Ao amigo Charles J.
Bravo.
Por ter me dado hoje – em um dia tão cinza –
o vigor necessário para continuar.
Acontece
que saudade não é coisa que se mede com fita métrica. Mas, conseguimos entender
a sua dimensão em um abraço guardado em nossas memórias. Meu coração relembra –
feito uma película cinematográfica -, o abraço caloroso e os olhos que
anunciavam uma tempestade. Ele abraçando-me chorou sobre os meus ombros e sem
esperar apenas acolhi. Até que a emoção transbordasse e inundasse o meu coração
também. Ele trouxera do norte a docilidade que o centro-oeste desconhecia.
Conquistou e roubou para si metade do meu coração.
Quanta
saudade cabe em um olhar? Cabe a conversa de uma tarde inteira e confissões
meio adolescentes. Cabe a história de uma vida inteira de decisões e decepções.
Cabe também um adeus (não dado) aos pais em uma pequena cidade interiorana.
Cabe a saudade de um amigo que partiu sem ao menos dizer adeus e que resta
apenas a saudade em fotos na web. Cabe o olhar da menina que se apaixonada a
cada palavra dita. Cabe a risada dos amigos rindo por ela não comer alga
marinha. Cabe um lanche com esfinhas e batata frita sorrindo com a irmã da
moça. Cabe os desejos de conhecer várias pessoas pelo Brasil e roubar um pouco
de si a cada despedida.
E
algumas pessoas não conseguem definir a palavra saudade. Ela é desenhada diante
de nossos olhos a cada ação, a cada palavra dita e levada pelo vento. A minha
saudade hoje é de um cara que tem o coração mais bonito que já vi. De um rapaz
que merece ter a vida mansa e docinha só pelo fato de existir. A minha saudade
tem nome é mora em Porto Velho. Essa saudade esteve sentada comigo por alguns
minutos no ônibus da W3 Sul em direção a Rodoviária do Plano Piloto. Essa
saudade ria descontroladamente, se fazia de esnobe para me arrancar sorrisos e
ficava embasbacada com a falta de educação de alguns ‘brasilienses’.
Hoje
essa mesma saudade me enviou um e-mail quilométrico que me arrancou lágrimas e
um sorriso de orelha a orelha. Porque meu coração tem tentado caminhar nos
últimos dias, mas tem doído muito. Eu reconheci o amor naquele rapaz e sei que
ele reconheceu em mim. A amizade que é o amor que jamais morrerá. E hoje,
ansiosa, eu aguardo pelo retorno e digo: “meu coração é porto-seguro, morada
certa e casa de veraneio caso você queira voltar.”
Saudades é uma palavra que me causa dor sabe? Seu texto está de um tanto poetico a explicativo, gostei bastante!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso.
ResponderExcluirSensacional.
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