Mostrando postagens com marcador Três.. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Três.. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, outubro 20, 2011

Despedida.

“Deixar-nos dessa forma fora imperdoável.”
Eu repetia para mim mesma com veemência, pois não conseguia acreditar nas palavras que lia naquele papel de guardanapo com a caneta manchada. Era muito ingrata, se ao menos tivesse se despedido de nós, seria bem mais decente do que deixar sobre a mesa esse pedaço de papel idiota. O que eu explicaria a ele? Que ela simplesmente cansou de nós e resolveu partir? Acho que era o óbvio. Acontece que ela sempre foi acostumada a ter tudo o que desejara, então quando se viu obrigada a dividir algo não suportou muito tempo. Talvez eu esteja fazendo uma acusação terrível ou esteja equivocada, mas o que eu posso fazer¿ Não poderia jamais encontrar em mim os defeitos ou descobrir que ela deixou de nos amar. A única coisa que sei é que dói.


Helena.

sábado, julho 23, 2011

Três.




Eu tinha nas mãos um coração dividido e várias interrogações que piscavam em luzes de neon. Buscava o limiar das minhas emoções, aquela linha tênue que dividia a paixão do bem-querer. Eu não amava nenhuma das duas, talvez tivesse acostumado a comodidade de suas carícias, os telefones e sms que inflavam o meu ego.


Só que com o tempo eu percebi que elas sofriam, mas como eu poderia dar adeus a qualquer uma delas? Eu me sentia no romance Dona Flor e seus dois maridos, sim. Talvez eu esteja enganado quando disse anteriormente que não amava nenhuma das duas, mas é que me parece cafageste afimar isso. Okay, sei que é cafagestagem de qualquer forma. Mas, entendam-me, sou apenas vítima desse coração bandido e incauto que tende a me pregar peças.


Eu não entendo como um coração pode agir dessa forma com alguém, calculando friamente cada passo. Mandando sem medidas no cérebro e me fazendo cometer atos impensados. O pior é não saber como pará-lo sem que alguém se machuque cruelmente.


Tudo o que ando sentindo ultimamente é tão excruciante que me falta forças para continuar, talvez eu tenha tipo um choque de realidade. Talvez tenha me comovido com as mocinhas que sofrem e correm no filmes de bang-bang ou talvez, apenas, eu tenha escutado algum cantor chorar minha história em alguma música.


A única coisa que sei, garotas. É que a decisão está nas mãos de vocês. E retifico quando disse que não as amava, talvez não exista palavra para definir o que bate cá dentro. Ultrapassa todas a maneiras de amar. É infinito.



Com amor,
Carlos.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Três.

Escrito a seis mãos com a amora doce e do bonito Du.

Caminhava na praia, prestando atenção nas casas. Fascinava-me as cores e proporções que aquelas casas à beira mar possuíam, dignas de revistas de Arquitetura. Uma pequena realeza, numa praia pacata, de areia branca e ondas não tão amistosas. Tudo me convidava, inclusive a penúltima casa, não tão grandiosa, mas, ainda sim, bonita de muitas maneiras. E eles estavam lá. O casal de três pessoas. O homem com suas duas mulheres, deitados numa rede, balançando-se a brisa do mar.

Eles eram estranhos, confessos. Não entendia como era possível três pessoas que se amam viverem juntas. Elas o amavam, idolatravam. Ele parecia ser o amor da vida de cada uma delas e ele, entretanto, amava as duas. Igualmente! Isso era visível pelo brilho que emanava do olhar, sempre que olhava, seja para uma ou para outra. Doce. E não parecia haver atrito, ciúmes, competição. Se ele queria as duas, elas eram boas demais para deixar que ele fosse feliz. Um amor desses, não cabe descrição. Não cabe emoção. Senti inveja, não dele, por ter duas mulheres bonitas, mas deles, por viverem um amor tão impossível.

Helena, Caio e Lúcia eram seus nomes e esses nomes soavam como um só dita na frase, tal era a ligação entre os três. Pertenciam-se, fato. Ouvia-se dizer que Helena e Lúcia mudaram-se a fim de dar início a um pequeno empreendimento, eram artistas plásticas e escolheram aquela praia por causa da movimentação de turistas, mesmo fora da época de férias. Há três verões Helena estava em um posto de gasolina, quando voltava da loja de conveniência avistou-o. Ele com sorriso largo e claro pediu-lhe um cigarro, mal conseguia encontrar o maço dentro da sua bolsa imensa, mas não somente por isso, o sorriso havia deixado-a enervada. Estendido o maço em sua direção Caio com um sinal negativo disse: - Não fumo, bonita. Apenas tática para uma aproximação. – E sorriu. Helena derreteu-se daí então.

Helena apaixonou-se por Caio na primeira troca de olhar. E prometera parar de fumar, devota como era ao amado. Um dia, ela marcou jantar em sua casa, que dividia com Lúcia, e apresentou Lúcia a Caio. No instante que Caio trocou olhar com Lúcia, seu coração dividiu-se em dois pedaços iguais. Metade ele deu para Helena e a outra metade, para Lúcia. Caio foi um homem dividido ao meio, amando loucamente e igualmente duas mulheres prestes à entrar em pé de guerra. Quando viu a amizade que ruía, Caio se postou entre as duas e falou, com emoção: "Eu não posso me por entre as duas e nem quero que briguem por culpa minha. A vida me traiu e dividiu meu coração, dando metade para cada uma de vocês. Não posso sobreviver só com metade minha..."