►Leia ao som de Tchau, Luciana Mello◄
Confesso que demorei um pouco para cortar o vínculo. Eu ainda queria saber se ele estava bem, se ainda mantinha os mesmos hábitos e se sentia a minha falta. Religiosamente eu ia lá e dava uma checadinha, batia o velho ponto, abria a janelinha para ver se estava online e, consequentemente, ficava arrasada. Eu sempre voltava destruída de lá. Perdi as contas de quantas vezes vomitei após ver algo que me desagradasse, de quantas lágrimas eu derramei enquanto via seu status, de quantas noites eu fiquei em claro me questionando o porquê de tudo ter chegado ao fim.
Até
que um dia, após uma conversa com minha irmã ela me perguntou: como você se
sente depois que vê as coisas dele? Eu, prontamente respondi: acabada. Essa pergunta
foi crucial para que eu mudasse esse meu velho hábito, para que eu soltasse as
amarras que ainda me mantinham presa a ele. Tem dor que a gente cuida como se
fosse animal de estimação; cuidamos, alimentamos e tratamos com muito cuidado.
Eu não queria voltar de lá destruída. Eu não queria mais chorar por quem não me
amava. Eu não queria me manter refém de um sentimento tão doloroso. E assim o
fiz.
A
princípio foi doloroso. Eu pensava: o que será que ele está aprontando? Será que
está se alimentando direito? Será que ele está bem? E, então eu fui me educando
e mudei as perguntas: como estou me sentindo? Eu estou bem? Como eu voltarei de
lá após uma espiadinha? A partir daí, após os meus questionamentos, eu entendi
que uma olhadela não valia um dia péssimo ou uma noite em claro. Que não valia
o almoço que eu colocaria para fora após uma gastrite nervosa. Que não valia o
meu descontrole emocional após uma crise de ansiedade.
A
gente precisa se cuidar assim como cuidamos dos outros. Precisamos olhar com mais
gentileza para o nosso coração e reparar bem aquilo que faz mal e aquilo que
faz bem. Separar o joio do trigo, se é que me entendem. A partir do momento que
eu decidi por mim comecei a negar informações que terceiros traziam dele,
comecei a dizer: não é por nada não, mas deixa ele ser feliz de lá e eu feliz
de cá. E desde então venho sendo feliz. A minha curiosidade já não me maltrata
mais, porque aprendi a colocar minha felicidade à frente dela.
No
final das contas a gente só precisa entender quem somos, o que merecemos e o
quanto podemos contribuir para que a vida seja a melhor possível. Alguns sofrimentos
são completamente desnecessários e sofrer por quem decidiu, de livre espontânea
vontade, sair de nossas vidas é um deles. A gente só mantém em nossos corações
aquilo que desejamos e eu escolhi manter no meu somente aquilo que me faz bem.
Stalkear nem sempre é estar dois passos à frente de tudo, às vezes é só mais um gatilho apontado para a sua cabeça, às vezes é só uma arma esperando o momento certo para matar você. E de tudo que espero do mundo, que peço aos céus, morrer não está na lista. E por essas e outras eu também te digo: pare de stalkear quem não mais pertence a você.
Stalkear nem sempre é estar dois passos à frente de tudo, às vezes é só mais um gatilho apontado para a sua cabeça, às vezes é só uma arma esperando o momento certo para matar você. E de tudo que espero do mundo, que peço aos céus, morrer não está na lista. E por essas e outras eu também te digo: pare de stalkear quem não mais pertence a você.
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