banco da praça, tantas situações apontam que a vida se pontua por si só, que pontos finais arrematam nossas histórias mesmo que não queiramos. É, meu bem, em breve você será mais um. Uma névoa a se dissipar na imensidão dos meus pensamentos. Anote ao lado do meu nome em sua agenda de celular: "não existem amores ad eternum". Não para mim.

quarta-feira, outubro 07, 2015

Plutão deixou de ser planeta, meu amor


O céu estava bem claro, o sol latente sobre a cabeça dos transeuntes e eu divagava em milhares de sensações presentes em mim. O ônibus deslizava rapidamente pela rodovia, e eu lia – como de costume – um livro de meu autor preferido que me faz pensar em você. Sim! Talvez por ele ser tão inconstante, medroso e por falar de amor apenas em letras, assim como eu o faço.

E então eu avistei ao longe uma fileira indiana de eucaliptos, e me dei conta de que eu penso em você todas as vezes que eu os olho. Não! Você não parece um eucalipto – me escute. É que quando eu era criança achava-os tão majestosos, imponentes e costumava deitar sob a sua sombra, achava uma delícia, amava aquela sensação. A mesma que sinto quando eu penso em você, sabe?

Então, eu fiquei imaginando o que você pensa quando os vê também. Sim! Isso! No caminho de sua casa. Você já observou que fazemos a mesma trajetória em direção a nossas casas? Exceto por você ir para outra direção, entrar em outra curva, assim como acontece com a gente. Infelizmente sempre caminhamos em direções opostas. Queria saber se será sempre assim, se não mudará. Você poderia me responder?

Olhe pra mim, por favor. Seus pés são mais interessantes do que o meu rosto? Tudo bem. Não precisa olhar para mim - Pare. Não enxugue as minhas lágrimas, eu gosto dela. Do sabor delas. Elas me dizem que você é real em mim. Então não as tire de mim, por favor.
Sabe, essas coisas que tento te dizer não se dizem costumeiramente. E eu reconheço que vivo falando por metáforas, mas você não me ajuda também. Essas analogias que eu crio para te levar a entender o que se passa dentro de mim é chato. Eu sei. Mas me cale a próxima vez que eu tentar falar dessa forma. Não sei. Encoste-me na parede. Tome uma providência. Tire-me do chão e me ponha no céu, ou devolve-me ao chão e me tire o céu. Não, não faça isso. Ou faça.

Tudo bem então. Esqueça tudo o que eu disse. Que tal falarmos de música, literatura – tudo bem sei que não gosta dos meus livros, mas podemos falar sobre O Grande Sertão Veredas, o único livro que você leu - forçadamente, mas leu. Okay, eu confesso que também não li uma vírgula sequer e pesquise resenhas na internet para fazer minhas atividades escolares. Você poderia fazer uma resenha para mim? Que loucura e despropósito te sugerir isso. Sabia que Plutão deixou de ser planeta? É, verdade. Já tem alguns anos.

Só me fale alguma besteira - das mais loucas às estapafúrdias - para romper esse silêncio em nós.

terça-feira, outubro 06, 2015

é errado querer


Não sei como lidar com esse sentimento dúbio que pulsa dentro de mim. Outro dia eu contei — para todo mundo que se propôs a ouvir — que eu não mais falaria teu nome e que você era uma página virada na minha vida, mas confesso que tem uma chama de esperança acesa. Ela é mínima e quase opaca, mas é. Quase todos os dias, consigo diminuir o brilho dela, até quase fazê-la se apagar. Mas então, quando ela quase se apaga, você reaparece falando aquelas coisas que gosto de ouvir. E a chama reacende — mais forte do que nunca.

É errado, eu sei. Digo para mim mesma todos os dias, embora me faça bem. Consigo mensurar o tamanho do tombo, embora me faça bem. Consigo dimensionar a imensidão do arrependimento. Mas me faz bem, entende? De fato, não sei como lidar com esse sentimento dúbio. Não sei como driblar as minhas vontades erradas. Se é que são erradas. 

Talvez o erro tenha sido deixar você entrar na minha vida. As coisas estavam bem e alinhadas antes de você chegar. Ok, estavam pacatas, chatas e mornas, mas ninguém precisa saber disso, precisa? Você não precisa saber disso, e é fato que nunca te contei abertamente o quão me faz bem conversar contigo e como eu adoro quando você prolonga nossas horas.

O sentimento é dúbio. Uma mistura entre paixão e amizade. Eu não entendo esse meu querer bem e não consigo mensurar o quão bem eu te quero. Mas eu te quero. De um jeito torto e errado, mas quero. E não queria querer.

Não sei como lidar com esse sentimento dúbio que pulsa dentro de mim.

quinta-feira, outubro 01, 2015

Quase uma Dona Flor. Quase.


Sentou-se na varanda observando a chuva que caia incessantemente. Ela não era bonita, puro agouro. Estava lá com um cinzeiro abarrotado de tocos de cigarros, alguns maços em cima da mesinha e um litro de uísque 12 anos, que vinha bebendo do gargalho - não era necessário um copo. Sua boca era amarga, não pela bebida, muito menos pela nicotina, era a amargura que vinha de dentro. Estava sentado há horas, não se lembrava se havia acordado ali, ou se apenas havia sentado ao amanhecer. Tudo lhe era incerto. Suspirava enraivecido o nome de Úrsula.

Ela havia deixado, como de costume, a sua cama na madrugada. Marco, havia se cansado disso. Sentia-se usado, declamava-lhe poemas, mostrava-lhe os textos que dedicara e fizera sobre os dois. Ela, por sua vez, deliciava-se com o seu jeito doce de ser. Talvez, o amasse, mas não sabia até onde, quando. Não sabia se gostava apenas de suas palavras, ou se realmente o amava. Ele não era como Júlio, o comerciário com quem se encontrava às escondidas todas as tardes dentro do estoque de calçados, ele sim sabia fazer uma mulher feliz. Pensava ela. Não conseguia imaginar a ideia de viver com Marco, ele lhe propusera casamento, ela não queria compromisso. Queria ouvir Camões em seu ouvido, enquanto se amavam, mas queria ouvir palavrões enquanto se perdiam na seção de sandálias femininas com Julio. Sentia-se completa com os dois. Embora ambos não soubessem a existência do outro.

Úrsula amava os músculos de Júlio, ele ficava bem sem camisa, não era inteligente. Certo, possuía lá a sua serventia, mas não era tão dotado quanto Marco. Ele tentava ser romântico, sendo um fiasco diversas vezes, e ela não gostava dessas investidas. Pensava: - Tenho, Marco, para me amar com palavras. E assim, Marco fazia – amava-lhe com palavras, com docilidade, toques amenos e cuidados, enquanto Júlio lhe desejava e possuía como um cachorro enraivecido. E ela gostava de ambos.

Marco que estava sentado em sua varanda, embriagando-se viu Helena, correndo da chuva. Estava ensopada e tentava-se abrigar debaixo de uma mangueira. Levantou-se então, e com um guarda-chuva trouxe-a até sua varanda e lhe ofereceu uma toalha para secar-se, os olhos azuis de Helena transbordavam, não por causa da chuva, mas por ter terminado com seu namorado que a esbofeteou, ela chorava rios. E ele lhe enxugou as lágrimas, lendo um de seus poemas. Ali, Helena e Marco apaixonaram-se, em meio a lágrimas e um doce soneto que Marco declamou. Úrsula – Pensou ele, tinha vaga memória deste nome.

A loja que Júlio trabalhava estava em liquidação, a movimentação era tremenda e a gerente da filial de Campos Belos visitou a loja. Ela era morena e tinha traços indígenas, uma beleza descomunal. A sua voz era imponente, mas doce. Ela derrubou, sem querer, as caixas que Júlio arrumava no estoque. E ao ajudá-lo a recolher, seus olhos cruzaram-se e penetraram-se por alguns longos minutos. Júlio, que era burro na visão de Úrsula, lembrou-se um livro escrito por José de Alencar e disse a moça: a virgem dos lábios de mel e de cabelos mais negros que a asa da graúna. Que coincidentemente, chamava-se Iracema. E eles se apaixonaram.

Úrsula procurou Marco, mas ele não atendia. Os seus telefonemas não eram atendidos, ele trocara a fechadura da porta, e suas janelas sempre estavam fechadas. Marco enviou-lhe um poema de Caio F. que lhe dizia: "Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, ERA SEU. " E a ênfase no final da frase, mostrou-lhe que tudo havia acabado. Úrsula chorou e desejou entregar-se a Júlio a fim de esquecer.

Então, Úrsula procurou Júlio, a loja continuava inflamada por causa dos descontos absurdos que a loja resolvera praticar. Vira algumas vendedoras, outros vendedores e encontrou Maria, amiga de Júlio que sempre lhes vigiava a porta na hora do almoço, nos seus encontros amorosos no estoque. Maria lhe dissera que Júlio havia sido transferido para a filial de Campos Belos e que lhe indicou um livro para que lesse: Iracema, de José de Alencar. E Úrsula achando que Júlio nem sabia ler.

Úrsula não sabia o que era choro há tempos, experimentara de tantos outros sentimentos, amor, paixão, felicidade, prazer, mas tristeza lhe era novo. Ela chorava enquanto andava desolada pelas ruas. E ao contrário de Júlio e Marco não encontrou ninguém que lhe enxugasse as lágrimas. Terminou sozinha.

segunda-feira, setembro 28, 2015

Do amor que ficou!



Depois de mais uma noite de insônia Clara apreciava o nascer do sol da sacada do seu apartamento. Essa era uma rotina bem conhecida no último mês, depois que Victor fechou aquela porta tudo virou bagunça na vida dela. E ela repassava constantemente aquele último diálogo em sua cabeça:

- Clara estou indo embora! - disse Victor quando ela entrou no apartamento

- Embora? Como assim? Vai visitar seus pais?

- Não! Estou indo embora para sempre. Estou terminando com você...

Paralisada Clara não sabia o que dizer, nem o que fazer. E Victor continuou:

- Você é uma pessoa ímpar, tudo que vivemos foi muito bom, mas já tem um tempo que sinto que aqui não é meu lugar. Como você bem sabe eu sou do mundo, não consigo me entregar por completo e você precisa de uma pessoa que se entregue, que te cuide e que faça você muito feliz. Não posso ser essa pessoa! Me perdoe

- Eu não entendo, até ontem estávamos fazendo planos. Planejávamos a nossa vida, como um casal comum, achei que você já tinha perdido esse medo de se entregar para o amor.

- Já te expliquei que não é medo, eu só não consigo me prender a uma pessoa e a um lugar. Eu preciso de gente nova, eu preciso de lugares novos, eu nasci para desbravar o mundo.

- Ok! Victor, você sabe que não vou pedir para você ficar, se você vai ser feliz dessa forma só me resta lhe desejar boa sorte! Se cuida!

Sem olhar para Clara, Victor pega sua mochila e vai embora.

Assim que fecha a porta atras de si, Clara cai no choro! Abrindo a bolsa tira um envelope e uma caixa, no papel dentro do envelope um teste de gravidez, com o resultado: POSITIVO e dentro da caixa um macacão escrito: SUPER PAPAI!

- Mesmo que o papai tenha ido embora, ele me deixou o melhor e maior amor, você é fruto de um amor verdadeiro que nem ele sabe que sente! Iremos ser muito felizes meu filho!