Fechei os olhos e tentei ignorar a dor que sentia. Olhei para
o teto e respirei calmamente contando até dez. As lágrimas molhavam meu
travesseiro e minha respiração entrecortava. Eu sentia muita coisa e ao mesmo
tempo não sentia nada. Eu repetia na minha mente: tem dia que é assim mesmo,
nem sempre é dia de sol – mesmo que ele esteja queimando lá fora –, tem dia que
é de chuva, de tempestade, dentro de nós.
Olhei para o espelho e solucei um pouquinho ao ver meu rosto
inchado. Meus ombros pesavam demais e a vontade de voltar para a cama era
imensa. Enxuguei os olhos, peguei a toalha e fui para o banho. A água do
chuveiro se misturava às minhas lágrimas levando-as ralo abaixo. Elas pareciam
gentis demais. Enxuguei o cabelo, troquei de roupa e voltei para a cama. Meu
telefone sinalizava várias notificações. Virei a tela para baixo e silenciei.
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