Léo,
Será que posso te chamar assim ou seria muita intimidade? Desculpe-me, sei que não é correto abrir as correspondências alheias, mas a tua letra me incitou a abrí-la. É linda. E, confesso, que tive curiosidade em ler porque não é comum pessoas trocarem cartas em plena era digital. Espero que não se irrite comigo ou me odeie por ter lido, eu poderia apenas tê-la deixado de lado, mas quis responder dizendo que o teu amigo não mora mais no meu prédio. Sim, eu o conhecia, mas ele se mudou há mais ou menos 3 semanas e, deveras, não sei seu novo endereço. E dessa forma tomei a liberdade de responder a você.
Eu estava esperando algumas cobranças do meu cartão de crédito e por coincidência a tua carta estava entre elas. Eu realmente li a carta inteira sem pestanejar e achei interessante o fato de você ter dito que arrumou um emprego como cronista, adoraria ler os teus textos, pois me chama bastante a atenção. Me interessa. Bem, você deve estar se perguntando: "o que essa louca quer comigo?". A verdade é que eu realmente não sei, mas quis te conhecer e a única forma de conseguir isso foi me arriscando a responder essa carta que nem escrita foi para mim.
Não pense que sou uma doida varrida, que costumo abrir as correspondências dos vizinhos, é a primeira vez que isso acontece. Sou apenas uma moça que se interessou por sua caligrafia. Piegas? Pode até ser, mas consegui enxergar além e acho que estou certa. Consegui ver romantismo em cada traço seu e para minha surpresa o conteúdo da carta confirmou o que eu pressentia. O que não entendo é como um amor pode adoecer assim dessa forma, o ciúme verdadeiramente é uma cárie que corrói sem dó nem piedade. Sei que não direcionou a carta a mim, mas de qualquer forma, é como o poeta Fernando Pessoa dizia: "Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário."
Acho que é isso que você precisa: um pouco de revolta, mas com uma pitada de sensatez. Talvez haja uma luz no final do túnel e você não enxerga, análise todas as possibilidades e verás que não está assim tão perdido.
Ah, continue a escrever.
Beijos doce,
Aline.
Aline.
Esse texto é uma parceira com a escritora Gabriela Diehl. Leia o início da história em seu site.
Gente,
ResponderExcluirPerdi os meus links. Então, se você me linjoi, por favor, me diga para que eu possa linkar vocês.
Bjos.
Adorei as cartas, quero as próximas, está muito bom ler vocês. Parceria ótima.
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